Covid-19: Uso de máscara volta a ser obrigatório em locais fechados. Confira

Prefeitura de Camaçari segue decreto estadual nº 21.744, que determina as circunstâncias nas quais estará restabelecida a obrigatoriedade do uso de máscaras, após o aumento de casos de Covid-19. A medida entrou em vigor nesta terça-feira (29), e tem o objetivo de conter a disseminação do coronavírus.

No município, o uso de máscaras voltará a ser obrigatório em hospitais e demais unidades de saúde (clínicas, UPA, farmácias); transporte público e seus respectivos locais de acesso, como estações de embarque e desembarque; salão de beleza e centro de estética; bares e restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos similares; templos religiosos; escolas e universidades; ambientes fechados, como cinema, teatro e museus.

Nesta quarta (30), novo decreto determina a obrigatoriedade de uso de máscara em shopping center, banco e lotérica.

Com informações do Camaçari Notícias

Foto Marcos de Paula

Emprego formal perde ritmo, demissões crescem e salário diminui

Entre contratações e demissões, o país teve saldo de 159.454 postos de trabalho formais em outubro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o “novo” Caged, divulgado nesta terça-feira (29) pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O resultado, embora positivo, mostra redução do ritmo de admissões, inferior ao de admissões, e salário menor. O estoque de emprego chegou a quase 43 milhões (recorde de 42.998.607).

Entre os setores de atividade, houve forte concentração em serviços, com saldo de 91.294 vagas. O comércio abriu 49.356, com a proximidade das festas de fim de ano. A indústria e a construção civil ficaram mais próximas da estabilidade (14.891 e 5.348, respectivamente), enquanto a agropecuária fechou 1.435 postos de trabalho.

O saldo no ano é de 2.320.252 vagas. Mas o ritmo de admissões é menor que o de demissões, segundo os dados do Caged. Enquanto as contratações cresceram 10,4% de janeiro a outubro, em comparação com igual período do ano passado, os desligamentos aumentaram 15,4%. A criação de empregos com carteira, em 2022, se concentra também em serviços (1.263.899).

Ainda pelos dados divulgados hoje, o salário médio de admissão (R$ 1.932,93) é 2,4% menor que o de desligamento (R$ 1.981,39). Ou seja, quem entra ganha menos do que aquele que perde o emprego. Essa situação se repete desde fevereiro. O salário dos contratados também cai há dois meses.

Redação CUT

Roberto Parizotti (Sapão)

Confiança cai em todos os setores industriais em novembro

Houve recuo também nas grandes, médias e pequenas empresas, que – entretanto – permanecem na zona de confiança

A confiança do empresário industrial recuou em todos os 29 setores pesquisados pela Confederação Nacional da Indústria em novembro, de acordo com levantamento divulgado nesta quinta-feira (24). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI – Resultados Setoriais) retraiu também em todos os portes de empreendimentos. Foram consultadas 2.132 empresas, sendo 846 de pequeno porte, 772 médias e 514 de grande porte.

A maior queda foi registrada no segmento de produtos de madeira, com declínio de 14,1 pontos. A CNI destacou que esta quede reflete a avaliação negativa do momento atual e expectativas negativas para os próximos seis meses. Mais seis áreas cruzaram a linha de 50 pontos, sainda da zona de confiança: couro; móveis; celulose, papel e produtos de papel; produtos de material plástico; máquinas e equipamentos = e produtos de borracha.

Por porte, o maior recuo ocorreu nas médias (10 pontos). A confiança em pequenas e grandes caiu 7,4 pontos e 7,7 pontos, respectivamente. Nesta classificação, puxados por 21 atividades, permanecem na zona de confiança.

Redação Bahia.ba

Prévia da inflação na Região Metropolitana de Salvador avança pelo 2º mês seguido

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,60% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em novembro, conforme calculado divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esta foi a segunda alta do índice em seguida, com uma interferência importante em ante o registrado em outubro (0,05%). Ainda assim, foi a menor prévia da mantida para um mês de novembro, na RM Salvador, desde 2019 (quando o IPCA-15 havia sido 0,01%).

Em relação ao nacional, o IPCA-15 de novembro da RMS ficou acima do verificado no país como um todo (0,53%) e foi o 5º mais alto entre as 11 áreas pesquisadas separadamente para calcular a prévia da identidade. Todas elas admiraram as altas em novembro, lideradas pela RM Recife/PE (0,78%), por Brasília/DF (0,78%) e por Goiânia/GO (0,66%).

Com o resultado do mês, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 6,44% no ano de 2022, até novembro. Segue acima do acumulado nacional (5,35%) e se mantém a segunda maior prévia da sobrevivência do país, abaixo apenas da registrada na RM Rio de Janeiro/RJ (6,50%).

No acumulado nos 12 meses encerrados em novembro, o IPCA-15 da RM Salvador segue como o mais alto do país (7,64%), embora continue desacelerando (aumentado menos) frente ao mês anterior (havia segurado em 8,58% em outubro). No país como um todo, esse está acumulado em 6,17%.

O quadro a seguir mostra os principais resultados do IPCA-15 de novembro para o Brasil e cada uma das áreas investigadas.

Grupos

Segundo o IBGE, foram registradas altas em sete dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice, puxados por transportes (1,98%) e saúde e cuidados pessoais (0,80%).

O grupo transportes (1,98%) teve o maior aumento, na RMS, e o primeiro após três deflações seguidas, em agosto (-6,74%), setembro (-2,66%) e outubro (-1,56%). ). Depois de quatro meses em queda, a gasolina voltou a aumentar de forma significativa (6,99%) e foi o item que, individualmente, mais contribuiu para alta na prévia da virada de novembro, na RMS.

Já os preços do grupo saúde (0,80%) aumentam seguidamente há nove meses, desde março. Em novembro, acompanhou influências importantes das altas nos planos de saúde (1,21%) e produtos para a pele (8,71%).

Com os maiores aumentos acumulados no ano (22,1%) e em 12 meses (25,30%), o grupo dormitório teve a segunda maior variação (1,53%) em novembro, na RMS, e também contribuiu de forma relevante para a garantia da prévia da sustentação no mês. Seguiu crescendo para cima tanto pelas roupas (1,42%) quanto pelos calçados e carros (2,12%).

Os alimentos (0,14%), por sua vez, apesar de terem voltado a apresentar alta média dos preços, depois da deflação no IPCA-15 de outubro (-0,09%), viram a segunda menor considerada em pouco mais de dois anos (desde agosto/20)

Produtos como o leite longa vida (-8,87%), o açúcar cristal (-3,05%) e o feijão carioca (-4,50%) ajudaram a conter a prévia da fermentação de novembro, na RMS.

Também foram importantes, nesse sentido, as quedas registradas nos grupos comunicação (-0,41%) e despesas pessoais (-0,04%), puxadas, respectivamente, pelos aparelhos telefônicos (-2,13%) e pelo salário dos empregados domésticos (-0,26%).

Redação Bahia.ba

Sindborracha volta à Bridgestone para cobrar soluções após surto de diarreia

Na última quarta, dezenas de funcionários foram parar na emergência. Esta já é a terceira vez

A menos de um mês da última reunião para tratar sobra a má qualidade do serviço prestado no refeitório da fábrica da Bridgestone Camaçari, aconteceu novo episódio. Mais de 40 funcionários precisaram de atendimento médico, na última quarta-feira (9).

De acordo com o diretor do Sindborracha, Eleandro Paixão, todos foram encaminhados para a emergência por conta de fortes dores de barriga e diarreia. A suspeita é de que tenha sido por conta por conta da refeição ou da água servidas no refeitório.

Esta é a terceira vez que isso acontece nos últimos três meses. Em outubro, diretores do Sindicato se reuniram com representantes da empresa para cobrar soluções. Mas, como parece que nenhuma providência foi tomada, voltaram à porta a fábrica para saber explicações do ocorrido e exigir melhores condições de trabalho na empresa. Como forma de pressionar a empresa, os trabalhadores decidiram paralisar as atividades na entrada do turno, nesta quinta-feira (10).

Segundo informações, a empresa colheu amostras da refeição e da água para análise. O Sindborracha reforça que está sempre atento às condutas do patronato e cobra soluções urgentes para o problema.

Carestia: cesta básica sobe e alimentos ficam mais caros em 12 capitais

As sequelas da má gestão econômica de Bolsonaro permanecem castigando brasileiros e brasileiras que precisam garantir o alimento de cada dia. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta alta generalizada no preço dos alimentos no mês de outubro e o comprometimento de mais de 58% do salário do trabalhador que recebe um salário mínimo.

Com a inflação descontrolada, o valor da cesta básica aumentou novamente e 12 capitais têm alta no custo dos alimentos. O Dieese calcula que o salário mínimo deveria ser de R$ 6.458,86 para as despesas básicas de uma família com quatro integrantes. Portanto, hoje o salário mínimo deveria ser 5,33 vezes maior que o piso nacional de R$ 1.212.

Leia mais: Com Lula, um novo tempo vem aí: Salário mínimo terá reajuste real em 2023

As capitais que mais sofrem com a elevação no preço dos alimentos são Porto Alegre (3,34%), Campo Grande (3,17%), Vitória (3,14%), Rio de Janeiro (3,10%) e, Curitiba e Goiânia (ambas com 2,59%).

De acordo com os dados do Dieese, a elevação dos valores na compra de alimentos cresceu tanto na comparação mensal (58,18%) como na anual (58,35%).

Os maiores vilões da alta foram o preço da batata, que subiu em todas as cidades da região Centro-Sul; do tomate, que aumentou em 13 das 17 capitais e o pão francês, que teve alta em 12 capitais.

Mais de 119 horas de trabalho por uma cesta

No governo de Bolsonaro, em outubro de 2022, o tempo médio de trabalho de um brasileiro ou brasileira para conseguir comprar os produtos da cesta básica foi de 119 horas e 37 minutos, conforme o Dieese. Em outubro de 2021, a jornada necessária era de 118 horas e 45 minutos.

Em outubro de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 119 horas e 37 minutos, maior do que o registrado em setembro, de 118 horas e 14 minutos.

Redação pt.com.br

Com menor verba em 11 anos, Bolsonaro cortou 34% do orçamento na educação básica

O verdadeiro lado sombrio de Bolsonaro, avesso à importância da educação na vida dos brasileiros e brasileiras, realiza um corte de 96% do orçamento para 2023 na educação infantil e 34% na educação básica, com redução de R$ 1,096 bilhão no programa “Educação básica de qualidade”, em comparação com 2022.

De acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), enviado por Bolsonaro ao Congresso Nacional em 31 agosto, os maiores cortes são na educação infantil, com projeção de R$ 5 bilhões para 2023, uma redução de 96% comparado ao ano de 2021.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também será afetada, com previsão de R$ 16,8 bilhões para 2023, um corte brusco de 56% em relação a 2021.

Menos verba em 11 anos

Dados compilados pelas consultorias de orçamento da Câmara dos Deputados e do Senado Federal apontam que a educação básica teve a menor previsão de verba dos últimos 11 anos.

A navalha de Bolsonaro afeta a maior parte da vida escolar dos alunos, que engloba a educação infantil, os ensinos fundamental e médio.

Além do corte orçamentário, os estudantes dessas etapas de ensino ainda sofrem sequelas da pandemia da Covid-19, quando foram fortemente impactados com as escolas fechadas. Além disso, a maioria dos alunos não conseguiu ter suporte necessário para o ensino remoto.

Durante a pandemia, a evasão escolar atingiu mais de 2 milhões de alunos. Segundo uma pesquisa de setembro de 2022 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 11% das crianças e adolescentes entre 11 e 19 anos estão fora da escola no Brasil.

Cortes sistemáticos

Em entrevista à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o professor da Universidade de São Paulo (USP) e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirma que além da redução do orçamento previsto para o ano que vem, quando retirada a complementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FNDE), que está fora do teto de gastos, a previsão de recursos para a educação no orçamento cai mais de R$ 7 bilhões.

São cortes sistemáticos que estão dentro de um projeto que consiste em transferir dinheiro das áreas sociais para outras áreas que beneficiam amigos do presidente, como não cobrar multas para quem comete crime ambiental e reduzir recursos sociais, e retirar dinheiro da saúde e da cultura, que são as principais formas de sobreviver e expressar do nosso povo”, explica.

Em infraestrutura e sem merenda

A avalanche de destruição do governo de Bolsonaro propõe ainda a redução de 97% em recursos para a infraestrutura de escolas. O dinheiro destinado para a construção, ampliação, reforma e adequação de escolas caiu de R$ 119,1 milhões para R$ 3,45 milhões.

Esse orçamento também seria usado para compra de mobiliário e outros equipamentos. Com o dinheiro reservado deixado por Bolsonaro, os estudantes só podem contar com a compra de apenas um ônibus escolar.

Estão previstos R$ 425 mil para este fim em 2023, recurso suficiente para comprar um veículo. A queda no valor representa 95% na comparação com este ano.

Além de iniciar o próximo ano sem escolas com uma boa infraestrutura, os estudantes também não terão alimento suficiente. Isso porque Bolsonaro vetou o reajuste de 34% ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que levará a prejuízos financeiros na ordem de R$ 1,4 bilhão por ano aos estados.

Redação pt.org.br

Foto site nova escola

Um em cada três carros vendidos no Brasil vai para locadoras

As locadoras de veículos seguem como principal cliente das montadoras no país, sendo responsáveis pela compra de 33% de todos os automóveis e comerciais leves vendidos no terceiro trimestre de 2022.

Segundo levantamento da ABLA (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), durante julho, agosto e setembro as locadoras compraram 179.048 veículos, 22% a mais do que o trimestre anterior, com 145.720 unidades compradas.

No comparativo com o período de janeiro a março, o crescimento foi de 129%. No primeiro trimestre as locadoras emplacaram 78 mil veículos.

No terceiro trimestre, o maior volume de vendas foi da Fiat, com mais de 46 mil veículos, seguida pela Volkswagen (41.638), Chevrolet (25.135), Hyundai (19.631) e Renault (13.870). No balanço geral de 2022, até setembro, Fiat e Volkswagen estão no topo do ranking, com 103.761 e 73.852 veículos entregues, respectivamente.

As locadoras de veículos vivem sua melhor fase, mesmo com os desafios da pandemia e a crise na indústria automotiva. Prova disso é que no ano passado o faturamento do setor cresceu 33,5%, de R$ 17,6 bilhões em 2020 para R$ 23,5 bilhões em 2021, segundo relatório anual da ABLA.

Redação automotivebusiness.com.br

Transição do governo Bolsonaro para Lula começa nesta quinta-feira (3)

A transição para o governo Lula (PT), eleito no último domingo (30) o novo presidente da República, deve começar oficialmente nesta quinta-feira (3). Conforme a revista Veja, o ministro-chefe da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL) deve receber, por volta das 14h, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), Gleisi Hoffmann (PT) e Aloizio Mercadante no Palácio do Planalto.

Após o pronunciamento de Bolsonaro na terça-feira (1º), Ciro Nogueira anunciou que o atual presidente havia autorizado que ele iniciasse o processo de transição quando recebesse a solicitação com base na lei.

A coluna Radar, da Veja, revelou, ainda, que pela manhã, no Congresso, haverá uma reunião entre o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral da Comissão Mista de Orçamento, e o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) para discutir mudanças no projeto do Orçamento do próximo ano e atender as necessidades do novo governo.

Também devem participar do encontro, marcado para as 10h30, sete senadores e deputados federais do PT e Mercadante. A “transição orçamentária” deve ser feita até o dia 16 de dezembro, quando o Congresso deverá votar a LOA.

Redação Bahia.ba

Foto reprodução Twitter Alckmin

Bloqueios nas rodovias provoca falta de peças nas linhas de montagem de veículos

O setor automotivo brasileiro sofreu nesta semana mais um duro golpe que afeta a sua capacidade de produzir veículos no país: o bloqueio de uma série de rodovias. Não bastassem a pandemia de covid-19, a falta de semicondutores no mercado, o conflito Rússia-Ucrânia e a alta de juros para dificultar a normalidade da atividade produtiva, agora paradas nas estradas devem diminuir ainda mais o ritmo nas linhas de produção. O bloqueio da circulação é promovido por manifestantes antidemocráticos desde segunda-feira, 31, para contestar o resultado das eleições.

O plano de imobilizar as principais vias de escoamento de produtos do país já refletiu na operação das montadoras. Dentro da Anfavea, a associação que as representa, o assunto é visto como algo entre médio e grave. Segundo apurou a reportagem junto à entidade, são vários os relatos de empresas que estão sem receber peças.

Ainda mais: há grupos de funcionários que não conseguem chegar até as fábricas para trabalhar. A saída paliativa dentro das fabricantes de automóveis, caminhões e máquinas agrícolas é manter a produção em ritmo mais lento, estendendo os turnos de forma a suprir a falta de quadro para troca de equipes. Nem todas conseguiram isso, segundo a associação, que confirmou que houve cancelamentos de turnos em parte das montadoras.

Bloqueios podem impactar no volume de produção do ano

“Vai acabar refletindo no volume de produção do mês”, informou uma fonte ligada às montadoras, revelando a expectativa em torno daquele que é o evento menos desejado pelas fabricantes, que vem se esforçando nos últimos dois anos para manter as linhas de montagem ativas apesar de todo o cenário global adverso que inviabiliza a regularidade da produção de veículos, principalmente com a escassez de semicondutores no mercado.

O setor traçou metas para o ano e paralisações como as que ocorrem no país desde a segunda-feira podem complicar a realização dos prognósticos. A perspectiva é de que o volume saído feito nas fábricas locais some em dezembro 2,3 milhões de unidades, o que configuraria um aumento de 4% sobre o produzido no ano passado. Contudo, há de se lembrar que o ritmo nas linhas caiu cerca de 13% nos últimos dois meses.

Produzir menos neste momento também pode agravar uma situação crônica que paira sobre o mercado automotivo, que é o longo tempo de entrega de veículos zero quilômetro à rede de concessionárias e, consequentemente, aos clientes. As montadoras vinham trabalhando para entregar o que já havia sido faturado pelas revendas em período que varia de três a seis meses, e um corte no escoamento dos carros montados torna o processo todo ainda mais desafiador.

Procurada pela reportagem, a Fenabrave, que é a entidade que representa as concessionárias brasileiras de veículos, informou que, por ora, ainda é muito cedo para avaliar possíveis reflexos dos bloqueios das estradas no negócio dos distribuidores. Por outro lado, não é raro observar nas imagens divulgadas desde ontem caminhões cegonha carregados imóveis em meio às longas filas que tomaram conta das rodovias nacionais.

Problemas logísticos

Para a Confederação Nacional do Transporte (CNT), que representa as empresas de transporte no Brasil, os bloqueios causam transtornos econômicos e “geram dificuldades para locomoção de pessoas, inclusive enfermas, além de dificultar o acesso do transporte de produtos de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos e combustíveis”.

No contexto das fabricantes de veículos, os bloqueios nas estradas também restringem o fluxo de partes e peças entre fornecedores e as linhas de produção. À reportagem, uma fonte ligada ao segmento de pesados informou que se acumulam as cargas de peças nas docas que seriam enviadas paras as montadoras. “Não chegam os caminhões que deveriam retirar os componentes. Os operadores de logística estão esperando a situação melhorar”, informou, em off, o interlocutor.

A situação, entretanto, poderá se estender ao longo da semana. Isso porque os grupos envolvidos nos bloqueios manifestam a intenção de seguir com o expediente, a despeito das operações de repressão ao movimento realizadas pelo poder público ao longo da terça-feira. Na rodovia Regis Bittencourt, que liga São Paulo a região Sul do país, caminhoneiros que participam do bloqueio afirmam que só sairão da pista “sob ordens superiores”, e que o movimento deverá seguir na quarta-feira, 2, um feriado nacional.

Na altura do quilômetro 20 da rodovia, policiais rodoviários dispersaram um grupo que se manifestava na região, mas, horas depois, as mesmas pessoas retornaram ao local para seguir com a manutenção do bloqueio.

Redação automotivebussiness.com

Foto Natália Scarabotto