A taxação sobra a importação de pneus se tornou um assunto polêmico, principalmente depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro zerou o imposto durante o seu governo, gerando uma grande crise no setor pneumático. Em março deste ano, a taxa de 16% sobre pneus importados para caminhões voltou a ser cobrada.
Na tentativa de reequilibrar o mercado diante do aumento das importações nos últimos três anos, a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) apeesentou à Câmara de Comércio Exterior (Camex) proposta para aumentar o imposto para 35%, tornando o pneu brasileiro mais competitivo. No entanto, a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip) é contra o aumento, sob a alegação de que um novo reajuste prejudicaria ainda mais a importação de pneus.
Para discutir acerca da cobrança, a Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados realizou audiência pública nesta terça-feira (10). Presente no debate, representando a Fenabor (Federação Nacional dos Trabalhadores da Borracha), o presidente do Sindborracha de Salvador e RegiãoMetropolitana, Josué Pereira, destacou os prejuízos causados no setor depois que a taxação foi zerada.
Josué apontou ainda a queda considerável produção de pneus por dia, como por exemplo na planta da Continental em Camaçari, que produzia, em média, 3 mil pneus para caminhões por dia e, atualmente, só produz 1.800. Para não ter prejuízos, as fábricas têm reuzidos os quadros de funcionários.
A onda de demissões que se formou no Brasil por conta da concorrência desleal não pode ser esquecida. Até porque muitos trabalhadores ainda estão pagando essa conta.