Pneu tem validade? Confira o que é mito e o que é verdade e saiba se você pode ser multado

Fake News em Redes Sociais e informações imprecisas confundem o motorista em relação à durabilidade dos pneus. Há até informações equivocadas sobre multas para pneus vencidos. Na verdade, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) diz que é uma infração grave “conduzir o veículo sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante”. Ou quando se encontra “em mau estado de conservação, comprometendo a segurança”.

Dessa forma, além de resultar em multa de R$ 195,23, e adição de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), há risco de retenção do veículo até a sua regularização. No entanto, não existe nenhuma regulamentação no Brasil sobre o vencimento dos pneus.

Os fabricantes dos equipamentos explicam sobre o tema, pois uma confusão comum é misturar o significado de validade do pneu com o de garantia. “A validade do pneu é indeterminada, motivo pelo qual não consta no produto. No caso da Pirelli, damos cinco anos de garantia a partir da data da compra dos pneus, porém é plenamente possível que o produto ainda esteja em boas condições mesmo após o término da garantia”, explica Roberto Falkenstein, consultor da área de tecnologias inovativas da empresa.

O técnico ainda explica que “Caso o cliente não possua a nota fiscal, essa garantia vai de acordo com o número DOT marcado no pneu, onde está grafada a semana e o ano de fabricação dele”. O DOT é uma série de letras e números, que fica na lateral do pneu. Para saber a data de fabricação do produto, fique atento aos números. Os dois primeiros números indicam a semana de fabricação e, os dois últimos, o ano.

Outro fabricante, a Continental acrescenta que “a vida útil de um pneu é uma função cumulativa das condições de armazenamento, conservação, rodagem e serviço às quais um pneu é submetido ao longo de sua vida útil (carga, velocidade, pressão de inflação, acidentes, etc.). Como as condições de serviço variam muito, não é possível prever com precisão a vida útil de qualquer pneu específico em um tempo cronológico”.

A empresa ainda dá algumas dicas: é válido ressaltar que, a partir do quinto ano, os pneus devem ser inspecionados anualmente. O prazo acima visa minimizar os efeitos do envelhecimento dos pneus, que é caracterizado pela alteração, redução ou perda das propriedades dos materiais de seus componentes e que, com o tempo, leva a redução de suas capacidades e de sua performance. Porém pneus sujeitos a condições de operação mais severas devem ser inspecionados com maior frequência.

Reposição e uso

No caso de uma reposição, o consumidor deve ficar atento à armazenagem do produto. Se ela fora incorreta, o pneu pode sofrer com deformações, além de a borracha perder algumas de suas propriedades. Não pode haver contato do equipamento com derivados de petróleo e outros produtos químicos que possam agredir e deteriorar as composições químicas presentes no produto.

Já no uso, o tempo que o pneu irá durar também está plenamente relacionado a maneira com que o condutor guia seu veículo. Freadas bruscas, passagem constante por buracos e calibragem inadequada são alguns dos aspectos que prejudicam a durabilidade do produto.

Fonte: automotivebusiness.com.br

STF tem maioria a favor de contribuição imposta a empregados não sindicalizados

Os sindicatos representam toda uma categoria profissional. Quando há negociação coletiva, os benefícios se estendem a todos os empregados da base sindical, sejam filiados ou não.

Com esse entendimento, o Plenário do Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta sexta-feira (1), para validar a cobrança da contribuição assistencial imposta por acordo ou convenção coletivos a trabalhadores não sindicalizados, desde que lhes seja garantido o direito de oposição. A sessão virtual se encerrará oficialmente no dia 11 de setembro próximo.

Contexto

Em 2017, o Supremo reafirmou a inconstitucionalidade da instituição de contribuições compulsórias do tipo a empregados não sindicalizados. O Sindicato de Metalúrgicos de Curitiba contestou a decisão por meio de Embargos de Declaração.

De acordo com a entidade, a jurisprudência citada pelos ministros na ocasião é contraditória, pois confunde a contribuição assistencial com a contribuição confederativa.

Existem três contribuições trabalhistas relacionadas aos sindicatos. Uma delas é a contribuição sindical, que é voltada ao custeio do sistema sindical. A contribuição confederativa é destinada ao custeio do sistema confederativo, que representa a cúpula do sistema sindical. O STF considera que tal modalidade só pode ser exigida dos trabalhadores filiados.

Por fim, a contribuição assistencial, instituída por meio de instrumento coletivo, busca custear as atividades assistenciais do sindicato, principalmente negociações coletivas. No acórdão de 2017, a Corte estendeu para tal contribuição o entendimento relativo à cobrança da contribuição confederativa.

O sindicato curitibano argumenta que o direito de impor contribuições não exige filiação ao quadro associativo das entidades sindicais, mas apenas a vinculação a uma determinada categoria econômica ou profissional.

Idas e vindas

O julgamento dos Embargos começou em uma sessão virtual de agosto de 2020. O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, votou por rejeitá-los e foi acompanhado pelo ministro Marco Aurélio (que se aposentou no ano seguinte). Em seguida, Dias Toffoli pediu destaque.

O caso foi reiniciado presencialmente em junho do último ano. Toffoli, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes acompanharam Gilmar, enquanto Luiz Edson Fachin divergiu e votou por acolher os Embargos. Luís Roberto Barroso pediu vista.

O caso foi novamente devolvido a julgamento em sessão virtual no último mês de abril. Na ocasião, Barroso se manifestou de forma favorável à cobrança da contribuição assistencial a quaisquer trabalhadores e convenceu o relator a mudar o voto já proferido.

Entendimento vencedor

Barroso considerou que “houve alteração significativa das premissas de fato e de direito” entre o julgamento original e o julgamento dos embargos.

Ele lembrou que, desde 2015, a jurisprudência do STF vem valorizando a negociação coletiva sobre normas legisladas, “desde que respeitado o patamar mínimo civilizatório assegurado constitucionalmente”.

Mas, o ministro ressaltou que tais negociações precisam de um meio de financiamento. Na sua visão, há “uma contradição entre prestigiar a negociação coletiva e esvaziar a possibilidade de sua realização”. 

Após o julgamento original, foi aprovada e sancionada, no mesmo ano, a reforma trabalhista. A norma estabeleceu que a contribuição sindical só pode ser cobrada se autorizada prévia e expressamente.

Com a alteração, os sindicatos perderam sua principal fonte de custeio. Conforme dados do Ministério do Trabalho, houve queda de cerca de 90% com a contribuição sindical no primeiro ano de vigência da reforma.

Assim, caso mantido o entendimento da Corte no julgamento original, o financiamento da atividade sindical seria “prejudicado de maneira severa” e haveria “risco significativo de enfraquecimento do sistema sindical”.

Sem a possibilidade de cobrança da contribuição assistencial aos trabalhadores não sindicalizados, alguns obtêm a vantagem mas não pagam por ela — o que “gera uma espécie de enriquecimento ilícito”, na visão do magistrado.

“Nesse modelo, não há incentivos para o trabalhador se filiar ao sindicato. Não há razão para que ele, voluntariamente, pague por algo que não é obrigatório, ainda que obtenha vantagens do sistema. Todo o custeio fica a cargo de quem é filiado. Trata-se de uma desequiparação injusta entre empregados da mesma categoria”, assinalou.

Assim, Barroso propôs uma solução alternativa: garantir o direito do empregado se opor ao pagamento da contribuição assistencial. “Ele continuará se beneficiando do resultado da negociação, mas, nesse caso, a lógica é invertida: em regra admite-se a cobrança e, caso o trabalhador se oponha, ela deixa de ser cobrada”, explicou.

O jogo virou

Após a apresentação de tal voto divergente, Gilmar, ainda em abril, alterou seu posiconamento anterior e acompanhou o colega. Cármen Lúcia também seguiu o entendimento.

“Entendo que a solução trazida pelo ministro Luís Roberto Barroso é mais adequada para a solução da questão constitucional controvertida, por considerar, de forma globalizada, a realidade fática e jurídica observada desde o advento da reforma trabalhista em 2017, garantindo assim o financiamento das atividades sindicais destinadas a todos os trabalhadores envolvidos em negociações dessa natureza”, apontou o relator.

Em seguida, Alexandre pediu vista dos autos. Já Fachin e Toffoli adiantaram seus votos e acompanharam o entendimento de Barroso, Gilmar e Cármen. O caso foi retomado nesta sexta-feira (1) com o voto de Alexandre, que se juntou aos demais.

CUT completa 40 anos com desafio de garantir direito do trabalhador

“Nós temos que trazer todo mundo para dentro do sistema sindical, para que possam se organizar e para que possam lutar pelos seus direitos”, defendeu nesta segunda-feira (28) o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre. 

Sérgio Nobre, em entrevista à Agência Brasil, destacou que um dos principais desafios do movimento sindical brasileiro atualmente é o de incluir as categorias que hoje estão desprotegidas.  

“Metade da classe trabalhadora não tá nessa condição [de ter proteção trabalhista]. São microempreendedores, são autônomos que trabalham por aplicativo e que não têm direito nenhum e estão fora da proteção social”, explicou.  

Ele citou entre as prioridades da CUT duas mesas de negociações abertas com o governo federal, sendo uma para “atualizar o modelo sindical e fortalecer a negociação coletiva” e a outra para “encontrar uma proteção para os trabalhadores de aplicativo”.  

“Se a gente tiver sucesso, o Brasil vai ser o primeiro caso de uma proteção nacional pra esses trabalhadores em aplicativo, e de um modelo sindical que vai servir de referência para o mundo”, disse.  

Unificação

Criada em 1983, a CUT representou a conquista de um dos principais objetivos do movimento sindical brasileiro ao longo do século 20, que era o de construir uma central capaz de unificar diferentes categorias de trabalhadores. 

O historiador social do trabalho Paulo Fontes lembrou que, até a criação da CUT, nenhuma central havia conseguido se consolidar no Brasil. Fontes é membro do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho (Lehm).

“A CUT é fruto direto das mobilizações que os trabalhadores protagonizaram no final dos anos 1970. Naquela época, começaram a pipocar protestos e greves de trabalhadores pelo país afora”, lembra o professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).  

Segundo Fontes, os trabalhadores criaram a CUT no contexto do fim do crescimento econômico da época da ditadura militar, aumento da inflação e de uma intensa crise política. “A CUT surge a partir dessa conjuntura. Ela é a realização desse antigo sonho de você ter uma central que juntasse esses vários sindicatos em uma única organização”, explicou.  

O historiador destacou ainda que a CUT teve um papel fundamental na construção da Constituição de 1988. “Todo o aspecto social que está presente na Constituição de 88 provavelmente a gente não teria sem organizações como a CUT atuando naquela época”, ressalta.  

Nova conjuntura 

Para o pesquisador Paulo Fontes, a mudança na composição da classe trabalhadora desde a criação da CUT, com o declínio da força dos trabalhadores da indústria e crescimento da força de trabalho nos serviços, coloca novos desafios ao movimento sindical brasileiro. 

“Os sindicatos só vão recuperar esse lugar, só vão conseguir organizar essa classe trabalhadora, se eles tiverem contato e ouvirem esses trabalhadores. É preciso ter coragem de repensar a sua própria organização diante desse novo momento”, defendeu.

Sindborracha participa do 16º CeCUT-BA, realizado em Salvador

Trabalhadores da base da Central Única dos Trabalhadores (CUT) – Bahia estiveram reunidos nos últimos dias 14, 15 e 16 de agosto, em Salvador, durante o 16º Congresso Estadual da CUT – Bahia. O evento, que teve como tema “Luta, direitos e democracia que transformam vidas” e contou com a presença do Governador Jerônimo Rodrigues na abertura, além de eleger a nova diretoria para os próximos quatro anos, comemorou os 40 anos de fundação da entidade.

Diretores do Sindborracha de Salvador, Camaçari e Região Metropolitana participaram dos debates ao longo dos três dias. Na pauta, análise de conjuntura, leitura do regimento do congresso, aprovação de resoluções e prioridades para fortalecer a classe trabalhadora no país.

Conferência Estadual do Macrossetor debate desenvolvimento sustentável da indústria na Bahia

Na manhã desta segunda-feira (14), diretores do Sindborracha participaram da Conferência Estadual do Macrossetor da Indústria na Bahia, realizada na sede do Sindquimica, em Salvador, e teve como propósito central a discussão das propostas organizativas presentes no Caderno de Texto Base para o 16° Congresso Estadual da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Além do Sindborracha, representantes de outros sindicatos da indústria, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) e da Confederação Nacional do Ramo Químico(CNQ),  reuniram-se para analisar, debater e contribuir com as propostas delineadas no Caderno de Texto Base. Através desse diálogo aberto e construtivo, o objetivo foi traçar estratégias sólidas e inovadoras que possam impulsionar o desenvolvimento sustentável e o crescimento do macrosetor da indústria na Bahia.

A Conferência Estadual demonstrou, mais uma vez, o comprometimento das partes envolvidas com a busca por soluções eficazes e colaborativas. Através do compartilhamento de ideias, experiências e perspectivas diversificadas, todos contribuíram para o enriquecimento das propostas, visando fortalecer ainda mais o cenário industrial do estado.

Eventos como esse reforçam a importância do engajamento coletivo para o progresso do nosso setor industrial. O Sindborracha reforça o compromisso com o trabalhador, participando e contribuindo de forma ativa e significativa em eventos como esse, ajudando na construção e discutindo propostas que trazem avanços para a classe trabalhadora.

Sindborracha chega às semifinais da Copa CUT Bahia

Desde o dia 8 de junho, quando começou a segunda edição da Copa CUT, parte do Festival da Cultura Desportiva dos Trabalhadores, promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-Bahia), o time do Sindborracha está empenhado na disputa. De lá para cá, foram três partidas na fase de grupos. Classificada, a equipe avançou para as quartas de final, quando venceu o time do Sincotelba nos pênaltis.

Agora na fase semifinal, que acontece no próximo domingo (6), no clube da Adelba Piatã, em Salvador, o time do Sindborracha acumula três vitórias, com 12 gols marcados e quatro sofridos. Se vencer a equipe do Sindlimp, disputa a grande final no dia 12 de agosto, véspera do Dia dos Pais.

Os jogadores do Sindborracha já são velhos conhecidos da categoria, pois integram os times que disputam a Copa Clodoaldo Bartolomeu, promovida anualmente pelo Sindicato.

Assédio moral: Justiça do Trabalho recebe mais de 6 mil ações mensais

A Justiça do Trabalho recebe, em média, 6.400 ações por mês relacionadas a casos de assédio moral. Segundo o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o cálculo leva em conta o volume de processos a partir de 2022. No ano passado, foram ajuizadas 77.500 ações com esse tema no país.

Apenas na 2ª Região, que inclui a Grande São Paulo e a Baixada Santista, foram recebidos 23.673 processos em primeira e segunda instâncias (Varas do Trabalho e Tribunal Regional). Com recursos, chegaram ao TST 1.993 casos.

Medo inibe denúncias

De acordo com o tribunal, os casos de assédio sexual representam aproximadamente 4.500 processos no ano. Na média, 378 ações trabalhistas por mês. “Em ambos os casos, o volume de ocorrências em que trabalhadoras e trabalhadores são vítimas pode ser maior, já que muitas pessoas têm receio ou não sabem como denunciar as práticas abusivas que sofrem no ambiente de trabalho”, observa o TST.

Por causa disso, o tribunal decidiu promover a campanha “É assédio!” em suas redes sociais. “Informação é essencial para enfrentar o assédio no trabalho”, afirma. Assim, em todas as sextas-feiras deste mês, serão publicados posts ilustrando situações dessa prática no ambiente corporativo. “Compreendê-las auxilia a vítima a identificar quando uma atitude pode ser caracterizada como assédio.” Quem quiser compartilhar o conteúdo pode usar a hashtag #ChegaDeAssédio.

Modalidades
O tribunal também cita a Resolução 351/2020. do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). sobre política de prevenção, mostrando que o assédio pode ser de três tipos: moral, moral organizacional ou sexual. Confira abaixo as definições.

Tipos de assédio

Assédio moral: processo contínuo e reiterado de condutas abusivas que, independentemente da intenção, atenta contra a integridade, a identidade e a dignidade humana. A prática se caracteriza por condutas como exigir o cumprimento de tarefas desnecessárias ou excessivas, discriminar, humilhar, constranger, isolar ou difamar a pessoa, desestabilizando-a emocional ou profissionalmente.

Moral organizacional acontece quando a instituição, pública ou privada, é conivente com condutas abusivas reiteradas, amparadas por estratégias organizacionais ou métodos gerenciais desumanos, com o objetivo de obter engajamento intensivo dos colaboradores.

Sexual se caracteriza por toda conduta de conotação sexual praticada contra a vontade de alguém. Isso pode ocorrer de forma verbal ou física, por meio de palavras, gestos ou contatos físicos, com a finalidade de constranger a pessoa e obter vantagens ou favores sexuais. A prática também está tipificada como crime no Código Penal, quando o agente se prevalece de sua condição de superioridade hierárquica ou de sua ascendência em razão de cargo ou função.

Além disso, o TST observa que não é necessário que haja poder hierárquico para configurar assédio. Tanto o moral como o sexual podem ser “vertical descendente”, da chefia para subordinados, “ascendente” (de subordinados para o gestor) e “horizontal” (entre colegas do mesmo nível na hierarquia interna).

Com informações do Tribunal Superior do Trabalho

Insegurança alimentar atingiu 70 milhões de brasileiros entre 2020 e 2022

A subalimentação crônica, nível mais extremo provocado pela insegurança alimentar, atingia 4,7% da população do Brasil entre 2020 e 2022. Isso significa que, em números absolutos, 10,1 milhões de pessoas sofrem com a fome no país. Os dados estão no relatório global Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, divulgado nesta quarta-feira (12) por cinco agências especializadas das Nações Unidas (ONU).

Um em cada dez brasileiros (9,9%) passava por situação de insegurança alimentar severa entre 2020 e 2022, mostra o estudo. Além disso, quase um terço (32,8%) da população do país está incluído nas categorias de insegurança alimentar severa ou moderada, o que equivale a 70,3 milhões de brasileiros. A situação mostra um agravamento no acesso à segurança alimentar no país. Os dados anteriores, de 2014 a 2016, indicavam percentual de 18,3%.

O estudo classifica a insegurança alimentar severa como um nível de gravidade em que, em algum momento do ano, as pessoas ficam sem comida e passam fome, o que chega a acontecer, em casos mais extremos, por um dia inteiro ou mais. Já a fome propriamente dita é uma situação duradoura, que causa sensação desconfortável ou dolorosa pela energia insuficiente da alimentação.

Por fim, a insegurança alimentar moderada é aquela em que as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e são forçadas a reduzir, em alguns momentos do ano, a qualidade e a quantidade de alimentos que consomem, devido à falta de dinheiro ou outros recursos.

Os dados nacionais fazem parte de um estudo global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Programa Mundial de Alimentos (WFP).

Agravamento

As agências das Nações Unidas alertam que a fome é um problema que se agravou no último período analisado, com aumento de 122 milhões de pessoas nessa situação. Ao todo, o mundo tem cerca de 735 milhões de pessoas sofrendo com a fome, contingente que seria o terceiro país mais populoso do mundo, atrás apenas de Índia e China, e que supera toda a população do continente europeu.

Segundo o relatório, a piora na situação está relacionada à pandemia de covid-19 e a repetidos choques e conflitos, incluindo a guerra na Ucrânia. Com a tendência indicada pelos dados, a ONU alerta que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de acabar com a fome até 2030 não será alcançado.

O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, destacou que a recuperação da pandemia global foi desigual, e que a guerra na Ucrânia afetou os alimentos nutritivos e as dietas saudáveis.

“Este é o ‘novo normal’ em que as mudanças climáticas, os conflitos e a instabilidade econômica estão empurrando os que estão à margem ainda mais longe da segurança. Não podemos adotar uma abordagem de negócios como sempre”, declarou, segundo texto divulgado pela FAO.

Para o presidente do Programa Mundial de Alimentos (WFP), Alvaro Lario, a meta de acabar com a fome pode ser atingida, mas requer que mais investimentos e vontade política sejam direcionados para dar escala às soluções que já existem.

“Podemos erradicar a fome se fizermos dela uma prioridade global. Investimentos em pequenos agricultores e em sua adaptação às mudanças climáticas, acesso a insumos e tecnologias e a financiamento para montar pequenos agronegócios podem fazer a diferença. Os pequenos produtores são parte da solução. Com o suporte adequado, eles podem produzir mais alimentos, diversificar a produção e abastecer os mercados urbanos e rurais ­– alimentando áreas rurais e cidades com alimentos nutritivos e cultivados localmente.”

Bilhões de atingidos

Apesar de a fome ser a situação mais extrema indicada pelo relatório, a insegurança alimentar e os custos de manter uma dieta saudável são outros indicadores que preocupam os autores do estudo.

A insegurança alimentar moderada chegou a 2,4 bilhões de pessoas no período de 2020 a 2022, enquanto os custos de uma dieta saudável eram inacessíveis para 3,1 bilhões de pessoas, causando problemas como 148 milhões de crianças menores de 5 anos com baixa estatura e 37 milhões com excesso de peso.

O relatório mostra ainda o impacto desigual da pandemia e dos choques econômicos globais. Nos países de baixa renda, a insegurança alimentar severa aumentou de 22,5% para 28%, enquanto nos países de renda alta, a variação foi de 1,5% para 1,6%.

O continente africano é o mais afetado pela fome e pela insegurança alimentar: uma em cada cinco pessoas que passa fome no mundo vive nos países da África. A situação é mais grave na África Oriental e na África Central, regiões onde a fome chega a 28,4% da população.

Por CUT

Investimento de R$ 23 bi em novo PAC deve reaquecer mercado da construção

Apesar dos juros altos a economia brasileira tem apresentado bons resultados como a queda da inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), e a previsão é de melhora na geração de emprego e renda com o investimento de R$ 23 bilhões que o governo federal fará em infraestrutura, apenas neste ano, como parte do Plano Anual de Contratações (PAC), anunciado pelo presidente Lula (PT).

O valor referente aos próximos meses é superior a todo o montante aplicado pelo ex-presidente, atualmente inelegível, Jair Bolsonaro (PL) ao longo de quatro anos de seu mandato. Segundo dados do Ministério da Infraestrutura na gestão do ex-presidente, foram concluídas 368 obras com investimentos de R$ 20 bilhões.

Nesta segunda-feira (3), Lula anunciou o início da primeira etapa das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que ligarão Caetité, no sudoeste baiano, a Ilhéus, no sul da Bahia, primeira obra do PAC que passará por 19 municípios e deve gerar 1.200 empregos.

De acordo com o atual governo, a prioridade é finalizar as 14 mil obras paradas, a maior parte na área da educação, e concluir 180 mil do programa Minha Casa Minha Vida.

Otimismo com Lula

Logo após a eleição de Lula, o mercado de trabalho da construção civil gerou 38.965 novos empregos com carteira assinada em todo o país, em janeiro, e quebrou uma sequência de resultados negativos por dois meses consecutivos.

O índice é o melhor desde fevereiro de 2022 e o segundo melhor dos últimos 10 anos de acordo com o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Para o presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Madeira (Conticom), Claudio da Silva Gomes, o Claudinho, o anúncio gera a expectativa de retomada do setor, prejudicado desde a posse do golpista Michel Temer (MDB).

“O setor de infraestrutura foi desmontado no país após os dois primeiros governos do presidente Lula e da presidenta Dilma. Após isso, praticamente, não tivemos nenhum investimento na área de infraestrutura. O anúncio da retomada dessas obras, que são potenciais geradoras de emprego, com grandes canteiros e absorção de trabalhadores e trabalhadoras da construção e montagem, é uma ótima notícia. A iniciativa é extremamente positiva numa terra arrasada como vivemos até o momento”, afirma.

Cerca de 450 mil empregos devem ser gerados em toda a cadeia produtiva, um processo contrário às demissões em massa promovidas pela Operação Lava-Jato. Segundo uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o processo de perseguição capitaneado pelo ex-ministro de Bolsonaro, o atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR), 4,4 milhões de empregos foram extintos. Desses, 1,1 milhão de postos apenas na construção civil.

Retomada gradual

Por conta da quebradeira das empresas, Claudinho acredita que a retomada não terá inicialmente o mesmo ritmo dos governos anterior do PT, mas, ainda assim, tendem a aquecer um mercado que enfrentava sérias dificuldades.

Além disso, segundo o dirigente, a expansão econômica deve ser acompanhada pela ampliação de espaços de debate e participação social e discussão sobre direitos trabalhistas.

“O retorno deve ser gradativo porque as grandes empreiteiras foram destruídas. Mas temos a expectativa de que a instalação das obras faça também com que essas companhias recobrem a capacidade de investimento e, atrelado a isso, tenhamos grupos de trabalho, como já temos para discutir o salário mínimo, as condições dos trabalhadores em aplicativo e as relações sindicais, também para proteger os operários e operárias da construção civil”, concluiu.

Fonte: CUT

Camaçari receberá primeira fábrica de carros elétricos da BYD nas Américas

A primeira planta industrial nas Américas da greentech BYD – “Build Your Dreams” – para a produção de carros elétricos será instalada no município de Camaçari, na Bahia. O anúncio foi oficializado pelo governador Jerônimo Rodrigues, ao lado da CEO para as Américas e vice-presidente executiva global da companhia, Stella Li, nesta terça-feira (4), em Salvador.

A maior fabricante de carros elétricos do mundo irá investir R$ 3 bilhões para instalar três fábricas na Bahia e deverá gerar mais de 5 mil empregos diretos e indiretos. As unidades irão produzir chassis de ônibus, caminhões elétricos, veículos de passeio elétricos e híbridos, e processar lítio e ferro fosfato. A expectativa é iniciar a produção no segundo semestre de 2024.

As tratativas para a chegada da montadora na Bahia foram iniciadas em 2022, com a assinatura de um protocolo de intenções entre a BYD e o Governo do Estado. Em abril deste ano, o governador Jerônimo Rodrigues também visitou as unidades industriais da BYD nas cidades de Hangzhou e Shenzhen, na China. A atração da multinacional está alinhada com a política nacional do Governo Federal para estimular o desenvolvimento de uma indústria voltada à produção de carros elétricos e à transição energética na matriz de transportes.

Jerônimo ressaltou os diversos fatores positivos dos investimentos da empresa chinesa no estado como atração de investimentos, geração de emprego e renda para os baianos e baianas. Ele destacou ainda os incentivos para a implantação da BYD, como redução de ICMS e IPVA.

A implantação de uma planta industrial na Bahia, com a mais avançada tecnologia global do setor automotivo, trará benefícios como o desenvolvimento social do estado, em decorrência do incremento da base produtiva e da geração de novos empregos e renda. Conforme o Secretário da Fazenda, Manoel Vitório, a geração de empregos produz um efeito indireto no consumo, sobretudo porque a empresa deve atrair novos empreendimentos.

Três unidades fabris

O complexo de Camaçari, que fica a 50 quilômetros de Salvador, será composto por três células fabris: uma dedicada à produção de caminhões elétricos e chassis para ônibus, com possibilidade de abastecer o mercado das regiões Norte e Nordeste do Brasil; outra dedicada à produção de automóveis híbridos e elétricos, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano; mais outra voltada ao processamento de lítio e ferro fosfato, para atender ao mercado externo, utilizando-se da estrutura portuária existente no local.

Alexandre Baldy, conselheiro da BYD, explica sobre a instalação das unidades. “Sobre o complexo industrial-tecnológico em Camaçari, as tratativas sobre onde será a implantação serão divulgadas dentro de alguns dias, nós o faremos provavelmente na própria cidade de Camaçari. E se dará de forma totalmente transparente, sobre os investimentos, para que no último trimestre de 2024 consigamos produzir os primeiros automóveis a passeio elétricos e híbridos aqui no Brasil”, pontuou.

Potência global de inovação tecnológica, a BYD protagoniza um novo capítulo da indústria automotiva na América Latina com a produção de veículos elétricos e híbridos em Camaçari. A proposta da empresa, que tem como ousada missão diminuir a temperatura do planeta em um grau, é a transição energética e a mobilidade sustentável. Uma revolução verde sem volta.

A produção nacional vai permitir preços mais competitivos e a possibilidade de um povo apaixonado por carros ter acesso a um sonho de consumo da era moderna: um elétrico na garagem.

O novo complexo da BYD será um pólo de atração de fornecedores de diversos tipos, seja na área de peças técnicas ou de serviços. A empresa pretende contribuir para o desenvolvimento regional, dando prioridade a fornecedores locais. Para a realização de obras civis, a empresa também vai priorizar a contratação de empresas estabelecidas na região.

Com informações do bahia.ba.gov.br