Vendas de pneus para veículos pesados têm queda de 16,2% nos oito meses de 2023

Dos 4,34 milhões de pneus vendidos de janeiro a agosto deste ano, 3,31 milhões foram destinados ao mercado de reposição e 1,02 milhão de unidades para montadoras

As vendas de pneus para veículos pesados apresentaram avanço de 13,3% em agosto, totalizando 548.398 unidades na comparação com julho deste ano, quando foram comercializados 483.850 pneus no mercado brasileiro, conforme mostram os números divulgados pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip).

No acumulado de janeiro a agosto, as vendas tiveram queda de 16,2%, com 4,34 milhões de unidades, ante os 5,18 milhões vendidos no mesmo período de 2022. Para as montadoras, a retração foi de 22,4%, com 1,02 milhão de unidades, quando comparado com 1,31 milhão de pneus vendidos nos oitos meses de 2022. Para o mercado de reposição, as fabricantes enviaram 3,31 milhões de pneus até agosto deste ano, 14,1% a menos que no mesmo período de 2022, quando foram repassados 3,86 milhões de unidades.

Incluindo todos os segmentos que são abastecidos pela indústria nacional (automóveis, veículos comerciais leves, pesados e motos), a venda de pneus atingiu 4,45 milhões de unidades em agosto deste ano, aumento de 11,4% em relação a julho deste ano. No acumulado de janeiro a agosto, a queda foi de 7,1%, com 36,06 milhões de produtos, ante os 38,82 milhões vendidos nos oito meses de 2022. As vendas para as montadoras tiveram retração de 4,4% e para reposição de 8%.

A Anip destaca que, segundo dados do Comexstat, as importações de pneus de passeio e carga registraram crescimento significativo em agosto. No setor de pneus de veículos pesados, as mais de 563 mil unidades importados no último mês representaram o maior volume em toda série histórica (a partir de 2000). Já os 2,9 milhões de pneus de passeio importados em agosto ficam atrás apenas do volume registrado em dezembro de 2022.  “Apesar do bom resultado no mês, permanecemos 7,1% abaixo no acumulado do ano em relação a 2022”, analisa Klaus Curt Müller, presidente executivo da Anip.

Balança comercial

A balança comercial do setor de pneumáticos apresentou déficit de US$ 373.688.164 no acumulado de janeiro a agosto de 2023, o que representa ampliação do déficit em relação ao mesmo período de 2022, quando a balança comercial do setor apresentava déficit de US$ 14.741.619 e maior do que o déficit de US$ 10.653.268 registrado em 2021. Em termos unitários, o acumulado do ano de 2023 apresentou um déficit de 22.156.800 unidades, frente ao saldo negativo de 8.947.393 unidades no mesmo período em 2022 e déficit de 8.781.678 pneus em 2021.

Fonte: transportemoderno.com.br

Sindicato cobra melhoria na qualidade da alimentação na Bridgestone Camaçari

Diretores do Sindborracha estiveram em frente à entrada da fábrica Bridgestone, no dia 24 de agosto, para reivindicar uma melhoria significativa na qualidade da alimentação oferecida aos funcionários. Nos últimos meses, os trabalhadores têm enfrentado condições de alimentação de péssima qualidade, o que tem gerado preocupação e insatisfação entre os colaboradores.

O sindicato exige que a empresa tome medidas imediatas para resolver esse problema, incluindo a avaliação do atual prestador de serviços de alimentação e, se necessário, faça a substituição por um fornecedor que possa garantir refeições de qualidade e adequadas às necessidades nutricionais dos funcionários.

“Não aceitamos mais que os trabalhadores passem por esse tipo de humilhação. A alimentação é um direito básico e essencial para o desempenho dos colaboradores. A empresa tem a responsabilidade de proporcionar refeições adequadas e de qualidade aos seus funcionários”, declarou Josué Pereira, presidente do sindicato.

A questão da qualidade da alimentação tornou-se uma preocupação urgente, pois afeta diretamente a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. O sindicato volta a cobrar que a Bridgestone encontre uma solução para o problema e contrate uma empresa que atenda às necessidades de todos os envolvidos.

Até o momento, a fábrica não emitiu comunicado oficial em resposta às demandas do Sindicato. Espera-se que, nos próximos dias, haja um posicionamento por parte da empresa em relação a esta questão crucial para o ambiente de trabalho.

O sindicato está comprometido em garantir o respeito e a dignidade dos trabalhadores e continua monitorando de perto a situação e tomará as medidas necessárias para garantir que as condições de alimentação na fábrica sejam aprimoradas. Inclusive, se preciso, vai fazer denúncia à Vigilância Sanitária.

Trabalhadores do ramo químico estão representados no Conselho Executivo do Setor de Transformação

No último dia 19 de setembro, em São Paulo, aconteceu a primeira reunião do Conselho Executivo do Setor de Transformação, sob o tema “Dirigindo e Transformando – Empoderando os Trabalhadores na América do Sul”, realizada no Solidarity Center, organização não governamental mantida pelo Ministério do Trabalho dos Estados Unidos. Na oportunidade, os trabalhadores foram convidados a fazer parte do Conselho, que envolve as confederações da indústria: CNQ (Ramo Químico), CNM (Metalúrgicos), CNTV (Confecção e Calçado) e Contcon (Construção Civil).

O objetivo do Núcleo Político do Setor de Transformação é discutir alguns investimentos na área de pesquisa, mais especificamente sobre temas relacionados ao trabalhador, como qualidade de vida e saúde, por exemplo. A CNQ esteve representada pelo diretor regional Nordeste, Josué Pereira, presidente do Sindborracha de Salvador e Região Metropolitana.

Agora em outubro, será realizada oficina de ativismo digital e diversas atividades formativas estão programadas para 2024.

Vendas de veículos caem em relação a julho, mas seguem em alta no acumulado

O fim dos incentivos do Governo Federal impactaram diretamente as vendas de veículos em agosto. De acordo com a Fenabrave, houve queda nos licenciamentos em relação a julho, mas nas comparações interanuais o cenário ainda é de crescimento.

O balanço da entidade que reúne as concessionárias aponta que mais de 207 mil veículos foram emplacados em agosto, entre carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus. O resultado é quase 8% menor que o anotado em julho.

Para a Fenabrave, as ações para aquecer as vendas de veículos novos foram importantes por dar acesso ao consumidor aos carros de entrada. Mas a entidade cobrou políticas permanentes para aquecer o setor.

“As Medidas Provisórias foram muito importantes para aquecer, momentaneamente, o mercado, mas o resultado de automóveis, em agosto, agravado pela piora na oferta de crédito, já deixa clara a necessidade de uma política de fomento industrial de longo prazo”, diz Andreta Júnior.

Na comparação com agosto de 2022, a retração foi de 0,4%. Já no acumulado de 2023, os números não são impactantes, mas positivos. O mercado chega a 1,43 milhão de licenciamentos de janeiro a agosto, 9% a mais que o volume registrado nos oito meses do ano passado.

Para o restante de 2023, as projeções da Fenabrave quanto à venda de veículos segue conservadora.

“A evolução sobre 2022 é positiva, mas devemos lembrar que os emplacamentos tiveram um desempenho abaixo da média histórica no primeiro semestre do ano passado, devido a uma série de fatores, e se recuperaram no segundo semestre. Neste ano, não há sinais de que teremos uma forte recuperação na segunda metade do ano”, reconhece o presidente da federação de distribuidores.

Fenabrave prepara propostas ao governo

A Fenabrave diz que está debruçada em alguns projetos que poderão ser propostos ao Governo Federal. Segundo a entidade, são ações para tornar os automóveis e comerciais leves mais acessíveis ao consumidor de menor renda por meio de redução de preços e maior oferta de crédito.

“Todo esse conjunto de fatores irá gerar a escala necessária para que o segmento de automóveis se recupere, de forma definitiva, trazendo a população de baixa renda de volta para a pista do consumo”, diz o executivo.

Automóveis e comerciais leves estagnados

No recorte de carros de passeio e comerciais leves, foram 196 unidades entregues em agosto. O volume foi 8% menor que o apontado em julho. Em relação a agosto de 2022, houve aumento discreto de 1,3%.

Nos janeiro-agosto de 2023, já são 1,34 milhão de unidades vendidas dos dois segmentos. O número representa quase 11% de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado.

Para a Fenabrave, a retração em agosto é reflexo direto da restrição ao crédito.

“Nas últimas semanas houve uma deterioração acentuada da oferta de crédito, com aumento de cerca de 20% na recusa das fichas de financiamento por parte das instituições financeiras. O crédito está restrito e isso afeta muito o mercado”, acredita Andreta Jr.

Fonte: automotivebusiness.com.br

Pneu tem validade? Confira o que é mito e o que é verdade e saiba se você pode ser multado

Fake News em Redes Sociais e informações imprecisas confundem o motorista em relação à durabilidade dos pneus. Há até informações equivocadas sobre multas para pneus vencidos. Na verdade, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) diz que é uma infração grave “conduzir o veículo sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante”. Ou quando se encontra “em mau estado de conservação, comprometendo a segurança”.

Dessa forma, além de resultar em multa de R$ 195,23, e adição de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), há risco de retenção do veículo até a sua regularização. No entanto, não existe nenhuma regulamentação no Brasil sobre o vencimento dos pneus.

Os fabricantes dos equipamentos explicam sobre o tema, pois uma confusão comum é misturar o significado de validade do pneu com o de garantia. “A validade do pneu é indeterminada, motivo pelo qual não consta no produto. No caso da Pirelli, damos cinco anos de garantia a partir da data da compra dos pneus, porém é plenamente possível que o produto ainda esteja em boas condições mesmo após o término da garantia”, explica Roberto Falkenstein, consultor da área de tecnologias inovativas da empresa.

O técnico ainda explica que “Caso o cliente não possua a nota fiscal, essa garantia vai de acordo com o número DOT marcado no pneu, onde está grafada a semana e o ano de fabricação dele”. O DOT é uma série de letras e números, que fica na lateral do pneu. Para saber a data de fabricação do produto, fique atento aos números. Os dois primeiros números indicam a semana de fabricação e, os dois últimos, o ano.

Outro fabricante, a Continental acrescenta que “a vida útil de um pneu é uma função cumulativa das condições de armazenamento, conservação, rodagem e serviço às quais um pneu é submetido ao longo de sua vida útil (carga, velocidade, pressão de inflação, acidentes, etc.). Como as condições de serviço variam muito, não é possível prever com precisão a vida útil de qualquer pneu específico em um tempo cronológico”.

A empresa ainda dá algumas dicas: é válido ressaltar que, a partir do quinto ano, os pneus devem ser inspecionados anualmente. O prazo acima visa minimizar os efeitos do envelhecimento dos pneus, que é caracterizado pela alteração, redução ou perda das propriedades dos materiais de seus componentes e que, com o tempo, leva a redução de suas capacidades e de sua performance. Porém pneus sujeitos a condições de operação mais severas devem ser inspecionados com maior frequência.

Reposição e uso

No caso de uma reposição, o consumidor deve ficar atento à armazenagem do produto. Se ela fora incorreta, o pneu pode sofrer com deformações, além de a borracha perder algumas de suas propriedades. Não pode haver contato do equipamento com derivados de petróleo e outros produtos químicos que possam agredir e deteriorar as composições químicas presentes no produto.

Já no uso, o tempo que o pneu irá durar também está plenamente relacionado a maneira com que o condutor guia seu veículo. Freadas bruscas, passagem constante por buracos e calibragem inadequada são alguns dos aspectos que prejudicam a durabilidade do produto.

Fonte: automotivebusiness.com.br

STF tem maioria a favor de contribuição imposta a empregados não sindicalizados

Os sindicatos representam toda uma categoria profissional. Quando há negociação coletiva, os benefícios se estendem a todos os empregados da base sindical, sejam filiados ou não.

Com esse entendimento, o Plenário do Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta sexta-feira (1), para validar a cobrança da contribuição assistencial imposta por acordo ou convenção coletivos a trabalhadores não sindicalizados, desde que lhes seja garantido o direito de oposição. A sessão virtual se encerrará oficialmente no dia 11 de setembro próximo.

Contexto

Em 2017, o Supremo reafirmou a inconstitucionalidade da instituição de contribuições compulsórias do tipo a empregados não sindicalizados. O Sindicato de Metalúrgicos de Curitiba contestou a decisão por meio de Embargos de Declaração.

De acordo com a entidade, a jurisprudência citada pelos ministros na ocasião é contraditória, pois confunde a contribuição assistencial com a contribuição confederativa.

Existem três contribuições trabalhistas relacionadas aos sindicatos. Uma delas é a contribuição sindical, que é voltada ao custeio do sistema sindical. A contribuição confederativa é destinada ao custeio do sistema confederativo, que representa a cúpula do sistema sindical. O STF considera que tal modalidade só pode ser exigida dos trabalhadores filiados.

Por fim, a contribuição assistencial, instituída por meio de instrumento coletivo, busca custear as atividades assistenciais do sindicato, principalmente negociações coletivas. No acórdão de 2017, a Corte estendeu para tal contribuição o entendimento relativo à cobrança da contribuição confederativa.

O sindicato curitibano argumenta que o direito de impor contribuições não exige filiação ao quadro associativo das entidades sindicais, mas apenas a vinculação a uma determinada categoria econômica ou profissional.

Idas e vindas

O julgamento dos Embargos começou em uma sessão virtual de agosto de 2020. O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, votou por rejeitá-los e foi acompanhado pelo ministro Marco Aurélio (que se aposentou no ano seguinte). Em seguida, Dias Toffoli pediu destaque.

O caso foi reiniciado presencialmente em junho do último ano. Toffoli, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes acompanharam Gilmar, enquanto Luiz Edson Fachin divergiu e votou por acolher os Embargos. Luís Roberto Barroso pediu vista.

O caso foi novamente devolvido a julgamento em sessão virtual no último mês de abril. Na ocasião, Barroso se manifestou de forma favorável à cobrança da contribuição assistencial a quaisquer trabalhadores e convenceu o relator a mudar o voto já proferido.

Entendimento vencedor

Barroso considerou que “houve alteração significativa das premissas de fato e de direito” entre o julgamento original e o julgamento dos embargos.

Ele lembrou que, desde 2015, a jurisprudência do STF vem valorizando a negociação coletiva sobre normas legisladas, “desde que respeitado o patamar mínimo civilizatório assegurado constitucionalmente”.

Mas, o ministro ressaltou que tais negociações precisam de um meio de financiamento. Na sua visão, há “uma contradição entre prestigiar a negociação coletiva e esvaziar a possibilidade de sua realização”. 

Após o julgamento original, foi aprovada e sancionada, no mesmo ano, a reforma trabalhista. A norma estabeleceu que a contribuição sindical só pode ser cobrada se autorizada prévia e expressamente.

Com a alteração, os sindicatos perderam sua principal fonte de custeio. Conforme dados do Ministério do Trabalho, houve queda de cerca de 90% com a contribuição sindical no primeiro ano de vigência da reforma.

Assim, caso mantido o entendimento da Corte no julgamento original, o financiamento da atividade sindical seria “prejudicado de maneira severa” e haveria “risco significativo de enfraquecimento do sistema sindical”.

Sem a possibilidade de cobrança da contribuição assistencial aos trabalhadores não sindicalizados, alguns obtêm a vantagem mas não pagam por ela — o que “gera uma espécie de enriquecimento ilícito”, na visão do magistrado.

“Nesse modelo, não há incentivos para o trabalhador se filiar ao sindicato. Não há razão para que ele, voluntariamente, pague por algo que não é obrigatório, ainda que obtenha vantagens do sistema. Todo o custeio fica a cargo de quem é filiado. Trata-se de uma desequiparação injusta entre empregados da mesma categoria”, assinalou.

Assim, Barroso propôs uma solução alternativa: garantir o direito do empregado se opor ao pagamento da contribuição assistencial. “Ele continuará se beneficiando do resultado da negociação, mas, nesse caso, a lógica é invertida: em regra admite-se a cobrança e, caso o trabalhador se oponha, ela deixa de ser cobrada”, explicou.

O jogo virou

Após a apresentação de tal voto divergente, Gilmar, ainda em abril, alterou seu posiconamento anterior e acompanhou o colega. Cármen Lúcia também seguiu o entendimento.

“Entendo que a solução trazida pelo ministro Luís Roberto Barroso é mais adequada para a solução da questão constitucional controvertida, por considerar, de forma globalizada, a realidade fática e jurídica observada desde o advento da reforma trabalhista em 2017, garantindo assim o financiamento das atividades sindicais destinadas a todos os trabalhadores envolvidos em negociações dessa natureza”, apontou o relator.

Em seguida, Alexandre pediu vista dos autos. Já Fachin e Toffoli adiantaram seus votos e acompanharam o entendimento de Barroso, Gilmar e Cármen. O caso foi retomado nesta sexta-feira (1) com o voto de Alexandre, que se juntou aos demais.