O preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha só está tão alto porque Michel Temer e Jair Bolsonaro fizeram escolhas que punem a população e ajuda acionistas e empresários. Mas é possível mudar essa situação
Lula tem dito frequentemente que, se voltar a governar o Brasil, vai abrasileirar o preço dos combustíveis, ou seja, parar de fazer o brasileiro pagar o preço em dólar. E Lula diz isso porque sabe que a gasolina, o diesel e o gás de cozinha não precisavam custar tão caro.
Os altos preços que pagamos hoje por esses produtos é resultado de decisões políticas que começaram a ser tomadas ainda no governo de Michel Temer e continuam com Bolsonaro. Vamos entender:
1. O PPI e a dolarização dos combustíveis
O primeiro passo para a gasolina mais cara da história foi dado no governo de Michel Temer, que nomeou Pedro Parente como presidente da Petrobrás. Seguindo as ordens de Temer, Parente fez a Petrobras seguir o PPI, ou preço por paridade de importação.
Na prática, a Petrobrás passou a cobrar dos brasileiros o preço da gasolina, do diesel e do gás em dólar, mesmo se eles fossem produzidos no Brasil e em real.
Já Bolsonaro manteve essa mesma política. É por isso que, se o dólar sobe ou preço dos combustíveis aumenta lá fora, a gente paga mais aqui no Brasil também.
2. O desmonte da Petrobrás
E por que Temer e Bolsonaro mantiveram o PPI? Para fazer duas coisas: 1) vender a Petrobrás; 2) garantir mais dinheiro aos acionistas.
Como Temer e Bolsonaro sempre quiseram vender a Petrobras, o PPI foi uma forma de tornar as refinarias (fábricas de combustíveis) atraentes para os compradores estrangeiros. Eles sabiam que poderiam comprar as refinarias e depois vender o que fabricariam em dólar para os brasileiros.
Além disso, enquanto não vende toda a Petrobrás, o governo Bolsonaro faz a Petrobrás ter muito lucro vendendo gasolina cara para os brasileiros. E quem ganha com isso são os acionistas.
3. Estímulo à importação
Ao mesmo tempo em que o PPI ajuda Bolsonaro a entregar a Petrobrás e dar muito dinheiro a acionistas, também ajuda empresários a importar gasolina de fora e vender bem caro aqui no Brasil.
É um jogo claramente combinado entre governo e grandes empresários. Tanto é que apenas três meses antes de Temer instituir o PPI, foi criada no Brasil a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Ou seja, alguns ricos já sabiam que a gasolina ia virar um grande negócio no Brasil, à custa do povo.
Resultado: em setembro de 2021, o Brasil já importava 119% mais gasolina que no mesmo mês de 2020, segundo matéria do Poder 360.
4. Governo reduz a fabricação de combustíveis
E o governo Bolsonaro não só estimulou a importação de gasolina como também diminuiu a produção interna.
Estudo feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, mostrou que, entre 2016 e 2021, ou seja, a partir do governo Temer e ao longo do governo Bolsonaro, as refinarias brasileiras só produziram entre 75% e 80% do que podiam. Em 2013 e 2014, essa produção ficava perto de 100%.
Além disso, depois do impeachment contra Dilma Rousseff, o governo abandonou a construção de novas refinarias, inclusive paralisando obras iniciadas pelos governos do PT.
Ou seja, Bolsonaro diz que o PPI é necessário porque o Brasil precisa importar muita gasolina, mas foi ele mesmo quem fez o Brasil importar cada vez mais combustível.
Redação pt.org.br