Lula: “Falta previsibilidade, credibilidade e colocar a economia para andar”

Em entrevista à Rádio Jangadeiro Band News de Fortaleza, no último dia 7, Lula lembrou que, para conter a inflação, é preciso haver previsibilidade, credibilidade e colocar a economia para andar, e tudo isso está em falta no Palácio do Planalto. “Não temos uma inflação de consumo, 50% são pelos preços administrados pelo governo, preços que o governo poderia controlar e não está controlando”, apontou.

Lula criticou ainda a suspensão da construção de refinarias e disse que os preços dos combustíveis precisam ser “abrasileirados”, porque o país é autossuficiente. “Quando fatiaram a BR Distribuidora, disseram que iria ter mais concorrência. Hoje temos 392 empresas importando gasolina e vendendo a preço internacional”, afirmou.

“Hoje, as pessoas estão comendo menos, comprando menos, com baixa renda, desempregadas, a carestia voltou, a fome voltou no Brasil. Um país que é produtor de alimentos ter 19 milhões de pessoas num estado de fome, isso não pode acontecer”, disse a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), em entrevista à Globo News no dia seguinte à conversa de Lula.

A volta da carestia, palavra que havia caído em desuso, e da fome, que havia sido reduzida ao piso histórico antes do golpe, ocorre por obra de Jair Bolsonaro, que em seu primeiro dia de mandato extinguiu com uma canetada o Conselho Nacional Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), recriado por Lula em 2003.

Bolsonaro também fechou as portas da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, iniciando um período de perseguição às cadeias de produção com base na agricultura familiar, responsáveis pela maior parte dos alimentos que chegam à mesa das famílias. Acabou com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e fez as áreas plantadas com feijão, arroz e mandioca caírem ao menor nível desde 1976.

E não extinguiu, mas zerou os estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e abriu mão de mediar preços da cesta básica por meio da Conab, abandonando as populações mais pobres à “lei do mercado”. Em julho de 2010, sob Lula, a Conab chegou a ter mais de 5,5 milhões de toneladas de milho armazenadas. Em 2012, sob Dilma Rousseff, eram 1,5 milhão de toneladas de arroz armazenadas.

O ataque ao Sistema Petrobras também foi voraz. O desgoverno Bolsonaro fechou a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) no Paraná, não concluiu a fábrica do Mato Grosso do Sul e paralisou atividades em outras duas fábricas, uma em Sergipe e outra na Bahia, para depois arrendá-las. Com isso, tornou o Brasil completamente dependente de insumos agrícolas importados. Em 2006, sob Lula, o país importava 58% da demanda por fertilizantes de seus agricultores e produzia 42%.

A maior distribuidora de combustíveis do Brasil (BR) foi fatiada na Bovespa, assim como uma série de ativos da Petrobras. A primeira refinaria do país, Landulpho Alves (RLAM), criada em 1950 após a descoberta de petróleo que gerou a Petrobras, hoje não pertence mais ao povo brasileiro, e vende seus produtos mais caros que a própria estatal.

Redação pt.ogr.br

Entreguismo de Bolsonaro expõe país à inflação e povo à fome

A atitude destrutiva de Jair Bolsonaro diante de instituições e políticas públicas de segurança alimentar construídas em 13 anos de governos do PT deve impor um alto preço sobre a população, notadamente as famílias mais pobres, ao longo de 2022. E os efeitos do tsunami global que se aproxima, de escala semelhante ao que Luiz Inácio Lula da Silva transformou em “marolinha” em 2010, agora serão agravados pela desastrosa condução da política econômica pelo ministro-banqueiro Paulo Guedes.

Como a tempestade perfeita, problemas recorrentes no Brasil desde o golpe de 2016 – inflação galopante, desemprego e precarização do trabalho, queda continuada de renda e a volta da fome – são amplificados, ao fim de dois anos de pandemia, pelo conflito no Leste Europeu. Os dois fatores elevaram os preços de alimentos a um nível jamais registrado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O indicador do organismo da ONU alcançou média de 159,3 pontos em março, uma alta de 17,9 pontos (12,6%) ante fevereiro. Em um ano, saltou 34% para atingir o maior patamar já alcançado desde o início da avaliação, em 1990.

A alta foi liderada pelos aumentos dos subíndices de preços de óleos vegetais, carnes e cereais. Estes últimos subiram 24,9 pontos (17,1%) em relação a fevereiro e registraram média de 170,1 pontos, maior patamar desde 1990. Os subíndices de preços de açúcar e de laticínios também avançaram significativamente.

“A perda esperada de exportações da região do Mar Negro exacerbou a já restrita disponibilidade global de trigo”, destacou a FAO. Preços globais de milho, cevada e sorgo também atingiram os níveis mais altos desde 1990, impulsionados pelas restrições à exportação da Ucrânia. “Os elevados custos de energia e fertilizantes sustentaram ainda um aumento de 19,1% nos preços mundiais do milho mês a mês”, pontua a organização.

No Brasil depredado pelo bolsonarismo, alimentos e bebidas subiram 2,42% em março e se somaram a transportes (3,02%) para compor 72% do maior Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês desde 1994. Da mesma forma, se unem em um ciclo infernal de influência direta do preço dos combustíveis, dolarizados pela Petrobras após o golpe de 2016, sobre os alimentos. Assim tem sido nos últimos anos.

Fazer as compras do supermercado ficou em média 31,5% mais caro desde o começo de 2020, conforme os dados de alimentação em domicílio do IPCA. Das 50 maiores altas, 42 são alimentos. E comer fora de casa ficou até 27% mais caro no período, apontou pesquisa do Procon-SP em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese).

“Foram dois anos bem atípicos, com aumentos muito expressivos e em categorias que pesam muito para as famílias, como os alimentos”, explica Juliana Inhasz, professora da faculdade de economia e negócios Insper, na CNN.

Ao mesmo tempo, a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), implementada pelo entreguismo na Petrobras, resultou em gás encanado (30,3%), gás veicular (41,7%), gasolina (44,6%), etanol (47,1%), botijão de gás (46%) e diesel (47%) reajustados em nível acima da já absurda inflação de dois dígitos de Bolsonaro-Guedes.

Redação pt.org.br

Precarização avança em mercado de trabalho estagnado

A pífia retomada dos níveis de ocupação no país se dá às custas da queda generalizada de rendimento e do avanço da precarização. É o mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país ainda tem 12 milhões de desempregados, 27,8 milhões de trabalhadores em subocupações, 4,8 milhões de desalentados e 64,9 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho.

A taxa de desocupação foi a 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, menos do que em outubro (12,1%) e do que há um ano (14,5%), mas 0,1 ponto percentual acima do trimestre encerrado em dezembro (11,1%). O total de ocupados subiu 1,6% (1,5 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e 9,4% (8,2 milhões) ante o mesmo período de 2021, para 95,428 milhões de trabalhadores. O nível de ocupação subiu para 55,3%, abaixo dos 56,5% registrados em dezembro de 2019, antes da pandemia.

Em contrapartida, o rendimento real habitual voltou a cair: menos 1,1% em relação ao último trimestre e uma queda ainda maior, de 9,7%, frente ao mesmo período de 2021. A média no trimestre encerrado em janeiro ficou em R$ 2.489.

Entre trimestres, nenhuma categoria apresentou alta no rendimento. Na indústria, houve queda de 4,1% (ou menos R$ 102). As perdas salariais atingiram ainda o setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: 2,1%, ou menos R$ 76 no contracheque.

No acumulado em 12 meses, o resultado é bem pior. A queda atingiu tanto trabalhadores formalizados (-7,1%) quanto os sem carteira (-9,1%). Ocupações de menor renda, como trabalhador doméstico (-3,1%) e por conta própria (-2,7%), sofreram perdas, mas elas atingiram com força a indústria (-14,5%) e o comércio (-6%), um dos principais empregadores.

A massa de rendimentos (R$ 232,594 bilhões) ficou estável em ambas as situações, mesmo com o avanço do número de ocupados. Isso sinaliza maior número de trabalhadores dividindo uma massa salarial estagnada.

“A retração dos rendimentos, que costuma ser associada ao trabalhador informal, esteve disseminada para outras formas de inserção e não apenas às relacionadas à informalidade”, explica Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral.”

MP muda legislação trabalhista e salários podem reduzir

O governo federal editou nova Medida Provisória (1109/2022) que altera pontos da legislação trabalhista durante o período de calamidade pública causado pela Covid-19 para o ano de 2022. A MP traz mudanças para o trabalho remoto, concessão de férias (individuais e coletivas), antecipação de feriados, banco de horas e recolhimento do FGTS. A MP recria ainda a possibilidade de redução de jornada de trabalho e de salário e a suspensão de contrato.

A nova MP terá prazo de duração de até 90 dias, mas prorrogável enquanto durar o estado de calamidade pública da Covid-19. Pela MP 1109, o patrão poderá alterar o regime de trabalho presencial para trabalho remoto, além de determinar o retorno ao serviço presencial, independentemente da existência de acordos individuais ou coletivos, dispensado o registro prévio da alteração no contrato individual de trabalho.

Também poderá antecipar as férias individuais ou conceder férias coletivas a todos os empregados ou a setores da empresa. Ainda podem ser antecipados os feriados federais, estaduais, distritais e municipais, incluídos os religiosos. A MP também permite a suspensão do recolhimento do FGTS por até quatro meses.

“Essa nova MP mostra mais uma vez a incompetência deste governo para melhorar a situação econômica do país, e agora se vale da pandemia para mais uma vez cortar direitos dos trabalhadores. Justo em um momento que estamos vendo o preço dos alimentos subindo, com inflação descontrolada. Não dá para mais uma vez os trabalhadores pagarem essa conta”, critica o presidente do Sindicato dos Comerciários, Márcio Ayer, que emenda: “queremos que no Congresso, os parlamentares revejam essa MP e impeçam mais essa covardia com os trabalhadores”.

Banco de horas

As empresas ficam autorizadas a interromper as atividades e a constituir regime especial de compensação de jornada por meio de banco de horas, estabelecido por meio de acordo individual ou coletivo escrito, para a compensação no prazo de até 18 meses, contado da data de encerramento do período estabelecido no ato do Ministério do Trabalho e Previdência.

A compensação poderá ser feita por meio da prorrogação de jornada em até duas horas, a qual não poderá exceder dez horas diárias e poderá ser realizada aos finais de semana.

“No caso dos comerciários, continua valendo a nossa convenção coletiva de trabalho, onde tratamos justamente do banco de horas e garantimos regras. Vale o que está escrito nela. Vamos cobrar dos patrões o cumprimento desse acordo que está vigente”, finaliza Ayer.

Redução de jornada e de salário e suspensão de contrato

A  nova MP recria a possibilidade dos patrões realizarem a redução de jornada de trabalho e de salário ou a suspensão de contrato, como já ocorreu através das MPs 936/2020 e 1045/2021. Nesses casos será feito o pagamento do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, através do governo federal.

A redução da jornada de trabalho e do salário poderá atingir 25%, 50% ou até 70%. Na hipótese de suspensão temporária do contrato de trabalho, o pagamento será equivalente a 100% do valor do seguro-desemprego ou a 70%, de acordo com o que o trabalhador teria direito previsto nesta Medida Provisória.

A MP 1109/22 será analisada agora nos plenários da Câmara dos Deputados e, depois, do Senado.

Leia a MP 1109/2022

Inflação dispara em março e é a maior desde a criação do Real

Puxada pelo item transportes, com aumentos dos preços dos combustiveis, e da alimentação e bebidas, por causa do tomate e da cenoura, entre outros, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), disparou neste mês de março de 2022.
O índice chegou a 1,62% e é o maior do mês desde a implantação da moeda do Real, há 28 anos, em 1994, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando o índice foi de 42,75%. No ano passado a variação mensal de março foi 0,93%.
Já sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), o IPCA, somente neste ano, acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses (março de 2021 a março de 2022), de 11,30%, acima dos 10,54% do mesmo período imediatamente anterior (março de 2020 a março de 2021) – aumento de 0,76%.

O que mais subiu de preço
O IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em março.
A maior variação (3,02%) e o maior impacto (0,65 %) vieram dos Transportes, que aceleraram na comparação com o resultado de fevereiro (0,46%), principalmente, pela alta nos preços dos combustíveis (6,70%), em particular, o da gasolina (6,95%), preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%). 
Na sequência, veio o grupo Alimentação e bebidas, com alta de 2,42% e 0,51% de impacto. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 72% do IPCA de março.
A alta nesse grupo decorre, principalmente, dos preços dos alimentos para consumo no domicílio (3,09%). A maior contribuição (0,08 %) veio do tomate, cujos preços subiram 27,22% em março. Além disso, foram registradas altas em diversos produtos, como a cenoura (31,47%), que acumula alta de 166,17% em 12 meses, o leite longa vida (9,34%), o óleo de soja (8,99%), as frutas (6,39%) e o pão francês (2,97%).
Na alimentação fora do domicílio a refeição, que havia ficado próxima da estabilidade em fevereiro (0,02%), registrou alta de 0,60% em março. Já o lanche teve alta de 0,76%, frente ao 0,85% observado no mês anterior.
Além deles, houve aceleração também nos grupos Vestuário (1,82%), Habitação (1,15%) e Saúde e cuidados pessoais (0,88%). O único com queda foi Comunicação, com -0,05%. Os demais ficaram entre o 0,15% de Educação e o 0,59% de Despesas pessoais.

Redação CUT
Foto Marcos Oliveira

Inflação da RMS é a maior para o mês em 11 anos

Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 1,53% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Considerando todos os meses do ano, foi a maior inflação na RM Salvador desde janeiro de 2016, quando o IPCA havia ficado em 1,69%. Levando em conta apenas os meses de março, o índice é o maior em 11 anos, desde 2011 (1,98%).

O indicador também aumentou mais do que no mês anterior, depois de três desacelerações seguidas – havia sido de 1,04% em dezembro, 0,86% em janeiro e 0,83% em fevereiro. 

Apesar de elevado, o IPCA na Região Metropolitana de Salvador ficou abaixo do nacional, que foi de 1,62%, o maior para um mês de março desde antes do Plano Real, em 1994, e foi apenas o 9o mais elevado entre as 16 áreas pesquisadas separadamente. A inflação de março ficou mais alta na RM Curitiba/PR (2,40%) e nos municípios de Goiânia/GO (2,10%) e São Luís/MA (2,06%). Por outro lado, os índices mais baixos foram registrados em Rio Branco/AC (1,35%), Brasília/DF (1,41%) e Aracaju/SE (1,43%).

Com o resultado de março, o IPCA na RM Salvador acumula alta de 3,26% no primeiro trimestre de 2022. Está ligeiramente acima do índice nacional (3,20%) e é o 8º mais elevado entre os 16 locais investigados. Nos 12 meses encerrados em março, a inflação na RM Salvador chega a 12,13%, frente a 11,33% em fevereiro.

No Brasil como um todo, o IPCA acumula alta de 11,30% nos 12 meses encerrados em março, com 14 das 16 áreas mantendo inflação igual ou maior que 10,00%. O quadro a seguir mostra o IPCA para Brasil e áreas pesquisadas, no mês, no ano e nos 12 meses encerrados em março de 2022.

Aumentos nos preços dos transportes e alimentos puxam inflação em março

Em março, a inflação oficial na Região Metropolitana de Salvador (1,53%) foi resultado de aumentos nos preços médios em oito dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. Os três maiores aumentos e as três maiores pressões de alta no custo de vida da RMS vieram, respectivamente, dos transportes (3,48%), alimentação e bebidas (1,89%) e habitação (1,46%).

Esses são também os três grupos de despesas mais importantes nos orçamentos das famílias. Os combustíveis em geral (7,18%) foram os que mais puxaram o IPCA dos transportes para cima. A gasolina (6,74%) exerceu a maior pressão inflacionária individual em março, na RM Salvador, e o diesel (14,10%) teve a quinta maior contribuição de alta.

A gasolina é o subitem de maior peso no IPCA da RMS e já acumula alta de 28,78% nos 12 meses encerrados em março. Já os alimentos (1,89%) tiveram o maior aumento mensal desde novembro de 2020 (2,11%), puxados por itens consumidos em casa (2,20%) como o pão francês (6,23%), a cenoura (33,91%) e o óleo de soja (15,60%). Os aumentos disseminados entre os alimentos ocorreram por uma série de fatores, principalmente climáticos, mas também relacionados ao custo do frete.

“O aumento nos preços dos combustíveis acaba refletindo em outros produtos, entre eles os alimentos”, analisa Pedro Kislanov, gerente do IPCA. Outra alta bastante importante em março, na RM Salvador, foi a do gás de botijão (5,18%), que exerceu a segunda principal pressão inflacionária individual no mês e ajudou a puxar o grupo habitação para cima, ao lado da energia elétrica (2,06%). O grupo artigos de residência (-0,02%) foi o único a ter uma variação negativa nos preços em março, na RMS. Foi influenciado por quedas em aparelhos eletroeletrônicos (-1,19%) como televisores (-3,33%) e computadores pessoais (-1,46%). Deflações em subitens importantes, como o frango em pedaços (-5,15%) e plano de saúde (-0,70%), também ajudaram a evitar um aumento ainda maior do IPCA em março.

Na Região Metropolitana de Salvador, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com menores rendimentos (até 5 salários mínimos), ficou em 1,66% em março. Apresentou movimento semelhante ao do IPCA, retomando uma trajetória de aceleração, só que ainda mais intensa. O índice na RMS foi menor do que registrado no país como um todo (1,71%), sendo o 8º entre as 16 áreas pesquisadas. No primeiro trimestre de 2022, o INPC acumula alta de 3,49% na RMS e, no acumulado nos 12 meses terminados em março, chega a 12,80%. Em ambos os casos está acima dos índices nacionais (3,42% e 11,73%, respectivamente) e também mais alto do que o IPCA da RM Salvador (3,26% e 12,13%).

Fonte Correio*

Cesta básica aumenta e compromete até 65% do salário mínimo

Os brasileiros continuam enfrentando dificuldades para levar para casa o essencial para se alimentar, mostra a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) dos preços dos alimentos que compõem a cesta básica, de março de 2022.

Nas 17 capitais pesquisadas as altas mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (7,65%), em Curitiba (7,46%), São Paulo (6,36%) e Campo Grande (5,51%). A menor variação foi registrada em Salvador (1,46%).

Valores da cesta básica

Em média o valor da cesta básica compromete 58,57 % do salário mínimo. São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 761,19) em março, o equivalente a quase 65% do mínimo (R$ 1.212).

A segunda capital onde a cesta é mais cara é o Rio de Janeiro (R$ 750,71), em terceiro, Florianópolis (R$ 745,47), seguida de Porto Alegre (R$734,28).

Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 524,99), Salvador (R$ 560,39) e Recife (R$ 561,57).

Em março, as maiores altas foram registradas nos preços do tomate. A única capital em que o tomate caiu de preço foi Aracaju. Outros produtos pesquisados que tiveram alta foram o feijão, óleo de soja, pão francês, farinha de trigo, farinha de mandioca, leite integral, açúcar e manteiga. Confira aqui as variações nas 16 capitais pesquisadas

Comparação anual

A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre março de 2022 e março de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preços, com variações que oscilaram entre 11,99%, em Aracaju, a 29,44%, em Campo Grande.

Em comparação com março de 2021, a cesta na capital paulista teve elevação de 21,60%. Na variação acumulada ao longo do ano, o aumento é de 10,24%.

Dos 13 produtos que compõem a cesta, 12 tiveram reajustes, em São Paulo. O campeão de aumento foi o tomate (35,36%), seguido pela batata (15,36%), feijão carioquinha (8,62%), café em pó (8,31%), óleo de soja (6,69%), leite integral (6,64%), farinha de trigo (4,70%), arroz agulhinha (4,07%), carne bovina de primeira (3,32%), pão francês (2,78%), açúcar refinado (0,95%) e manteiga (0,77%). Apenas a banana teve recuo de preço (-8,66%).

Valor do salário mínimo necessário

Em março de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.

O valor é baseado na cesta mais cara, que, em março, foi a de São Paulo, levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Na comparação com fevereiro, o valor necessário era de R$ 6.012,18, ou 4,96 vezes o piso mínimo.

Na variação comparando março deste ano com março de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.315,74, ou 4,83 vezes o mínimo vigente na época, de R$1.100,00.

No país, quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em março de 2022, 58,57% do rendimento para adquirir os produtos da cesta, mais do que em fevereiro, quando o percentual foi de 56,11%. Em março de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 53,71%.

Fonte: CUT

Foto Alex Capuano

Atos #BolsonaroNuncaMais acontece nesse sábado em 60 cidades

Brasileiros e brasileiras estão organizados para ocupar as ruas de várias cidades, neste sábado, 9 de abril, para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro (PL), responsável pela disparada da inflação, altas taxas de desemprego e de trabalho precário, sem direitos e a volta da fome e da miséria.

Os atos #BolsonaroNuncaMais, organizados por entidades como a CUT e movimentos populares que integram as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo já estão confirmados em 60 cidades (veja relação abaixo).

“Este ano é um ano decisivo para as nossas vidas, é o ano que vai definir que futuro queremos para o nosso país, para nós, nossas famílias e todo o povo brasileiro”, alerta Secretária0Geral da CUT, Carmen Foro.

“Por isso, estar nas ruas protestando e denunciando o governo Bolsonaro, além de um ato de resistência é um ato de conscientização da população sobre a tragédia que vivemos”, complementa a dirigente.

E motivos para protestar não faltam, é carestia, é falta de trabalho decente e bem remunerado, a fome que afeta mais de 20 milhões de brasileiros, os altos preços dos combustíveis que se refletem em toda a economia brasileira corroendo cada vez mais o poder de comprar dos brasileiros, em especial os mais pobres, pontua Carmen.

“O Brasil vive hoje o pior momento de sua história, um período que começou com o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff e que fez o país chegar no fundo do poço com Bolsonaro. Nunca o pais foi tão assolado por ataques a direitos, falta de investimentos no básico como saúde, nunca tivemos um presidente que fosse tão desumano como Bolsonaro. Basta ver o enfrentamento à pandemia”, diz a Secretária-Geral da CUT.

Fonte: CUT

81% dos desempregados há mais de dois anos são trabalhadores pobres

Quase três milhões de brasileiros, ou 81% dos trabalhadores e trabalhadoras que estão desempregados há mais de dois anos no país, são das classes D e E.

Essa parcela mais pobre da população, a que mais sofre com a falta de uma colocação no mercado formal de trabalho, é vítima do golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff (PT) e colocou no lugar presidentes comprometidos com os patrões.

Um dos maiores culpados pela atual crise econômica é o ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP), vice que contribuiu para derrubar Dilma e pai do Teto de Gastos Públicos (EC nº 95), de 2017, que congelou os investimentos do governo por 20 anos, de acordo com o índice da inflação.

Mas Temer não é o único responsável por essa crise sem fim. O governo de Jair Bolsonaro (PL) tem grande parcela de culpa também já que não só manteve a restrição de investimentos públicos como também vem impedindo que as estatais como a Petrobras, possam ser utilizadas como indutoras do crescimento, preferindo distribuir lucros bilionários aos acionistas estrangeiros.

O resultado dessa nefasta condução da economia é sentido diretamente pela população mais pobre que não consegue nem arrumar um emprego para subsistir, explica a professora e economista da Unicamp, especialista no mercado de trabalho, Marilane Teixeira, ao analisar o levantamento feito pela Tendências Consultoria Integrada, que mostra que são os trabalhadores das classes D/E, com renda mensal de até R$ 2.800 , que estão há mais de 24 meses desempregados. Segundo a pesquisa, são 2,9 milhões de pessoas (81%) de um universo de 3,7 milhões, se somadas as pessoas desempregadas de todas as classes sociais.

“Há um déficit estrutural de postos de trabalho e tem a ver com a incapacidade do governo de criar empregos para quem necessita e, é claro que atinge a população com menor escolaridade, os mais pobres. Sem investimento público, sem obras de infraestrutura, de moradia, enfim, sem o Estado atuar como indutor do crescimento, a roda não gira e atinge mais os mais pobres. Em geral pessoas com nível de escolaridade maior encontram mais facilidades de conseguir um emprego em suas áreas de atuação”, diz a economista.

A economia não se recuperou por falta de investimento públicos e o setor privado não tem como alavancar a atividade econômica como defende a equipe do governo Bolsonaro. Para gerar emprego é preciso uma política pública do estado

Marilane afirma ainda que, com o este déficit da oferta de trabalho (são 12 milhões de desempregados no país), a tendência é as pessoas vivenciarem o desemprego por muito mais tempo.

“Para cada 100 candidatos a vagas, se dois conseguem uma colocação, os 98 restantes ficarão sem trabalho. E quanto mais tempo se fica afastado do ambiente de trabalho, maior é o nível de defasagem a novas tecnologias e mudanças que vêm sendo incorporadas de forma muito rápidas em vários segmentos”, afirma Marilane.

A economista chama a atenção para o fato de que, embora o levantamento não tenha abarcado o problema do desemprego das mulheres, são as negras que ficam por mais tempo sem trabalho.

“Em 2021, 30,4% das mulheres negras estavam desempregadas há mais de dois anos; as brancas somam 29,8% e os homens são 21%”, conta.

Os efeitos da pandemia

A economista explica ainda que a crise acentuada pela pandemia elevou o desemprego nos setores que tem características de maior precariedade, e em vez dos setores mais estruturados cujos trabalhadores puderam atuar em home office. Já os empregos do setor de serviços e os domésticos tiveram de ser interrompidos nos últimos dois anos, além de muitos negócios também terem encerrados suas atividades.

“Quem perdeu o emprego antes da pandemia também não voltou ao mercado de trabalho, como os por conta própria, os autônomos, que eventualmente trabalhavam como vendedores ambulantes e outras atividades. Esses não se recuperaram totalmente, pela desigualdade história da sociedade brasileira que adota um modelo econômico concentrador e excludente”, conclui.

Fonte: CUT

Trabalhadores da Bridgestone aprovam acordo coletivo 2022/2023

Foi aprovado pelos trabalhadores na manhã desta sexta-feira (8), em assembleia única na porta da fábrica da Bridgestone Camaçari, o acordo coletivo, válido para os anos de 2022 e 2023. A abertura do processo de negociação ocorreu no último dia 18 de março e a proposta aprovada foi construída ontem (7), quando a diretoria do Sindborracha se reuniu com representantes da empresa.

Confira a pauta completa:
2022

*Banco de horas apenas na continuação da jornada
*INPC no salário para dezembro
*INPC no Sodexo
*INPC no Sodexo para filhos especiais
*INPC no Sodexo de Natal
*Participação nos Lucros de R$ 12.500, com adiantamento de R$ 9 mil
*Aumento do vale-pneu de R$ 215 para R$ 315
*Bônus de R$ 3 mil em um cartão de crédito para todos  os funcionários
*A empresa se compromete em fechar convênio com cooperativa de crédito
*Programa de incentivo ao Esporte
*Descrição da falta justificada
*Metas de PL igual para todos, horistas e mensalistas

2023
*Reajuste do INPC em 01/06/2023
*INPC no Sodexo alimentação
*Reajuste INPC no Sodexo filhos especiais
*Reajuste no Sodexo de Natal
*Participação nos Lucros de R$ 13 mil
*Vale pneu de R$ 315 para R$ 330