Pneus do futuro: Gigantes Michelin e General Motors lançam pneu que não fura e promete revolucionar a indústria automotiva no mundo

As gigantes da indústria automotiva, Michelin e General Motors, desenvolveram um pneu sem ar que não fura. A tecnologia elimina explosões além de reduzir o uso de matérias-primas e resíduos, contribuindo para um mundo com zero acidentes, zero emissões e zero congestionamento.

O desenvolvimento foi longo e levou mais de dez anos para os gigantes fabricantes de veículos e pneus para indústria automotiva, General Motors e Michelin, encontrarem a solução definitiva. Mas o projeto parece estar à frente da curva e a venda do tão esperado Uptis – o pneu do futuro, sem ar e que não fura, pode acontecer dentro de um ano.

A ideia por trás do Uptis (Unique Puncture-Proof Tyre System) é que a roda suporta o peso do carro através de raios flexíveis feitos de uma mistura de fibra de vidro e borracha, materiais que fornecem a flexibilidade e rigidez necessárias para rolar, em vez de usar o ar pressurizado como elemento interno.

As vantagens não são poucas, uma vez que os pneus Uptis eliminam o risco de perfuração, estouro ou danos irremediavelmente danificados, e também não exigem revisão periódica das pressões de inflação.
A tecnologia sem ar faz com que o Protótipo Uptis elimine furos e explosões. Isso significa que a Uptis oferece um potencial significativo para reduzir o uso de matérias-primas e resíduos, contribuindo para a visão da GM para um mundo com zero acidentes, zero emissões e zero congestionamento.

E Michelin diz que eles também serão mais duráveis do que pneus clássicos e mais verdes em seu ciclo de uso. Estima-se que 200 milhões de pneus sofrem danos em sua estrutura a cada ano (ou desgaste prematuro em sua banda de rodagem) e devem ser desfeitos.

Outro argumento a favor da Uptis são as vantagens para os gestores de frotas de veículos, que verão seus custos de manutenção consideravelmente reduzidos.

Até agora, essa tecnologia sem ar só tinha sido aplicada em veículos muito especiais, como rovers de exploração espacial. No entanto, eles poderiam em breve substituir os pneus convencionais em larga escala, mas ainda não se sabe qual o preço que eles terão no mercado.

Já antes de sua aparição, o Michelin Uptis, que já registrou mais de 50 patentes próprias, foi reconhecido com importantes prêmios de inovação na Europa e na América, como o Prêmio Roda de Roda De Ouro 2019 (Alemanha) e o Avt Aces Award 2020 (EUA).

GM fez testes e validação do Protótipo Uptis em uma frota de testes de Michigan de EVs Chevrolet Bolt.

Os teste tiveram início em 2019 no carro Chevrolet Bolt. E tem previsão para início das vendas em 2024. A empresa Bridgestone quer ser a primeira a lançar em suas empresas, tendo como prioridade os carros comerciais.

“A General Motors está entusiasmada com as possibilidades que a Uptis apresenta, e estamos entusiasmados em colaborar com a Michelin nesta tecnologia inovadora”, disse Steve Kiefer, vice-presidente sênior de Compras e Supply Chain da General Motors. “A UPTIS é um ajuste ideal para impulsionar a indústria automotiva no futuro e um grande exemplo de como nossos clientes se beneficiam quando colaboramos e inovamos com nossos parceiros fornecedores.”

Fonte: Clickpetroleoegas

Foto: Automotivo, Veículos Elétricos

Audiência pública na Câmara Federal discute sobre taxação de importação de pneus

A taxação sobra a importação de pneus se tornou um assunto polêmico, principalmente depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro zerou o imposto durante o seu governo, gerando uma grande crise no setor pneumático. Em março deste ano, a taxa de 16% sobre pneus importados para caminhões voltou a ser cobrada.

Na tentativa de reequilibrar o mercado diante do aumento das importações nos últimos três anos, a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) apeesentou à Câmara de Comércio Exterior (Camex) proposta para aumentar o imposto para 35%, tornando o pneu brasileiro mais competitivo. No entanto, a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip) é contra o aumento, sob a alegação de que um novo reajuste prejudicaria ainda mais a importação de pneus.

Para discutir acerca da cobrança, a Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados realizou audiência pública nesta terça-feira (10). Presente no debate, representando a Fenabor (Federação Nacional dos Trabalhadores da Borracha), o presidente do Sindborracha de Salvador e RegiãoMetropolitana, Josué Pereira, destacou os prejuízos causados no setor depois que a taxação foi zerada.

Josué apontou ainda a queda considerável produção de pneus por dia, como por exemplo na planta da Continental em Camaçari, que produzia, em média, 3 mil pneus para caminhões por dia e, atualmente, só produz 1.800. Para não ter prejuízos, as fábricas têm reuzidos os quadros de funcionários.

A onda de demissões que se formou no Brasil por conta da concorrência desleal não pode ser esquecida. Até porque muitos trabalhadores ainda estão pagando essa conta.

IPCA: preços caem 0,02% em agosto, na primeira deflação do ano

Dois grandes grupos registraram queda e puxaram o índice geral para baixo, Alimentação e bebidas, e Habitação. Com isso, o país tem uma inflação acumulada de 4,24% em 12 meses.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços caíram 0,02% em agosto, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Neste mês, dois dos nove grupos do indicador tiveram queda, puxando a primeira deflação do ano e menor índice desde junho de 2023 (-0,08%).

O grupo Alimentação e bebidas registrou queda de 0,44% em agosto, contribuindo para recuo de 0,09 ponto percentual (p.p.) do índice geral. Já em Habitação, a baixa foi de 0,51% e redução de 0,08 p.p. Juntos, os dois grupos representam 36,53% do IPCA completo. (saiba mais abaixo)

Assim, o resultado geral de agosto representa uma desaceleração contra o mês anterior, já que o IPCA de julho teve alta de 0,38%. Em agosto de 2023, os preços haviam subido 0,23%.

O país tem, portanto, uma inflação acumulada de 4,24% em 12 meses, dentro do intervalo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado do ano, a alta é de 2,85%.

O resultado é ligeiramente melhor do que a expectativa do mercado financeiro, que esperava 0% para o mês e acumulado de 4,26% em 12 meses.

Veja o resultado dos grupos do IPCA:
Alimentação e bebidas: -0,44%;
Habitação: -0,51%;
Artigos de residência: 0,74%;
Vestuário: 0,39%;
Transportes: 0,00%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,25%;
Despesas pessoais: 0,25%;
Educação: 0,73%;
Comunicação: 0,10%.

Alimentos em queda

O grupo Alimentação e bebidas registrou seu segundo mês consecutivo de quedas, puxado novamente pelo subgrupo Alimentação no domicílio (-0,73%). Ali estão presentes os alimentos in natura, que tiveram problemas no início do ano pelas complicações climáticas.

Com uma redução dos choques e encerramento do fenômeno El Niño, o IBGE destaca as quedas de preços da batata inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%). Entre os subitens que tiveram alta no mês, estão o mamão (17,58%), a banana-prata (11,37%) e o café moído (3,70%).

“O principal fator que contribuiu para a queda nos preços foi uma maior oferta desses produtos no mercado por conta de um clima mais ameno no meio do ano, que favorece a produção desses alimentos, com maior ritmo de colheita e intensificação de safra”, destaca André Almeida, gerente da pesquisa de preços do IBGE.
A Alimentação fora do domicílio teve alta de 0,33%, mas o avanço foi ligeiramente menor do que no mês de julho (0,39%). O lanche desacelerou de 0,74% para 0,11% em agosto. A refeição passou de 0,24% para 0,44%.

Já o grupo Habitação foi influenciado por uma forte deflação da energia elétrica residencial. A conta de luz teve queda de 2,77% no mês, por conta da mudança de bandeira tarifária no mês — de amarela em julho para verde em agosto.

O IBGE também destaca reajustes tarifários para baixo em zonas de abrangência da pesquisa, como Porto Alegre (-0,69%), Vitória (-1,49%), São Paulo (-3,07%), São Luís (-4,52%) e Belém (-5,63%).

Com isso, a energia elétrica residencial sozinha teve a principal contribuição negativa para o índice geral, com -0,11 p.p.

O grupo Transportes, um constante protagonista das divulgações de preço, teve estabilidade em agosto. O subgrupo de Combustíveis teve alta de 0,61%, com altas de gás veicular (4,10%), gasolina (0,67%) e óleo diesel (0,37%).

A gasolina, inclusive, teve o maior peso positivo no IPCA de agosto, com contribuição de 0,04 p.p. no índice geral. Já são 3,84% de alta para o combustível nos últimos dois meses, após o reajuste da Petrobras para as refinarias desde 9 de julho.

Por outro lado, a passagem aérea teve queda de 4,93% nos preços. Em julho, o subitem costuma registrar avanços fortes por conta das férias escolares, mas neste mês teve boa contribuição negativa para o IPCA, com -0,03 p.p.

Serviços e monitorados

O pós-férias também ajudou a desacelerar o índice de serviços contra o mês de julho. Houve alta de 0,75% no mês anterior para uma alta de 0,24% em agosto.

Além da passagem aérea, itens como o pacote turístico (-1,34%) e aluguel de veículo (-6,40%) recuaram, por exemplo. A hospedagem subiu (1,96%).

Na janela de 12 meses, a inflação de serviços passou de 5,01% em julho para 5,18% em agosto. Com a aceleração do acumulado, o indicador chegou ao maior valor desde fevereiro.

Pelo lado dos monitorados, itens cujos preços são definidos pelo setor público ou por contratos, foram influenciados pela baixa da energia elétrica.

Assim, na janela de 12 meses, o acumulado dos monitorados passou de 7,04% em julho para 5,58% em agosto. É o menor resultado desde julho de 2023, quando marcava 3,64%.

INPC tem queda de 0,14% em agosto
Por fim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve queda de 0,14% em agosto. Em julho, a alta foi de 0,26%.

Assim, o INPC acumula alta de 2,80% no ano e de 3,71% nos últimos 12 meses. Em agosto de 2023, a taxa foi de 0,20%.

Fonte: G1

Foto: Reprodução/TV Globo

Preços dos produtos da cesta básica caem em 17 capitais, aponta Dieese

Fortaleza (CE) tem queda mais expressiva, em seguida vêm João Pessoa (PB) e Goiânia (GO). O tomate foi o produto que mais caiu de preço

Os preços da cesta básica caíram em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) entre julho e agosto de 2024. As quedas mais expressivas foram registradas em Fortaleza (-6,94%), João Pessoa (-4,10%), Goiânia (-4,04%), Porto Alegre (-3,78%), Florianópolis e Natal (-3,38%), e Salvador (-3,28%).

São Paulo teve o maior valor da cesta básica, com o conjunto de alimentos custando R$ 786,35, seguida por Florianópolis (R$ 756,31), Rio de Janeiro (R$ 745,64) e Porto Alegre (R$ 740,82). Já as capitais do Norte e Nordeste apresentaram os menores custos: Aracaju (R$ 516,40), Recife (R$ 533,12) e João Pessoa (R$ 548,90).

Na comparação anual, entre agosto de 2023 e agosto de 2024, houve aumento no custo da cesta básica em nove cidades, com destaque para São Paulo (5,06%), Goiânia (4,11%), Belém (3,88%) e Vitória (3,53%). Por outro lado, Recife (-8,20%) e Aracaju (-4,84%) registraram as maiores quedas.

Nos primeiros oito meses de 2024, seis capitais tiveram aumento nos preços médios da cesta, sendo as altas mais significativas em São Paulo (3,33%) e Belém (3,02%). As retrações ocorreram em 11 capitais, variando de -3,66%, em Brasília, a -0,02%, em Curitiba e Salvador.

O que mais caiu e subiu

O preço do quilo do tomate registrou queda generalizada entre julho e agosto em todas as capitais pesquisadas. As variações negativas oscilaram entre -43,11% em Fortaleza e -6,96% em Campo Grande. O recuo nos preços é atribuído ao aumento da oferta, impulsionado pelas altas temperaturas.

Já o quilo do café em pó teve elevação no preço  em todas as capitais entre julho e agosto, com variações que vão de 1,06% em Florianópolis a 13,75% em Goiânia. O óleo de soja, no varejo, também subiu em 15 das 17 capitais. A alta mais significativa foi verificada em Belo Horizonte (10,07%).

 Valor do salário mínimo

Com base na cesta básica mais cara, registrada em São Paulo, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.606,13 em agosto de 2024, o equivalente a 4,68 vezes o salário mínimo atual, de R$ 1.412,00. Em julho, o valor necessário era de R$ 6.802,88. Em agosto de 2023, o mínimo necessário seria de R$ 6.389,72, 4,84 vezes o piso de R$ 1.320,00 vigente à época.

Fonte: CUT Brasil

Foto: Valter Campanato /Agência Brasil

GM vai investir R$ 5,5 bilhões nas fábricas de São Caetano e São José dos Campos

Aporte faz parte do pacote de R$ 7 bilhões divulgado no início de janeiro

A General Motors anunciou nesta quarta-feira (04/09) investimentos de R$ 5,5 bilhões nas suas unidades instaladas no Estado, entre as quais as fábricas de São Caetano e de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. O aporte faz parte do pacote de R$ 7 bilhões divulgado no início de janeiro e prevê desenvolvimento de motores híbridos flex, lançamento de novos modelos – o que inclui dois veículos leves com a futura tecnologia, que combina um motor movido a gasolina ou etanol com outro elétrico – e modernização de todas as instalações produtivas e operacionais em São Paulo. O grupo de executivos presente ao evento, realizado no período da manhã, foi unânime ao destacar a preocupação da companhia com a sustentabilidade.

O vice-presidente sênior da GM e presidente da GM International, Shilpan Amin, que veio ao Brasil especialmente para o anúncio, destacou que o investimento será responsável pela maior transformação da história da companhia no país. “A eficiência energética e a economia de combustível estão se tornando cada vez mais importantes para os consumidores no Brasil assim como no mundo. É por isso que estamos avançando com nossos clientes para uma nova era, com veículos cadas vez mais conectados e sustentáveis.

O executivo reforçou que o Brasil é um dos três principais mercados da companhia e que, por suas dimensões, é um constante desafio à montadora. “E isso nos motiva a investir e buscar novas tecnologias. A Chevrolet faz parte da história do Brasil, desempenhando um papel fundamental na economia e na vida de muitas famílias há gerações”, comentou, ao lembrar que a empresa completa, em 2025, 100 anos de atividades no País.

O governador Tarcísio de Freitas, por sua vez, lembrou que os R$ 5,5 bilhões da GM entram para a conta de investimentos anunciados até agora no Estado, da ordem e R$ 400 bilhões, que resultam na geração de empregos, de renda, consumo e, consequentemente, de mais recursos para o Estado, o que dá ao governo maior capacidade de investimento. “Investimentos como o da GM, que aqui mostra seu compromisso com São Caetano e o Estado, garantem a permanência dos empregos em São Paulo. As empresas do setor anunciaram até agora investimentos de R$ 50 bilhões na modernização de suas plantas, em novos produtos e tecnologias”.

Tarcísio disse que o governo tem colaborado na medida em que mantém diálogo constante com executivos do setor automotivo na busca por iniciativas que possam impulsionar toda a cadeia, até como forma de enfrentar a força de incentivos fiscais que outros Estados oferecem para instalação de empresas. “Uma das medidas que pode servir de exemplo é o projeto de lei que enviei à Assembleia Legislativa que prevê isenção de IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) para os veículos híbridos”, falou.

Para o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, a produção de veículos híbridos flex no país reforça o compromisso da companhia com a questão ambiental ao agregar benefícios do biocombustível e da eletrificação nos veículos. “Vamos iniciar a produção local com dois modelos híbridos leves”, comentou, ao lembrar que a GM estuda novas tecnologias, como o motor híbrido plug-in flex, que permite abastecer o veículo com gasolina, etanol ou energia elétrica. “Temos planos também de ampliar a linha de veículos elétricos, já a partir do ano que vem.”

Rory Harvey, vice-presidente executivo e presidente de mercados globais da montadora, também bateu na tecla de que o aporte tem como foco o desenvolvimento de tecnologias para reforçar as ações da companhia em relação à questão ambiental. “Os investimentos que estamos anunciando irão fortalecer os planos da mobilidade sustentável da General Motors no Brasil, que será o primeiro mercado a oferecer a tecnologia híbrida flex da GM no mundo”, afirmou.

O evento contou ainda com a presença de outros executivos e funcionários da GM, do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior, dos deputados estaduais Thiago Auricchio e Ana Carolina Serra, de secretários do governo Tarcísio e de sindicalistas, como Aparecido Inácio da Silva, o Cidão (presidente dos metalúrgicos de São Caetano).

Fonte: Repórter diário

Foto: Divulgação

CUT lança “Plataforma Eleitoral 2024 ”com 13 pontos em defesa da classe trabalhadora

Plataforma eleitoral é um documento disponível online com temas de interesse dos trabalhadores e trabalhadoras, para que eles escolham candidatos que defendam seus interesses e os da população

O processo eleitoral 2024 é um momento importante para cada cidadão, em seu município, mas também para o futuro do país. Para avançar na reconstrução do Brasil, é crucial ampliar a adesão e a incorporação dos direitos fundamentais e dos interesses da classe trabalhadora.

Para que os trabalhadores e trabalhadoras possam escolher candidatos que defendam seus interesses a Central Única dos Trabalhadores (CUT), lançou nesta quarta-feira (28), durante a reunião da Direção Executiva da entidade, a “Plataforma da CUT para as Eleições 2024”. A escolha da data faz parte das comemorações dos 41 anos da Central.

No documento que está disponível online, estão 13 pontos que a CUT considera importantes na defesa do bem estar da população brasileira e de todos os trabalhadores e trabalhadoras do país.

“É preciso mudar a correlação de forças desfavorável aos interesses dos trabalhadores e das trabalhadoras no Congresso Nacional, o que começa por eleger vereadores e vereadoras, prefeitos e prefeitas comprometidos com a democracia, com a geração de empregos, de renda e de oportunidades de trabalho; que tenham compromisso em melhorar a educação, a saúde e o transporte público, em proteger o meio ambiente e construir moradias de qualidade em territórios adequados e seguros”, diz trecho da apresentação da Plataforma.

O secretário-geral da CUT Nacional, Renato Zulato, explica que os13 pontos trabalham a questão da democracia que os candidatos à prefeito, prefeita e vereadores e vereadoras precisam atuar sob o ponto de vista da classe trabalhadora.

“Nós queremos o compromisso dos candidatos para que eles abram negociações com o funcionarismo público, atendam as demandas de logística na cidade, de transporte, educação, saúde, políticas públicas para a juventude, para os aposentados e para as pessoas portadoras de deficiência. Então, é toda uma proposta que nós construímos e estamos pedindo um compromisso para que os candidatos nessas próximas eleições atuem em defesa dos 13 pontos que apresentamos”, declarou Zulato.

Para acessar e baixar a “Plataforma da CUT para as Eleições 2024”, clique aqui

Confira os 13 pontos da Plataforma

  • Inserir o município no esforço de reconstrução do Brasil, com geração de emprego, renda e oportunidades de trabalho
  • Moradias em ambientes seguros e transição justa
  • Diálogo, negociação e respeito aos sindicatos de servidores e servidoras
  • Chega de privatizações e terceirizações: concurso público
  • Mais segurança e menos violência
  • Transporte público de qualidade e a baixo custo
  • Cultura, esporte e lazer
  • Saúde e saneamento básico
  • Água limpa, alimentos saudáveis e meio ambiente
  • Educação de qualidade e requalificação profissional
  • Democracia e participação popular
  • Solidariedade, igualdade de oportunidade e justiça social
  • Limpeza, coleta e tratamento adequado do lixo”,

A plataforma vem ao encontro da defesa da democracia juntamente com a “Carta Compromisso” lançada no início deste mês, que tem oito pontos que abrangem direitos dos trabalhadores e trabalhadoras da iniciativa privada e de servidores e servidoras públicos.

A “Carta Compromisso” é direcionada aos candidatos e candidatas a vereadores e prefeitos para as próximas eleições. No texto a ser assinado pelos candidatos e/ou candidatas estão os oito compromissos que compreendem desde geração de emprego e renda como a valorização dos servidores públicos a coibir assédios, entre outros.

Fonte: CUT Brasil

Foto:  Tiago Matias (Ahead)

Desemprego no trimestre tem a menor taxa histórica

Segundo o IBGE, houve uma queda na taxa de desemprego em relação ao mesmo período de 2023 e ao último trimestre. A instituição afirma que esse é um índice histórico da pesquisa

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,8% no trimestre encerrado em julho deste ano, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice é o menor para o período desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012, e representa uma queda em relação aos 7,9% registrados no mesmo trimestre de 2023 e aos 7,5% no trimestre encerrado em abril deste ano.

A população desocupada, ou seja, aqueles que buscam emprego, mas não conseguem, totalizou 7,4 milhões de pessoas, o menor contingente para o período na série histórica. Em comparação com o trimestre encerrado em abril, houve uma redução de 9,5% (menos 783 mil desempregados), e em relação a julho de 2023, a queda foi de 12,8% (menos 1,1 milhão de pessoas).

Ao mesmo tempo, a população ocupada atingiu 102 milhões de pessoas, o maior número registrado para um trimestre encerrado em julho desde 2012. Este resultado reflete um aumento de 1,2% no trimestre, com mais 1,2 milhão de trabalhadores, e de 2,7% no ano, com a inclusão de 2,7 milhões de pessoas no mercado de trabalho.

O rendimento real médio de todos os trabalhos foi de R$ 3.206, mantendo-se estável em relação ao trimestre anterior e registrando um crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A massa de rendimento real habitual, que alcançou R$ 322,4 bilhões, teve um aumento de 1,9% (mais R$ 6 bilhões) no trimestre e de 7,9% (mais R$ 27,5 bilhões) em comparação ao mesmo período de 2023.

O IBGE ressalta que a taxa de desemprego já havia registrado 6,9% no trimestre encerrado em junho, mas evita comparações diretas entre períodos com meses repetidos, como nos casos de junho e julho.

Com informações da CUT /  agência Brasil

Foto: Marcelo Casall – Agência Brasil

Pneus descalibrados: o erro simples que pode custar caro ao motorista

Muitos motoristas negligenciam a importância de manter os pneus do veículo devidamente calibrados. Pneus descalibrados não só aceleram o desgaste, mas também aumentam o consumo de combustível e elevam os riscos de acidentes. Essa prática, muitas vezes ignorada, pode gerar custos adicionais e situações perigosas no trânsito.

De acordo com Rafael Astolfi, gerente sênior de serviços técnicos ao cliente da Continental, pneus calibrados adequadamente são essenciais para minimizar a resistência ao rolamento, contribuindo para uma direção mais eficiente e segura. Vamos explorar mais a fundo os benefícios desta prática simples e rápida.

Como a calibragem correta dos pneus afeta seu bolso?

Uma das principais vantagens de manter os pneus na pressão indicada pelo fabricante é a redução do consumo de combustível. Pneus descalibrados aumentam a resistência ao rolamento, o que força o motor a trabalhar mais para manter a mesma velocidade. Rafael Astolfi explica que isso faz com que o consumo de combustível aumente substancialmente, afetando diretamente o bolso dos motoristas.

Além disso, a calibragem inadequada dos pneus também causa desgaste irregular. Isso acontece porque a pressão incorreta dificulta uma distribuição uniforme do peso e da força, levando a um desgaste mais rápido de certas áreas do pneu. Um pneu desgastado precocemente precisa ser substituído mais cedo, o que representa outro custo extra para o motorista.

Quais os perigos de dirigir com pneus descalibrados?

Para além dos custos, os pneus descalibrados também representam uma ameaça à segurança. Estudos da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) mostram que pneus com pressão inferior ao recomendado aumentam significativamente a distância de frenagem. “Em situações de emergência, a capacidade de parar o veículo de maneira eficiente é prejudicada”, enfatiza Astolfi.

Pneus murchos têm uma maior área de contato com o solo, o que não só aumenta a resistência ao rolamento, mas também eleva o risco de avarias. Isso pode acarretar em problemas como furos ou até mesmo estouros, situações de extremo perigo quando ocorrem em alta velocidade.

Como calibrar os pneus corretamente?

Calibrar os pneus do carro é um processo simples que pode ser feito em poucos minutos. Aqui está um guia passo a passo para ajudar:

  1. Pare o carro próximo ao calibrador em um posto de gasolina.
  2. Certifique-se de que os pneus estão frios para obter uma leitura precisa.
  3. Digite a pressão recomendada pelo fabricante no calibrador.
  4. Remova a tampa da válvula de ar do pneu.
  5. Pressione o bico metálico da mangueira na válvula e aguarde até que o calibrador emita um aviso sonoro indicando que a pressão correta foi atingida.
  6. Repita o processo para todos os pneus, incluindo o estepe.
  7. Recoloque as tampas das válvulas e guarde a mangueira adequadamente.

Calibragem: qual a frequência ideal?

A frequência ideal para calibrar os pneus é a cada duas semanas ou antes de viagens longas. É importante também verificar a pressão em situações em que o veículo está carregado além do usual, pois isso pode afetar significativamente o desempenho e a segurança do carro.

Manter os pneus na pressão correta é um cuidado simples, mas que pode trazer grandes benefícios. A economia de combustível, a prevenção de desgastes prematuros e, principalmente, a garantia de uma viagem segura fazem desta prática algo essencial para qualquer motorista.

Fonte: Terra Brasil

Foto: Reprodução

Ameaça chinesa agora também aos fabricantes de pneus

Pelo menos duas marcas de pneus chineses anunciaram que pretendem investir R$ 4,5 bilhões na construção de fábricas e oferecer quase 5 mil empregos

Provavelmente animados com a produção em futuro próximo de marcas chinesas de automóveis no Brasil — GWM, BYD, além do interesse já demonstrado por Neta Auto e mais recentemente Omoda e Jaecoo, submasubmarcas da Chery — fabricantes de pneus chineses estudam construir fábricas no Brasil. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, as chinesas Sailun Tire e a LinLong, além do grupo brasileiro Sunset Tires que tem ligações com fabricantes do Leste asiático, o montante estimado de investimentos pode atingir R$ 4,5 bilhões. Há estimativa de se criarem 4.700 empregos diretos.

Segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, o setor emprega 32.000 funcionários em 21 fábricas. O mercado brasileiro é relevante com uma frota circulante (real) de 47 milhões de veículosleves e pesados. A comercialização de pneus de reposição já é dominada em 59% por importações taxadas com alíquotas baixas (16%).

Fabricantes aqui já instalados de marcas renomadas continuam a lançar novos produtos. A alemã Continental acaba de apresentar a nova linha UltraContact, para aros de 14 a 19 pol., 10 opções de medidas e garantia de até 80.000 km. Considerando a média brasileira de13.000 km por ano os motoristas de automóveis poderiam rodar pouco mais seis anos, se cuidarem bem dos pneus.

A americana Goodyear fez nessa semana cinco lançamentos. Destaque para o Eagle F1 Asymmetric 6 para automóveis de maior desempenho com foco em aderência e menor emissão de ruídos para aros de 17 a 22 pol. Utilitários esporte e picapes passam a contar com os Wrangler Duratrack (uso misto) e Boulder MT (focado no fora de estrada).

Já a italiana Pirelli mirou em veículos de altíssimo desempenho: apresentou o P Zero™ Trofeo RS, de perfil ultrabaixo e para pista seca, no Festival Interlagos.

Fonte: Site Auto Papo
Foto: Shutterstock

Senado analisa propostas de redução da jornada de trabalho 

Trabalhar menos horas por dia ou apenas quatro dias por semana, sem diminuição do salário, é desejo de grande parte dos trabalhadores brasileiros. A ideia já vem sendo testada no país, com a participação de empresas em experiências piloto de redução da jornada. No Senado, avança a discussão sobre o tema. Tramitam na Casa pelo menos três propostas para reduzir a jornada sem perda salarial ou para incentivar as empresas a adotarem a medida.

Para os defensores da ideia, a diminuição de carga horária, além de beneficiar os empregados, pode até trazer ganho de produtividade para os patrões. Pesquisa de opinião elaborada pelo Instituto DataSenado em abril deste ano, em conjunto com o gabinete da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), reforça essa percepção. O estudo revelou que 85% dos trabalhadores brasileiros acreditam que teriam mais qualidade de vida, caso tivessem um dia livre a mais por semana, sem corte no salário; e 78% afirmam que conseguiriam manter a mesma qualidade de trabalho. O tempo livre seria dedicado principalmente à família, ao cuidado com a própria saúde e à capacitação, disseram os trabalhadores ouvidos. 

Uma das proposições em análise no Senado é o Projeto de Lei (PL) 1.105/2023, que inclui na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a possibilidade de redução das horas trabalhadas diárias ou semanais, mediante acordo ou convenção coletiva, sem perda na remuneração.  

Autor da proposta, o senador Weverton (PDT-MA) ressalta o impacto positivo dessa flexibilidade na saúde dos trabalhadores. 

 — O principal ganho é o aumento da produtividade, aliado a uma vida física e mentalmente mais saudável. Isso não é pouca coisa em um mundo com tanto adoecimento mental, em que vemos um aumento de casos de depressão, ansiedade e doenças físicas provocadas pelo estresse — defende.

Weverton explica que o projeto não obriga a redução, apenas a permite por meio de acordo, de modo que o mercado pode ir se ajustando às novas tendências. Ao mesmo tempo, o trabalhador fica protegido, porque não pode haver corte de salários, complementa.

O texto já havia sido aprovado de forma terminativa pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) em dezembro de 2023 e poderia seguir diretamente para a análise da Câmara dos Deputados. Porém, um requerimento do senador Laércio Oliveira (PP-SE), aprovado pelo Plenário, determinou que o projeto seja analisado também pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

— A matéria precisa ser analisada na Comissão de Assuntos Econômicos, dada a importância do assunto para todo o setor produtivo gerador de empregos e desenvolvimento econômico — justificou Laércio. 

Não há data prevista para a votação do texto da CAE. A relatoria é do senador Eduardo Gomes (PL-TO).

Mais empregos 

Relator do PL 1.105/2023 na CAS, o senador Paulo Paim (PT-RS) defende a aprovação do texto, que ele considera adequado à realidade atual do mundo do trabalho. Paim destaca que a redução da jornada de trabalho atende aos anseios do mundo laboral moderno, garantindo qualidade de vida ao trabalhador e, como efeito disso, maior produtividade. Ele também acredita num impacto positivo para os níveis de emprego. 

— A proposta abre a possibilidade de gerar novos postos de trabalho e, consequentemente, reduzir as taxas de desemprego e proporcionar uma melhor distribuição de renda — justifica.

A preocupação do senador fundamenta-se na realidade apresentada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do IBGE. No primeiro trimestre de 2024, o desemprego atingiu no país 8,6 milhões de pessoas. A redução da jornada de trabalho, na avaliação dele, poderia contribuir para diminuir esses números. 

É o que diz um estudo elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo o levantamento, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário, tem potencial de gerar mais de 2,5 milhões de novas vagas no Brasil. 

Paulo Paim também é autor de uma proposição sobre o tema. Em 2015, o senador apresentou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece a redução da jornada de trabalho semanal, de forma que a duração não ultrapasse oito horas diárias e o total semanal seja diminuído gradualmente: limitado a 40 horas, a partir da aprovação da emenda, seria reduzido em uma hora a cada ano, até chegar a 36 horas semanais.

Enviada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a PEC 148/2015 não chegou a ser votada e acabou arquivada, em 2022. No ano passado, o senador pediu o desarquivamento, e a proposta voltou a tramitar. O texto aguarda análise na CCJ, sob relatoria de Rogério Carvalho (PT-SE). 

Para Paim, a medida traz benefícios para todos os envolvidos.

— Os resultados dos testes recentes realizados em outros países e no Brasil apontam que a redução da jornada de trabalho semanal ocasiona no aumento significativo de produtividade e na melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores. Todos ganham — explica.  

No ano passado, o Ministério da Saúde incluiu na lista de doenças de trabalho a síndrome do burnout, esgotamento provocado pelo excesso de trabalho. O Brasil é o segundo país com mais casos diagnosticados no mundo, de acordo com estudo da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), associação que estuda o estresse no mundo todo. Segundo a pesquisa, 72% dos brasileiros estão estressados no trabalho.

Incentivo às empresas

Outra proposta em tramitação na Casa busca incentivar as empresas a adotarem a jornada reduzida. O Projeto de Resolução do Senado (PRS) 15/2024 institui o Diploma Empresa Ideal, destinado a empregadores que adotem melhores práticas de trabalho, como a diminuição da carga horária sem perda salarial. A premiação seria concedida anualmente pelo Senado, e a indicação dos candidatos ficaria a cargo dos senadores.

Autora do projeto, a senadora Soraya Thronicke acredita que o setor produtivo do país precisa se modernizar. 

— O modelo que temos de trabalho atualmente é muito ultrapassado. Nós precisamos evoluir também. A redução da jornada de trabalho envolve qualidade de vida para os colaboradores — ressalta. 

Para elaborar o projeto, a senadora se embasou na pesquisa do DataSenado que ouviu a opinião dos brasileiros a respeito de carga horária, produtividade e qualidade de vida dos trabalhadores. O estudo mostra que, para 61% dos entrevistados, a carga horária menor não afetaria as empresas, ou até traria lucros a elas. E para a maioria, a redução de jornada deve ser incentivada — inclusive pelos governos. 

Também está em análise uma sugestão legislativa (SUG 12/2018) apresentada ao Senado por organizações ligadas à Justiça do Trabalho (entre elas, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho e a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho).

Chamada de “Novo Estatuto do Trabalho”, a sugestão busca reverter alterações nas leis trabalhistas ocorridas nos últimos anos — como a reforma trabalhista de 2017 — e que, na visão dos proponentes, reduziram direitos dos empregados. Um dos pontos propostos determina que a duração ordinária do trabalho, em qualquer atividade privada, “não excederá de 8 horas diárias e 40 horas semanais”.

A sugestão vem sendo debatida em uma série de audiências públicas na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e deve ser votada pelo colegiado. Se for aprovada, será transformada em projeto de lei e passará a tramitar no Senado.

Reivindicação histórica 

A redução da jornada de trabalho não é tema novo no Congresso Nacional, mas só em 2023 o assunto voltou avançar no Senado, com a aprovação do PL 1.105/2023 na CAS. Antes dele, várias propostas com esse objetivo acabaram não progredindo.

Durante a Assembleia Nacional Constituinte (1987–1988), a carga horária menor para os trabalhadores brasileiros (que até então era de 48 horas semanais) foi um dos principais pontos de embates entre parlamentares. Na época, além de Paulo Paim (que foi deputado constituinte), outro parlamentar que lutou pela causa foi o então deputado e hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Oriundo do movimento sindical, Lula brigou pela aprovação de uma emenda que estabeleceria a jornada de 40 horas semanais. 

Em discurso no Plenário antes da votação da matéria, em agosto de 1988, ele afirmou que a redução da jornada, ao lado da estabilidade no emprego, era a questão “mais atacada pelo poder econômico” na Constituinte. E argumentou que a adoção das 40 horas seria uma forma de melhorar as condições de trabalho, além de permitir mais tempo para lazer e a criação de milhares de empregos.

A maioria dos constituintes, no entanto, votou pelas 44 horas, vigentes até hoje na Constituição. A regra está no art. 7º da Carta, que determina “duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”.

Outra proposta sobre o tema data dos anos 1990. A PEC 231/1995, de autoria do então deputado Inácio Arruda, previa a redução gradativa da jornada de trabalho, que passaria de 44 horas para 40 horas. O texto estabelecia ainda que a remuneração pelo trabalho extraordinário teria um acréscimo de, no mínimo, 75% sobre o valor da hora normal.  A proposta acabou arquivada por não ter sido votada ao final da legislatura. 

A redução da jornada também é reivindicação antiga da classe trabalhadora. O presidente da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), Rodrigo Rodrigues, explica que os movimentos sindicais sempre lutaram para que o trabalhador tivesse mais tempo para a vida pessoal.  

— Dentro desse processo, a nossa defesa histórica sempre foi de 40 horas semanais para o trabalhador. Nós entendemos que a vida não deve ser voltada apenas para o trabalho, mas que as pessoas têm direito a lazer e descanso também. O debate das oito horas máximas de trabalho por dia diz respeito a isso. É uma visão do tempo entre trabalho, lazer e descanso. 

Um exemplo dessa mobilização foi a onda de greves que tomou conta do país em 1984 e 1985, no fim do regime militar. Em uma delas, apelidada de Operação Vaca Brava, metalúrgicos de São Bernardo do Campo, em São Paulo, ficaram 54 dias paralisados. A categoria conquistou a diminuição das 48 horas semanais então em vigor para 44 horas, sem alteração dos salários. O apelido foi motivado pelas ações extremas dos grevistas. Era comum a destruição de automóveis nos pátios das fábricas como um instrumento de pressão e resistência.  

Historiador pela Universidade de Brasília (UnB), André Aquino explica como o movimento sindical é uma peça fundamental para a conquista da redução da jornada de trabalho: 

— Toda a construção desse fenômeno sindicalista vem lá do final dos anos 70 e faz parte do debate da reconstrução democrática. Passam a firmar a posição política de maneira muito diretiva e vão contribuir para mudanças significativas, como a redução da carga horária semanal de 48 horas para 44 horas. 

Pelo mundo 

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), países como Holanda, Bélgica, Dinamarca e Alemanha começaram as experiências com a aplicação de uma jornada de trabalho reduzida, chegando a cerca de 32 horas semanais em algumas dessas nações, com média de horas trabalhadas ainda menor .

O Congresso do Chile aprovou, no ano passado, uma lei que diminui a semana de trabalho para 40 horas. Antes, o trabalhador fazia uma jornada de 45 horas semanais. Neste ano, a jornada de trabalho será reduzida para 44 horas. Após três anos, o limite será de 42 horas, e após cinco anos, chegará a 40 horas.  

Na Espanha, o governo destinou 9,6 milhões de euros (o equivalente a R$ 52,4 milhões) para empresas que reduzirem a jornada de trabalho para quatro dias semanais sem alteração no salário.  

Experiência piloto

A semana de trabalho de quatro dias está sendo testada no 4 Day Week Brazil, versão brasileira do projeto criado por uma entidade neozelandesa sem fins lucrativos, a 4 Day Week Global, para incentivar a adoção da jornada reduzida por todo o mundo. O Brasil é o primeiro país da América do Sul a testar o programa, com 21 empresas participantes, em parceria com a Reconnect Happiness at Work, consultoria especializada em bem-estar no trabalho. A experiência teve início em janeiro deste ano e será finalizada neste mês de julho. 

No piloto entre empresas brasileiras, foi adotado o modelo de trabalho chamado de 100-80-100, que consiste em produzir 100% do tempo, reduzindo a jornada de trabalho em 80%, com 100% do salário. Os colaboradores do programa passaram por workshops e palestras durante quatro meses antes de começarem a implementar a redução da jornada.

— O projeto piloto trouxe esse olhar de que dá para trabalhar de uma forma melhor, porque hoje a gente trabalha muito, mas nem sempre bem. A gente tem excesso de reunião improdutiva, retrabalho, muitos processos repetitivos. A ideia é justamente que as empresas consigam discutir formas de as pessoas serem mais produtivas. Mesmo reduzindo essa carga horária em 20%, os funcionários vão manter as entregas — explica Renata Rivetti, diretora da Reconnect.  

A expectativa é estender o piloto para várias partes no país.  As empresas participantes vão decidir ao final do projeto se querem continuar adotando a semana de quatro dias ou se preferem seguir um novo modelo.

— A gente vai fazendo pesquisas para elas entenderem o cenário do que está acontecendo. E, após isso, queremos lançar um segundo projeto e conversar com outras empresas, começar a trabalhar mais a metodologia. A ideia é que a gente possa expandir o tema de forma contínua aqui no Brasil — ressalta Renata.

A agência Shoot, de Porto Alegre, e a fintech Gerencianet (hoje Efí), de Minas, já testaram a semana de 4 dias

Relatório parcial do 4 Day Week Brasil, produzido pela Reconnect at Work em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) em abril, revelou os primeiros impactos positivos na saúde física e mental dos funcionários participantes. De acordo com a pesquisa, 82% se sentiram mais dispostos a realizar tarefas. Além disso, 64% disseram que a sensação de exaustão frequente por causa do trabalho diminuiu. 

Outros países já passaram pela experiência, com bons resultados. No Reino Unido, durante os meses de junho e dezembro do ano passado, a campanha 4 Day Week UK envolveu 61 empresas. No fim do estudo, foi revelado que 92% das empresas participantes decidiram manter a jornada de trabalho reduzida, com um dia a mais de folga na semana. Além de fazer sucesso entre patrões e funcionários, o teste mostrou que jornada mais curta não diminuiu a produtividade. 

A redução, porém, ainda sofre resistências e pode se mostrar mais complexa em determinados setores, como comércio e serviços, avalia o presidente da CUT-DF. Em geral, as empresas buscam o máximo de produtividade, muitas delas com apenas um dia de descanso para o trabalhador.  

— A semana de quatro dias está sendo testada em empresas em que o colaborador trabalha com produção intelectual, mais criativa. Aqueles empregos que ainda são trabalhos braçais, mais manuais, ainda ficam em jornadas extenuantes — diz Rodrigo Rodrigues. 

Fonte: Agência Senado

Foto: Divulgação/Honda