Além de escolher um presidente da República comprometido com as pautas sociais, como acabar com a fome e garantir saúde e educação gratuita e de qualidade; e as trabalhistas, como emprego decente, salário digno, garantias de direitos que constam da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é preciso escolher um Congresso Nacional que não vote para retirar direitos da classe trabalhadora. Essa é a orientação da CUT.
Por isso, nas eleições deste ano, os trabalhadores precisam analisar os candidatos antes de decidir em quem votar e não eleger quem votou contra seus direitos, como é o caso dos deputados aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), que são candidatos à reeleição.
Este ano, dos 52 deputados federais eleitos pelo PSL, partido de Bolsonaro nas eleições de 2018 que mudou de nome para União Brasil, todos são candidatos a reeleição. Do total, 47 vão tentar a reeleição à Câmara, o que representa mais de 90% do grupo.
São deputados que ajudaram a aprovar projetos que aumentaram a precarização do trabalho, a informalidade, o encolhimento da renda e acabaram com o sonho de se aposentadoria antes de morrer entre outras pautas que prejudicaram os trabalhadores.
Para ajudar o eleitor a fazer uma análise de como votaram os parlamentares, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), elaborou um guia informativo para o eleitor, a plataforma “quem foi quem” mostra a atuação de cada um dos parlamentares durante o mandato. É o caminho para que se possa avaliar quem representará melhor a classe trabalhadora no Congresso Nacional, a partir de 2023.
O Diap listou diversos projetos ruins para o povo e como votaram esses parlamentares. Entre os projetos estão a reforma da Previdência, flexibilização de leis trabalhistas, trabalho aos domingos e feriados sem hora extra, além de projetos como a escola em casa, voto impresso, flexibilização de licenciamento ambiental e liberação de agrotóxicos e privatização de estatais para mostrar a atuação dos parlamentares.
E o PortalCUT separou alguns casos de deputados bolsonaristas e do Centrão, primeiros aliados de Bolsonaro depois da posse, que querem se reeleger e que votaram contra os trabalhadores para facilitar a análise que cada um precisa fazer.
Veja como votaram os principais deputados bolsonaristas e aliados do Centrão que querem se reeleger:
Bia Kicis (PL/DF): a deputada, que faz parte da linha de frente do bolsonarismo teve uma atuação inteiramente voltada contra interesses sociais e dos trabalhadores. Por exemplo, votou contra a política de valorização do salário mínimo, a favor do congelamento dos salários de servidores públicos, a favor da liberação de agrotóxicos, a favor da penhora de imóveis como garantia de empréstimo, além de outras pautas que incluem o trabalho voluntário remunerado com meio salário mínimo, projeto considerado um facilitador para empresas explorarem mão de obra sem direitos e com baixo rendimento
Carla Zambelli (PL/SP): outra ferrenha defensora de Bolsonaro e de pautas conservadoras, a deputada teve atuação contrária aos interesses da classe trabalhadora e em pautas que atacam a democracia. Votou a favor do voto impresso, por exemplo, colocando a confiabilidade das urnas eletrônicas em dúvida. Também foi favorável à flexibilização das relações de trabalho proposta pela Media Provisória 905, da Carteira Verde e Amarela.
Eduardo Bolsonaro (PL/SP): filho do presidente, o deputado segue a cartilha do pai e, no Congresso, durante o mandato votou também 100% contra os trabalhadores. Na PEC 15/2022, ato eleitoreiro do governo para tentar ganhar popularidade, o filho 02 de Bolsonaro votou contra a permanência do auxílio de R$ 600,00. Além de todas as outras pautas
Joice Hasselman (PSDB-SP): ex-apoiadora do presidente, a deputada federal passou a combater Bolsonaro, mas em sua atuação no Congresso permaneceu “inimiga dos trabalhadores”. Acompanhando os ex-colegas de ala ideológica, Joice também votou 100% contra a classe trabalhadora.
Arthur Lira (PP-AL): o presidente da Câmara dos Deputados, manda-chuva do Centrão que se aliou ao presidente Jair Bolsonaro, foi favorável à reforma da Previdência e ao congelamento dos salários dos servidores.
Major Vitor Hugo (PSL/GO): integrante da bancada da bala e ex-líder do governo na Câmara, o deputado goiano é um dos que mais acompanha a agenda oficial do presidente da República. Segundo levantamento do Poder360, em 2021, o parlamentar apareceu vezes na agenda de Bolsonaro. Ele também é contrário aos interesses da classe trabalhadora e também defende flexibilização ainda maior do porte de armas.
Marco Feliciano (PL/SP): a agenda religiosa fundamentalista do deputado acompanha o posicionamento ideológico de que trabalhadores não devem ter direitos. O parlamentar, ligado à Assembleia de Deus, teve atuação 100% contrária aos interesses da classe trabalhadora.
Cabo Junio Amaral (PL/MG): outro integrante da bancada da bala, o parlamentar já fez ameaças ao ex-presidente Lula. Em abril deste ano, gravou um vídeo para suas redes sociais em que municia sua arma, dizendo; “Vou esperar você lá, tanto sua turma quanto você (…) vocês serão muito bem-vindos”. A fala fez alusão a uma afirmação de Lula, durante evento na sede da CUT, em São Paulo, que à época, sugeria pressionar parlamentares, de forma pacífica, a votar a favor de pautas e projetos de interesse da classe trabalhadora. No Congresso, o Cabo Junio também foi contrário aos interesses dos trabalhadores.
Além dos citados, todos os outros deputados ligados ao presidente Jair Bolsonaro votaram contra às pautas de interesse da classe trabalhadora.