Investimento de R$ 23 bi em novo PAC deve reaquecer mercado da construção

Apesar dos juros altos a economia brasileira tem apresentado bons resultados como a queda da inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), e a previsão é de melhora na geração de emprego e renda com o investimento de R$ 23 bilhões que o governo federal fará em infraestrutura, apenas neste ano, como parte do Plano Anual de Contratações (PAC), anunciado pelo presidente Lula (PT).

O valor referente aos próximos meses é superior a todo o montante aplicado pelo ex-presidente, atualmente inelegível, Jair Bolsonaro (PL) ao longo de quatro anos de seu mandato. Segundo dados do Ministério da Infraestrutura na gestão do ex-presidente, foram concluídas 368 obras com investimentos de R$ 20 bilhões.

Nesta segunda-feira (3), Lula anunciou o início da primeira etapa das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que ligarão Caetité, no sudoeste baiano, a Ilhéus, no sul da Bahia, primeira obra do PAC que passará por 19 municípios e deve gerar 1.200 empregos.

De acordo com o atual governo, a prioridade é finalizar as 14 mil obras paradas, a maior parte na área da educação, e concluir 180 mil do programa Minha Casa Minha Vida.

Otimismo com Lula

Logo após a eleição de Lula, o mercado de trabalho da construção civil gerou 38.965 novos empregos com carteira assinada em todo o país, em janeiro, e quebrou uma sequência de resultados negativos por dois meses consecutivos.

O índice é o melhor desde fevereiro de 2022 e o segundo melhor dos últimos 10 anos de acordo com o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Para o presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Madeira (Conticom), Claudio da Silva Gomes, o Claudinho, o anúncio gera a expectativa de retomada do setor, prejudicado desde a posse do golpista Michel Temer (MDB).

“O setor de infraestrutura foi desmontado no país após os dois primeiros governos do presidente Lula e da presidenta Dilma. Após isso, praticamente, não tivemos nenhum investimento na área de infraestrutura. O anúncio da retomada dessas obras, que são potenciais geradoras de emprego, com grandes canteiros e absorção de trabalhadores e trabalhadoras da construção e montagem, é uma ótima notícia. A iniciativa é extremamente positiva numa terra arrasada como vivemos até o momento”, afirma.

Cerca de 450 mil empregos devem ser gerados em toda a cadeia produtiva, um processo contrário às demissões em massa promovidas pela Operação Lava-Jato. Segundo uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o processo de perseguição capitaneado pelo ex-ministro de Bolsonaro, o atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR), 4,4 milhões de empregos foram extintos. Desses, 1,1 milhão de postos apenas na construção civil.

Retomada gradual

Por conta da quebradeira das empresas, Claudinho acredita que a retomada não terá inicialmente o mesmo ritmo dos governos anterior do PT, mas, ainda assim, tendem a aquecer um mercado que enfrentava sérias dificuldades.

Além disso, segundo o dirigente, a expansão econômica deve ser acompanhada pela ampliação de espaços de debate e participação social e discussão sobre direitos trabalhistas.

“O retorno deve ser gradativo porque as grandes empreiteiras foram destruídas. Mas temos a expectativa de que a instalação das obras faça também com que essas companhias recobrem a capacidade de investimento e, atrelado a isso, tenhamos grupos de trabalho, como já temos para discutir o salário mínimo, as condições dos trabalhadores em aplicativo e as relações sindicais, também para proteger os operários e operárias da construção civil”, concluiu.

Fonte: CUT

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