Indústria de pneus se movimenta para evitar desabastecimento de matéria prima

A indústria de pneus global está de olho nos acontecimentos na Ucrânia. O país do leste europeu, junto com a Rússia, desempenha importante papel no abastecimento de matéria prima para pneus.

O maior risco está no abastecimento de negro de fumo. Os fabricantes localizados na Rússia respondem por aproximadamente 30% de participação de mercado europeu de negro de fumo. Isso significa aproximadamente 500.000 toneladas ao ano, com outras 50.000 toneladas oriundas da Ucrânia. Mercado europeu consome cerca de 1,64 milhão de toneladas ao ano.

Se expandirem sua capacidade, os produtores localizados dentro da Europa podem suprir 180.000 toneladas das 550.000 oriundas do Leste. Ainda fica bastante longe do necessário, o que vai forçar os produtores de pneus a buscar novas fontes mais distantes.

Falando dos elastômeros, a situação é um pouco melhor. 100.000 toneladas de borracha de butadieno (BR) são fornecidas à Europa Ocidental pela Rússia todos os anos. Especialistas afirmam que há outros países capazes de suprir isso.

É fato que não há sanções governamentais sobre as importações desses produtos, mas a pressão popular já fez com que várias empresas encerrassem suas operações na Rússia. Dentre elas, empresas de logística e cadeia de suprimentos, o que dificulta a movimentação de materiais para fora dos países em conflito.

Fonte: 54psi.com, por ABTB (Associação Brasileira de Tecnologia da Borracha)

Pandemia: fim do estado de emergência é seguir na contramão da proteção à saúde

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, segue anunciando políticas que vão na contramão da proteção à saúde, mas agradam o presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo que coloquem em risco a vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras e da população, como o anúncio feito no domingo (17), sobre o fim do estado de emergência de saúde pública, ou do estado de calamidade, em vigor no Brasil desde o início da pandemia.

A medida acendeu o sinal de alerta de especialistas tanto na área da saúde como em direitos trabalhistas, já que vai comprometer o enfrentamento à Covid-19, que ainda está em alta em países como China e Estados Unidos, e colocar a vida de milhões de pessoas em risco.

O governo Bolsonaro está ‘lavando as mãos’ para o Brasil e para os brasileiros, critica o deputado federal e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT).

“Bolsonaro está fazendo o que sempre quis fazer que é jogar a população brasileira ao risco de morte sem nenhum pudor”, acrescenta a secretária de Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida Silva.

Autoridades em saúde têm afirmado que a classificação, de estado de emergência, não é de competência do governo federal e sim da Organização Mundial da Saúde (OMS), que diz que ainda não é hora para tomar medidas como essa.

E a razão de tanta discordância com a medida anunciada pelo ministro é simples de entender. O fim do estado de emergência de saúde pública compromete o repasse de verbas para estados e municípios agirem com políticas de enfretamento ao coronavírus pois envolve a contratação e compra de insumos como as vacinas e medicamentos. Compromete também à saúde dos trabalhadores já que determina o fim de medidas restritivas para conter a disseminação do vírus, como a obrigatoriedade do uso de máscaras nos locais de trabalho, além de acabar com a possibilidade de trabalho remoto para pessoas de grupos de risco.

E para piorar ainda mais o cenário trágico, diz Madalena, em seu anúncio, o ministro não apontou nada sobre quais níveis de transmissão são aceitáveis hoje nos país e como será daqui para frente, caso a situação se agrave novamente. “Como disse Padilha, lavou as mãos para o país e para o povo”, disse a dirigente.

“O ministro ainda desconsidera que o país ainda não tem a população plenamente vacinada e tampouco os indicadores de casos e óbitos nos permitem abandonar as medidas sanitárias e que, os riscos de novas variantes são reais”, pontua a secretária.

Atualmente, depois de dois anos de pandemia, apenas cerca de 75% da população têm o esquema vacinal completo, ou seja, pelo menos duas doses da vacina. Enquanto isso, por causa dos novos surtos, Estados Unidos e China voltaram a adotar medidas de restrição de circulação, uso de máscaras e outros cuidados para conter a disseminação da doença.

E com o fim do decreto, mais uma vez, o governo federal age de forma unilateral ignorando as orientações da ciência, não dialogando com estados e municípios no sentido de alinhar um entendimento e construir caminhos para atuação conjunta e com base nas indicações científicas e o controle social através do conselho nacional de saúde.

“É a maneira de governar de Bolsonaro, que inclui criar uma falsa sensação de que está tudo bem, mas isso levará a população a relaxar nas medidas de proteção inclusive nos locais de trabalho”, diz Madalena, acrescentando que o efeito cascata será a redução de protocolos de segurança, de testagem e de uma maior dificuldade na notificação dos casos.

“Isso afeta diretamente trabalhador porque dificulta também a emissão do Comunicado de Acidente de Trabalho, o CAT, que contribui para fazer a relação entre o adoecimento e a morte em consequência de complicações causadas pela doença e assim, diminuindo o acesso aos direitos trabalhistas e previdenciários”, explica a secretária.

O movimento sindical, ela ressalta, continuará orientando a população e a classe trabalhadora sobre a adoção das medidas de segurança e da necessidade de vacinação contra o coronavírus.

 O que muda?

Além de prejudicar políticas públicas de enfrentamento à pandemia, reduzindo recursos e, consequentemente, o acesso da população a saúde, o fim do estado de emergência também altera todas as 170 portarias baixadas até agora desde o início da crise sanitária. Destacam-se as relações trabalhistas. Veja algumas mudanças:

Gestantes

Todas as gestantes, até mesmo aquelas que não tomaram a vacina deverão voltar ao trabalho presencial imediatamente

Home-office

A Medida Provisória 1.119 prevê que durante o estado de calamidade, o empregador pode alterar o regime de trabalho do presencial para o remoto e vice-versa, dispensando alteração no contrato de trabalho.  Depois do fim do estado de emergência a empresa vai ter ainda o poder de convocar trabalhadores para o presencial, mas respeitando um prazo de 15 dias. Se for o inverso – do presencial para o remoto – deverá haver concordância do empregado, conforme regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Férias

Até agora, há a possiblidade de o empregador informar férias com antecedência de 48h. Com o fim do decreto, o aviso volta a ser de 30 dias.

Trabalhadores por aplicativo

Com o estado de emergência há a determinação para as empresas pagarem ao entregador afastado por Covid-9, uma ajuda financeira durante 15 dias não prorrogáveis e seguro para cobrir acidentes durante o período de trabalho. Com o fim do decreto, caem essas regras.

Proteção e segurança

Apesar do fim do decreto, empresas poderão continuar adotando protocolos de segurança coimo uso de máscaras e álcool gel, bem como o distanciamento social. No entanto, conforme ressalta a secretária de Saúde da CUT, muitas vão abandonar as práticas “por economia ou para melhorar produtividade”.

Segundo especialistas em Direito do Trabalho ouvidos pelo O Globo, cerca de duas mil normas deixariam de existir com o fim do estado de emergência, mas oficialmente, as novas regras deverão ser anunciadas com a publicação do fim do decreto, o que, segundo o ministro, deve acontecer até o próximo fim de semana.

Fonte: CUT

 Foto: Tomas Silva/Agência Brasil

“Recuperação da industrial passa por investimentos em ciência e tecnologia”, diz Lula

Durante entrevista no início da noite de hoje, 18, para a Rádio Conexão 98 de Palmas (TO), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que uma recuperação do setor industrial do Brasil passa, obrigatoriamente, por investimentos pesados em educação, ciência e tecnologia, como forma de fomentar avanços.

“Para se transformar em um país industrial, é preciso que você faça investimento em ciência e tecnologia, é preciso que você faça mais universidades, mais escolas técnicas. Quando eu estava na presidência, o Brasil conquistou o 13º lugar na produção de artigos científicos nas revistas especializadas porque nós fizemos muito investimento em ciência e tecnologia. Isso acabou. As universidades hoje não têm dinheiro para cortar a grama na frente dos prédios, as escolas técnicas estão falindo”, lamentou o ex-presidente.

Segundo Lula, isso é um reflexo do total abandono, da parte do atual governo federal, em relação à produção de conhecimentos e diversos outros setores da economia. “Eu não acredito que tenha qualquer empresário sério defendendo a política de desenvolvimento do governo. Não existe política de desenvolvimento do Bolsonaro, o que existe é uma política de venda daquilo que foi construído ao longo de tantos e tantos anos porque não tem política de desenvolvimento, não tem projeto industrial. O problema é que como não tem governo, não tem projeto, então não tem investimento”, ressaltou.

Para o ex-presidente, a indústria, que chegou a responder por 30% do PIB brasileiro, percentual que hoje caiu para cerca de 10%, não tem como competir com tanta força no cenário internacional porque houve um atraso no investimento em novas tecnologias, diferente do que aconteceu em outros países, como Estados Unidos, Coreia do Sul e China.

“Nós perdemos o momento, a oportunidade de fazer investimento em ciência e tecnologia como a Coreia fez, como os Estados Unidos fizeram, mas não adianta ficar reclamando. Nós precisamos tirar o atraso para que daqui a 10, 20 anos, a gente tenha uma nova geração, uma geração de pesquisadores, de engenheiros, de cientistas, para que a gente possa discutir nichos de indústrias que possam ser competitivas no mercado internacional. O Brasil não quer ficar apenas como exportador de commodities, o Brasil quer exportar também produtos de valor agregado”, declarou Lula.

Ele também citou uma virada na balança comercial do Brasil com a Argentina, ocorrida em seu governo, como um exemplo de política industrial e desenvolvimento. “Quando eu cheguei na presidência da República, o fluxo comercial entre o Brasil e a Argentina era apenas de 7 bilhões de dólares, quando eu deixei era de 39 bilhões. Sabe o que o Brasil vendia para a Argentina? Não era carne, não era soja, não era milho, eram produtos de valor agregado, produtos industrializados. Porque se o Brasil não pode competir com a Alemanha, a gente pode competir com outros países. Acontece que as nossas indústrias vão fechando porque a economia não cresce”, afirmou.

Fonte: lula.com.br

Foto: Ricardo Stuckert

Quem vai pagar? Botijão de gás chega a custar R$ 160

Esse valor foi encontrado em Mato Grosso, segundo levantamento da ANP. Média nacional é de aproximadamente R$ 114, quase 10% do salário mínimo

O preço do botijão de gás de 13 quilos chega a R$ 160, valor máximo da pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esse valor foi encontrado em Mato Grosso. Na média nacional, o gás de cozinha (GLP) chega a R$ 113,66, quase 10% do salário mínimo. O levantamento foi feito entre os dias 10 e 16, em 3.881 municípios.

Enquanto o maior preço foi registrado em Mato Grosso, o menor foi encontrado no Maranhão: R$ 78, ou 51% a menos. Considerando apenas os preços médios de cada unidade da federação, o custo com um botijão vai de R$ 102,30 (Rio de Janeiro) a R$ 135,44 (Mato Grosso). Em São Paulo, a média é de R$ 112,89, com o valor variando de R$ 90 a R$ 149.

Já os preços máximos atingem ainda R$ 150 no Pará, em Rondônia e em Santa Catarina, R$ 145 no Acre e em Goiás e R$ 140 no Amazonas, em Minas Gerais e no Paraná. Os mínimos depois do Maranhão, são registrados no Rio (R$ 85), na Bahia (R$ 88) e em Pernambuco (R$ 90).

Segundo o IBGE, o IPCA acumulado em 12 meses soma 11,30% até março. Já o gás de cozinha tem alta de 29,56% em igual período.

Fonte: CUT

Volkswagen interrompe produção em São Bernardo do Campo

A falta de componentes faz a Volkswagen mais uma vez decretar shutdown em sua fábrica de Anchieta. A unidade de São Bernardo do Campo (SP) está com a produção interrompida desde segunda-feira (18). A paralisação será estendida até quarta (20), com previsão de volta aos trabalhos só na segunda-feira (25) devido ao feriado “prolongado” de Tiradentes (21), que “inclui” o Carnaval adiado pela pandemia.

A montadora alega que a linha de montagem do ABC paulista foi paralisada por falta de semicondutores, mas fontes informam também problemas no fornecimento de pneus.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, cerca de 3 mil trabalhadores foram dispensados do trabalho nesses três dias, dentro do banco de horas previsto no acordo coletivo entre os funcionários e a Volks. Porém, aproximadamente 1 mil colaboradores continuam na unidade para efetuar reparos nas linhas durante o shutdown.

Vale lembrar que a falta de peças também afetou a produção da Mercedes-Benz no ABC. A empresa condeceu férias coletivas na unidade, que se iniciaram também no dia 18.

Taubaté também está parada, mas para mudanças

A fábrica da VW em Taubaté (SP) também ficará parada por uma semana e só voltará às atividades na próxima segunda (25). A Volks alega que, além do feriado municipal do dia 18, haverá shutdown de três dias para adequação da linha de produção, que receberá, em breve, o Polo Track, nova versão de entrada com apelo aventureiro do hatch compacto que deve ser lançado entre o fim de 2022 e início de 2023.

Fonte: automotivebusiness.com.br

Trabalhadores da Continental aprovam proposta de acordo coletivo 2022/2023

Em assembleia geral única, na manhã dessa quarta-feira (20), os trabalhadores da Continental aprovaram o acordo coletivo, válido para os anos de 2022 e 2023. A reunião de abertura do processo negocial foi realizada no final de março e as rodadas de negociação entre a direção do Sindborracha de Camaçari e representantes da empresa ocorreram na última segunda-feira (18).

Confira a proposta:

2022

– Reajuste salarial com base no INPC, para outubro de 2022

– PPR de R$ 12.500

– Adiantamento de PPR de R$ 10.500

– Abono único R$ 3 mil

– Tíquete alimentação de R$ 520

– Auxílio creche para filhos até 2 anos R$ 400

– Auxílio para filhos portadores de necessidades especiais R$ 300

– Kit escolar para filhos entre 2 e 15 anos

2023

– Reajuste salarial com base no INPC

– PPR de R$ 13 mil

– Adiantamento de PPR de R$ 11 mil

– Reajuste do tíquete alimentação de acordo com o INPC

– Auxílio creche para filhos até 2 anos R$ 400

– Auxílio para filhos portadores de necessidades especiais R$ 300

– Kit escolar para filhos entre 2 e 15 anos

Além disso, foram propostos:

*Unificação do desconto do transporte para 0,90% sobre o salário base para todos os colaboradores que usam o transporte fretado

*Reajuste da ajuda de custo dos valores do transporte das regiões não atendidas pelos roteiros de acordo com o INPC

*Estabelecimento do limite de 80 horas para lançamento coletivo no banco de horas

*Ajuste no limite do saldo do banco de horas para pagamento/desconto de 30 para 40 horas

*As horas extras trabalhadas nos feriados serão pagas automaticamente na folha de pagamento do mês corrente, com a opção de lançamento em dobro das horas trabalhadas no banco de horas

*Lançamento automático de dois feriados por ano em banco de horas. Única e exclusivamente para esses dois feriados não haverá a opção de pagamento. A empresa creditará para cada hora trabalhada no feriado 2h30 no banco de horas.

*Manutenção dos demais itens do acordo coletivo

Preço da gasolina bate recorde após novo aumento em abril

O preço médio nacional da gasolina foi de R$ 7,498 na primeira quinzena de abril, o maior já registrado no País. O valor representou alta de 2,9% na comparação com março (R$ 7,288). As informações foram coletadas entre 1º e 13 de abril pela ValeCard, empresa que monitora, desde janeiro de 2019, preços em mais de 25 mil postos brasileiros.

De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, publicadas nesta segunda-feira (18), nos últimos 12 meses, a alta da gasolina foi de 30,7%. O combustível custava em média R$ 5,737 em abril.

Entre os estados que registraram as maiores altas estão Piauí (5%), Paraná (4%) e Pernambuco (3,9%).

Entre as capitais, o valor médio da gasolina foi de R$ 7,461. Teresina (R$ 8,245), Aracajú (R$ 7,760) e Rio de Janeiro (R$ 7,758) foram as capitais com preços mais altos na primeira quinzena de abril.

Já os menores valores médios foram encontrados em Porto Alegre (R$ 6,740), Cuiabá (R$ 6,939) e Florianópolis (R$ 6,966).

Na cidade de São Paulo, preço médio na primeira quinzena foi de R$ 6,999.

Fonte: CUT

Foto:  Marcelo Camargo/Agência Brasil

Governo anuncia reajuste do salário mínimo sem ganho real, pela quarta vez

Apesar da inflação dos últimos 12 meses ter batido mais de 11% o governo de Jair Bolsonaro (PL), apresentou uma proposta de reajuste do salário mínimo de 6,7% – índice que reflete a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para este ano. Com isso, o atual salário mínimo passaria de R$ 1.212 para R$ 1.294 – um aumento de apenas R$ 82.

O índice do reajuste consta no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2023 e foi enviado também no dia 14 ao Congresso Nacional. O PLDO ainda apresentou previsões de R$ 1.337 para o salário mínimo em 2024 e de R$ 1.378 para 2025.

O valor do salário mínimo para o próximo ano ainda pode ser alterado, dependendo do valor efetivo do INPC neste ano. Pela legislação, o presidente da República é obrigado a publicar uma medida provisória até o último dia do ano com o valor do piso para o ano seguinte.

Fim da Política de Valorização do Salário Mínimo

Embora o índice ainda possa ser alterado, desde que assumiu a presidência, Bolsonaro nunca aplicou a Política de Valorização do Salário Mínimo, dos governos Lula e Dilma (PT), que seguia o reajuste de acordo com uma fórmula que previa o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) de dois anos anteriores mais a inflação oficial do ano anterior.

Com essa política proposta pela CUT com o apoio das demais centrais sindicais, o salário mínimo, nos governos do PT,  teve uma valorização real de 77,01%, entre 2013 e 2017, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Mas desde 2020, o reajuste passou a seguir apenas a reposição do INPC e o poder de compra do salário mínimo é menor a cada ano.

O fim da valorização do salário mínimo é motivo de críticas tanto de economistas progressistas como do próprio ex-presidente Lula que tem criticado o argumento dos neoliberais de que aumento de salário de trabalhador provoca inflação.

“Queremos empregos, queremos aumento de salário, vamos reajustar o salário mínimo todo ano de acordo com o crescimento do PIB, além da inflação”, disse Lula no encontro com sindicalistas, realizado na quinta-feira passada (14).

Quem ganha até um salário mínimo no Brasil?

No último trimestre de 2021, o total de trabalhadores ocupados que recebiam até 1 salário mínimo era de 33.399.968. Desses, com carteira assinada eram  7,2 milhões eram ocupados  no setor privado, 667 mil no emprego doméstico; 227,8 mil no setor público  e 786,6 mil eram estatutários no setor público, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD Continua).

Os últimos dados consolidados da Previdência, no qual é possível inferir faixas de valor, são para o ano de 2019.

Naquele ano, de um total de 29.051.662 beneficiários(as) da Previdência, 15.598.487 recebiam exatamente 1 salário mínimo de benefício, sendo que ainda 608.057 recebiam abaixo desse valor.

Fonte: CUT, com informações da Agência Brasil

Volkswagen retoma produção em Taubaté em fevereiro e prepara lay-off

A Volkswagen pretende retomar a produção na fábrica de Taubaté (SP) em 3 de fevereiro, em apenas um turno, informou a montadora e o sindicato dos metalúrgicos local. A unidade está sem produzir desde 23 de dezembro em função das modificações que a montadora está fazendo na linha para produzir um novo modelo sobre a plataforma MQB. Os trabalhadores estão em férias coletivas desde 4 de janeiro.

Um turno na unidade equivale a cerca de 1,2 mil trabalhadores. Parte dos demais funcionários do quadro da fábrica, cerca de 2 mil pessoas, deverá entrar em lay-off a partir de fevereiro por período que pode durar de dois até cinco meses, de acordo com a legislação trabalhista. A montadora confirmou que protocolou um pedido para a unidade junto ao Ministério do Trabalho.

Fábrica da VW trabalhará em ritmo menor em 2022

Segundo fonte ouvida pela reportagem, o segundo turno não voltará a operar em 2022, considerando condições de fornecimento e de mercado, afora os ajustes na linha. O cenário, inclusive, já levou fornecedores da unidade a demitirem os funcionários que atuavam no segundo turno em Taubaté.

“A montadora pretende operar na unidade em apenas um turno, fazendo revezamento por meio das medidas de manutenção do emprego, como é o caso do lay-off”, informou a fonte na segunda-feira, 24. Em Taubaté são montados os modelos compactos Gol e Voyage. É esperada para a unidade a produção do Polo Track, que será lançado em 2023 e é fruto de parte dos R$ 7 bilhões que a companhia anunciou para a região até 2026.

A montadora, no entanto, informou que retomará o segundo turno de produção em abril. A Volkswagen informou, ainda, que as demais unidades produtivas – São Bernardo do Campo (SP), São Carlos (SP) e São José dos Pinhais (PR) – estão operando normalmente após pausas para férias coletivas. Em São Bernardo do Campo a montadora afirma haver um excedente de 2,3 mil funcionários e, por isso, um Programa de Demissão Voluntária (PDV) está em curso na unidade.

A fábrica, onde são produzidos os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro, está operando em um turno desde novembro. Ali, 1,5 mil funcionários estão com os contratos de trabalho suspensos.

Foto: automotivebusiness.com.br

Vendas de veículos ganham força na 1ª quinzena de abril

Depois de um primeiro trimestre abatido, as vendas de veículos enfim mostraram alguma reação na primeira quinzena de abril. Até o dia 14 foram licenciados 73,9 mil veículos novos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O número representa evolução de 13,5% sobre a primeira metade de março.

Os dados do Renavam foram adiantados por uma fonte a Automotive Business. Com esse resultado, a média de emplacamentos foi de 7,3 mil veículos em cada um dos 10 dias úteis da quinzena. O ritmo é mais alto do que as 6,6 mil unidades/dia registradas ao longo do mês de março.

Caso as vendas de veículos sigam nesse compasso durante a segunda metade de abril, o setor deve alcançar os 130 mil emplacamentos esperados pelo setor da distribuição de veículos para o mês.

Expectativa de melhora nos próximos meses

Caso a tendência de fortalecimento das vendas se mantenha, o mercado vai convergir para a expectativa da Anfavea, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil. Segundo a organização, desde o começo do ano a expectativa era de um primeiro trimestre com demanda mais fraca, com melhora gradativa nos meses seguintes.

Outro fator que pode ter influenciado a melhora do patamar de vendas é a redução do IPI, Imposto sobre Produto Industrializado. Alíquota ficou 18,5% menor para automóveis, o que pode representar diminuição de 1% a 4% no preço dos veículos. Ainda assim, há a promessa do governo de uma nova diminuição do tributo, o que pode manter muitos clientes em compasso de espera até que a desoneração seja, de fato, implementada.

Apesar da melhora na quinzena, a própria Anfavea admite que o cenário é um tanto adverso. A falta de semicondutores para fabricar veículos persiste, impedindo as empresas de abastecerem suas concessionárias. Além disso, a alta de inflação e, consequentemente, dos juros para conter a escalada de preços, tem tornado o financiamento de veículos caro demais para a maior parte dos brasileiros.

Fonte: automotivebusiness.com.br