Futuro governo precisa agir a médio prazo para alavancar a indústria

Durante o Seminário Nacional do Macrossetor da Indústria da CUT, o presidente do Sindborracha de Camaçari, Salvador e Região Metropolitana, Josué Pereira, destacou a necessidade de frear o processo de desindustrialização que o Brasil está sofrendo. Para ele, é preciso que o futuro governo federal estabeleça uma ação de médio prazo para retomar a geração de empregos no setor.

“Os sindicatos estão aqui debatendo os investimentos que precisam ser feitos para reverter o déficit de empregos na indústria brasileira”. De acordo com Josué, o material utilizado no setor é importado, assim como o maquinário, e a China tem tomado bastante espaço no Brasil. O fato de vir de fora, ao invés de ser produzido em território brasileiro, diminui a capacidade de promover novos postos de trabalho.

O evento, que teve início na quarta-feira (27) e segue nessa quinta (28), reúne representantes dos ramos químico, construção civil, energia, alimentação, madeira e vestuário. O último painel debate Tecnologia e avanços na indústria. Em seguida, serão apresentados os resultados e as propostas das plenárias temáticas do Macrossetor da Indústria, bem como as considerações finais.

1° de Maio: café da manhã especial e sorteio de motos para sócios

Após dois anos sem a tradicional confraternização dos trabalhadores e familiares, a diretoria do Sindborracha preparou uma manhã especial para os sócios. No domingo, 1° de Maio, Dia do Trabalhador, será servido café da manhã reforçado. O encontro está marcado para as 8h na sede do Sindicato.
Serão distribuído o brinde para cada um dos sócios ativos. Em seguida, o super sorteio dos prêmios. Esse ano, o sindicato superou as expectativas. Serão duas motos Honda CG 160 Start. Uma para a galera da Bridgestone e outra para a galera da Continental. Concorrem todos os sócios. Independente de estar presente no momento do sorteio, que será transmitido ao vivo no instagram @sindborracha.srm.
É ou não é demais o 1° de Maio do Sindborracha?

Brasil tem mais de 50% das famílias na pobreza ou extrema pobreza

Diferentemente dos tempos do PT na Presidência da República, quando pessoas da base da pirâmide social ascenderam para melhores condições de vida, por causa de políticas públicas inclusivas, nos tempos de desgoverno atual a população brasileira tem número maior de pessoas pobres ou extremamente pobres.

Reportagem de hoje (25) do Valor Econômico aborda estudo da Tendências Consultoria, segundo o qual 2022 deve fechar com 50,7% dos domicílios brasileiros nas classes D e E, nas quais se enquadram famílias cuja renda total é de até R$ 2,9 mil.

O percentual é menor do que em 2021 (51,3%), mas bem acima dos 47% de 2014, quando se encerrou o primeiro mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff num ciclo de 12 anos de governos petistas. Os 47% de 2014 foram o menor percentual da série histórica iniciada em 1999. A estimativa da consultoria responsável pelo estudo é de que serão preciso sete anos para se retomar o nível verificado há oito anos.

Poder de compra

Outro dado que dá a dimensão das dificuldades enfrentadas pelas classes mais pobres para sobreviver é a queda da renda média do trabalho. Outra reportagem do Valor registra que, em queda, a renda média do trabalho está abaixo do período pré-pandemia e deve se manter nos níveis atuais ou ainda pior por causa da inflação alta e perspectiva de baixo crescimento econômico, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). com base em microdados da Pnad.

Em entrevista ao diário, o economista Daniel Duque disse que a população ocupada no Brasil é equivalente àquela do período pré-pandemia, mas o total de horas trabalhadas é maior o que puxa a renda para baixo. O indicador estaria mais de 8% abaixo do nível do último trimestre de 2019. Segundo ele, os trabalhadores estão trabalhando mais horas do que em 2019, mas não estão conseguindo renda com os ajustes nominais, o que leva a perda do poder de compra. Trabalhadores dos setores indústria e serviços seriam os mais afetados.

“A indústria começou a se recuperar primeiro, mas tem sofrido bastante com questões globais, de logística e cadeias de produção afetadas. Isso tem feito empregadores manter trabalhadores, mas sem reajustes, deixando a inflação comer esses salários. Em segundo lugar, em termos de queda de renda, vêm serviços. Áreas como alojamento, alimentação e entretenimento foram muito afetadas e ainda não recuperaram o nível pré-pandemia, o que acaba se refletindo em salários menores”, declarou o economista ao jornal.

Dinamismo da economia

O ex-presidente Lula tem se manifestado sobre a importância de os trabalhadores terem reajustes ao menos igual à inflação para não perder poder de compra. Ele lembra que nos tempos do PT foram criados 22 milhões de empregos com carteira assinada e que cerca de 90% dos acordos salariais das categorias organizadas eram iguais ou superiores à inflação.

“No meu tempo de presidente, 89% dos reajustes de salário dos trabalhadores eram acima da inflação. Hoje apenas 7% dos reajustes estão acima da inflação, o restante é a menos da inflação. Então, significa que o povo está ganhando menos, trabalhando menos, comendo menos, e tendo menos alegria”, declarou recentemente. O ex-presidente, destaca a importância de incluir o pobre no orçamento e adotar medidas para gerar emprego e fazer o Brasil voltar a crescer.

“O que vai gerar emprego, na verdade, é o dinamismo da economia, quando a economia começa a funcionar, quando um comércio começa a vender, quando a indústria começa a produzir, quando os empregos começam a ser gerados, a economia cresce e tudo melhora. É como se fosse uma roda gigante funcionando, ou seja, o povo tem que ter recurso, o povo vai comprar, o comércio vai vender, a indústria vai produzir, vai ter mais emprego, vai ter mais salário, vai ter mais renda”, afirmou em entrevista recente.

Redação lula.com.br

Petrobras precisa retomar papel de agente do desenvolvimento

Em tempos de alta desenfreada nos preços dos combustíveis, com muitos brasileiros sem conseguir abastecer seus carros ou caminhões e inúmeras famílias se expondo ao perigo, obrigadas a voltar a usar lenha para cozinhar, por causa do preço proibitivo do gás, é fundamental entender o que está acontecendo com o setor de óleo e gás no Brasil.

Significa entender o que está acontecendo com a Petrobras, estatal fundamental para o desenvolvimento e soberania do Brasil. Esvaziada, pouco a pouco, sem que os brasileiros percebam o processo de destruição, a empresa tem servido mais aos interesses dos acionistas, que ganham bilhões em dividendos, numa inversão de prioridades que ignora seu papel histórico desenvolvimentista.

Em 2021, por exemplo, dos R$ 106 bilhões de lucro líquido, R$ 101 bilhões foram distribuídos em dividendos. É preciso conciliar distribuição de dividendo e destinação de lucros para investimentos e fortalecimento da estatal e do Estado brasileiro.

Empresa do povo brasileiro
Nos governos do PT, boa parte dos lucros da Petrobras era destinada a investimentos para a empresa crescer e para que o resultado se transformasse em benefícios para a sociedade brasileira em geral, por meio de investimentos em educação, saúde e inovação e também por meio de mecanismos que evitassem que os preços subissem tanto, como tem subido agora, gerando impacto na inflação, carestia em todos os setores, empobrecimento da população e fome.

Em debates internos promovidos pela Fundação Perseu Abramo e com presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de ex-dirigentes da estatal e de especialistas do setor é consenso que a companhia precisa retomar seu papel de agente de desenvolvimento e garantidoras de abastecimento de derivados para o suprimento do povo brasileiro
Foi nos governos petistas que a estatal fez a maior descoberta de petróleo – o pré-sal – passou pela maior capitalização da história, se posicionou como uma das maiores empresas de energia do mundo e foi alvo da mais importante regulação para que, efetivamente, passasse a ser do povo brasileiro.

A partir de 2017, após o golpe que tirou a então presidenta Dilma Rousseff do poder, a legislação foi alterada considerando principalmente os interesses da iniciativa privada, deixando de lado o papel fundamental de assegurar acesso aos combustíveis e de ser instrumento para consolidar a soberania do nacional.

Competitividade, em vez de garantir abastecimento
José Sergio Gabrielli, ex-presidente da estatal, tem sido bastante didático para contextualizar o que acontece com a Petrobras e a indústria de óleo e gás no Brasil. Ele conta que a Política Nacional de Abastecimento estabelecia como objetivo da estatal ser agente do desenvolvimento e garantir o abastecimento de derivados para suprimento do povo brasileiro.

Em 2017, a legislação foi mudada e o objetivo passou a ser aumentar a competitividade, diminuir a presença da Petrobras e atrair importadores e outros capitais para o refino. Na prática, isso resultou no enfraquecimento da estatal no mercado de derivados, com muitas empresas importando gasolina no Brasil, o que interfere na alta dos preços. Esses, também desde 2017, seguem a Política de Paridade de Importação, que significa dizer que precisam acompanhar as variações internacionais.

O último anuário da Agência Nacional de Petróleo fala em 392 empresas no Brasil importando derivados de petróleo.
As importações, que hoje representam um quarto de gasolina, um quarto de óleo diese e um terço de Gás Liquefeito de Petróleo (FLP), o chamado gás de cozinha, não precisariam acontecer nessa proporção se o Brasil continuasse investindo na capacidade de refino, como também era feito nos governos do PT.

Os investimentos em refinarias foram paralisados, ao mesmo tempo que a distribuição foi desmontada com a venda integral da BR Distribuidora. Quando a Petrobras tinha uma rede de distribuição – que deve ser recomposta numa eventual volta do PT ao poder – era mais fácil administrar os preços e assegurar acesso de todos aos combustíveis. Diferentemente do que acontece hoje, garantir o abastecimento, como já dito, era prioridade da estatal.

Para combater a fome, Lula pede uma política econômica com maior distribuição de renda

Em entrevista coletiva para youtubers e a mídia alternativa na manhã de hoje, 26, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a colocar o combate à fome como uma prioridade não apenas para o Brasil, mas para o mundo. Para ele, o fato de ainda existirem milhões de pessoas no mundo passando por insegurança alimentar é o resultado de uma falha crítica nas políticas públicas, que deve ser corrigida.

“A desigualdade não é um fato natural, é um fenômeno da incapacidade das pessoas que governam os países de cuidar do povo como ele merece. Nós não temos fome pela falta de produção de alimentos. Nós temos fome pela falta de recursos para as pessoas comprarem o que comer. A gente produz mais alimentos do que necessitamos. E mesmo assim nós temos 900 milhões de pessoas indo dormir sem ter um prato de comida para comer”, ressaltou.

O ex-presidente usou como exemplo o recente anúncio, feito pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de uma nova ajuda financeira para a Ucrânia, para mostrar como uma melhor alocação dos recursos facilitaria o combate à fome.

“Isso se deve efetivamente à falta de um olhar humanista para os países mais pobres. Imagina se o presidente Biden, que anunciou na semana passada mais 800 milhões de dólares para a guerra na Ucrânia, tivesse a mesma disposição para mandar 800 milhões de dólares para comprar comida para o povo pobre. Vamos escolher um continente, o povo pobre da África ou da América Latina. O que acontece é que muita gente as pessoas pobres não são olhadas como seres humanos, são olhadas como objetos”, criticou Lula.

Para ele, o combate à fome deve ser uma política não apenas de governo, mas uma obrigação do Estado. “Se a Bíblia, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição dizem que é obrigação que todo mundo tenha o que comer, nós temos a obrigação. E nós provamos que é possível. Tenho dito sempre, não é possível que o Brasil que é o terceiro maior produtor de alimentos no mundo tenha gente com fome. Não é possível que o primeiro produtor de proteína animal do mundo tenha gente correndo atrás de carcaça de frango e osso porque não tem dinheiro para comprar. É preciso uma política econômica distributiva”, disse.

IPCA-15 acelera em abril ao registrar aumento médio de 1,73%

Prévia mais próxima da metodologia do índice inflacionário oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 acelerou em abril. O IPCA-15 aumentou 1,73% somente neste mês, ficando 0,78 ponto percentual acima da taxa de março (0,95%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,31%. A variação em 12 meses está em 12,03%.

De acordo com o IBGE, abril deste ano teve a maior variação mensal do indicador desde fevereiro de 2003 (2,19%) e a maior  para um mês de abril desde 1995, quando o índice foi de 1,95%. A prévia segue a mesma metodologia do IBGE para o IPCA, tendo como única diferença o período de coleta dos dados – até o dia 15, enquanto o IPCA adota o mês cheio.

Em abril, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta. A maior variação (3,43%) e o maior impacto (0,74 p.p.) vieram dos transportes, que aceleraram em relação a março (0,68%), seguidos de alimentação e bebidas (2,25% e impacto de 0,47 p.p. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 70% do IPCA-15 em abril.

Seminário com setores da indústria discute retomada do desenvolvimento

Começou nesta quarta-feira (27), o Seminário nacional do Macrossetor da Indústria da CUT, que reúne representantes dos ramos químico, construção civil, energia, alimentação, madeira e vestuário. O objetivo é discutir o futuro dos setores, para construir a retomada do desenvolvimento econômico do país.

Reprodução @cnq_cut

Na abertura, foi feita análise da conjuntura nacional, com Gilberto de Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República no primeiro governo Dilma Rousseff. Ainda na programação do primeiro dia, o técnico do Dieese, Fausto Augusto, apresenta diagnóstico da indústria nos últimos 30 anos. Em seguida, a economista Cristina Fróes fala sobre economia e desenvolvimento da indústria no Brasil.

Gilberto de Carvalho e Josué Pereira

O presidente do Sindborracha de Camaçari, Salvador e Região Metropolitana, Josué Pereira, representa a Bahia, ao lado do Sindipetro-BA.

Lula quer política de geração de emprego com mais crédito para micros e pequenas empresas

Em reflexão sobre alternativas de emprego num contexto de mudança no perfil do mercado de trabalho, com perda de vagas formais, jovens sem alternativas depois de deixarem a universidade e muitas pessoas trabalhando em atividades sem nenhum direito, mas acreditando serem donos do próprio negócio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o Brasil tenha uma política de apoio ao empreendedorismo. Durante entrevista hoje (26) a youtubers e jornalistas da mídia independente, Lula também afirmou que o BNDES deveria ter uma linha de crédito especial para pequenos e médios empresários interessados em investir nos próprios negócios.

“Precisamos definir concretamente uma forte política em defesa do empreendedorismo. Empreendedor não pode ser o cara da motocicleta e do Uber, que não tem direito, que não tem salário, que não tem patrão. O empreendedor pode ser um cara que tenha no Estado uma política de credito que garanta a ele o seu empreendimento. O Estado tem que dar oportunidade, facilitar, dar crédito. Acho que o BNDES pode mudar de função. Não pode ser um banco para emprestar apenas para grandes empresas. O BNDES precisa ser um banco com carteira especial para pequenos e médios empresários”.

Lula afirmou que é tarefa de todos descobrir qual empregado o mercado quer para que os jovens sejam qualificados de forma adequada. Mais uma vez, ele mencionou a necessidade de reunir trabalhadores, empresários, sociedade e universidade em torno desse debate.

“Precisamos saber que tipo de atividade econômica a gente vai fomentar no país para gerar emprego para uma menina que terminou a universidade, sonhou em fazer direito, sonhou em fazer psicologia, sonhou em fazer medicina e ela precisa ter uma coisa dela para trabalhar d e não tem dinheiro. Precisamos pensar em como gerar um novo mercado de trabalho para essas pessoas e quem tem que saber é a sociedade”, disse afirmando que a escola e a universidade são a primeira chance oferecida à juventude que tem que ter uma segunda chance quando estiver com o emprego na mão. “Possivelmente (a segunda chance) seja o crescimento econômico do país e a criação de linhas de financiamento para que centenas ou milhares de pessoas façam o que queiram fazer”.

Lula afirmou que é papel do Estado dar garantias para que as pessoas vivam bem e tenham acesso aos bens que produzem. A mágica, repetiu, é incluir o povo pobre no orçamento e o rico no imposto de renda.

Redação Lula.com.br

Foto Ricardo Stuckert

População percebe a farsa do Auxílio Brasil de Bolsonaro

O tiro saiu pela culatra da arminha do ex-capitão. Matéria publicada pela Folha de S. Paulo informa que a estratégia de Bolsonaro, de acabar com o Bolsa Família no fim do ano passado, às vésperas do ano eleitoral, para lançar um programa chamado Auxílio Brasil, não deu certo. 

Segundo o jornal, dados colhidos pela própria equipe do atual presidente mostram que a taxa de reprovação de Bolsonaro é alta até mesmo entre as pessoas que recebem o benefício. Por isso, é provável que propagandas de tevê e outdoors sejam lançados para tentar melhorar a imagem do programa. Como o brasileiro não é bobo, porém, a tentativa dificilmente vai funcionar.

E o motivo é simples. O Auxílio Brasil foi uma tentativa de maquiar uma das maiores maldades cometidas pelo governo Bolsonaro: a exclusão de quase 26 milhões de famílias, que foram abandonadas pelo seu governo no momento em que mais precisavam, quando o país ainda enfrenta a pandemia de Covid-19, o desemprego está nas alturas e a inflação fez o preço da cesta básica subir mais de 20% nos últimos 12 meses.

O Partido dos Trabalhadores avisou desde o começo que Bolsonaro estava fazendo a maior exclusão social da história ao acabar, de uma só vez, não só com o Bolsa Família, mas também com o Auxílio Emergencial. Não custa, no entanto, lembrar dos erros criminosos cometidos por Bolsonaro ao lançar seu programa.

1. Abandonou quase 26 milhões de famílias

Até outubro do ano passado, 43,9 milhões de famílias recebiam ajuda contra a fome – 39,3 milhões recebiam o Auxílio Emergencial (sendo que, dessas, 10 milhões eram oriundas do Bolsa Família) e 4,6 milhões permaneciam no Bolsa Família, porque seus benefícios eram maiores que o máximo pago pelo Auxílio Emergencial em 2021 (R$ 375).

Em novembro, os dois programas foram extintos e substituídos pelo Auxílio Brasil, que começou atendendo 14,5 milhões, basicamente o número de beneficiados do Bolsa Família. Depois, Bolsonaro incluiu as famílias que ele havia deixado por anos na fila de espera, ampliando os atendidos para 17 milhões. Mesmo assim, quase 26 milhões continuaram sem apoio.

2. Fez isso sem nenhum tipo de estudo

E Bolsonaro fez isso sem que seu governo tivesse feito qualquer tipo de estudo sobre a situação da população. Foi uma medida tomada completamente às cegas, sem saber quantas famílias ainda precisavam de ajuda para não passar fome. O governo chegou ao ponto de se basear em dados de 11 anos atrás.

“Milhões de famílias completamente excluídas sem que ninguém tivesse tentado saber se essas famílias continuam precisando. Como se a pandemia tivesse terminado, como se a economia estivesse bem e como se essas famílias tivessem voltado à sua vida normal”, alertou na época a ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello

3. Enganou as famílias que estavam precisando

Para piorar, as 26 milhões de famílias excluídas ainda foram enganadas por Bolsonaro, que disse a elas que, se continuassem precisando de ajuda, deveriam se inscrever no Cadastro Único. 

Então, as famílias excluídas, que já haviam se inscrito no aplicativo do Auxílio Emergencial, tiveram o trabalho de se inscrever também no Cadastro único. Porém, fizeram isso em vão, uma vez que o governo, depois de receber as primeiras inscrições, avisou que elas não seriam “incluídas imediatamente” porque o Auxílio Brasil não conta com “disponibilidade orçamentária”.

4. Promoveu sucessivos cortes de valor e de beneficiários

A população percebe que Bolsonaro nunca se esforçou em realmente ajudar os mais pobres. Quando o Auxílio Emergencial foi criado, em 2020, o governo propôs incialmente um valor de R$ 200. Foi o Congresso Nacional quem instituiu os R$ 600 e para 60 milhões de pessoas. Depois, Bolsonaro foi reduzindo tanto o número de beneficiários quanto o valor do auxílio, e chegou a parar de pagá-lo no começo de 2021.

Quando lançou o Auxílio Brasil, Bolsonaro tentou dizer que os R$ 400 era mais do que o Bolsa Família pagava. Mas a população sabe que o Bolsa Família foi criado em outra época e que as necessidades de hoje são outras. E sabe que, no fim das contas, o que Bolsonaro fez foi reduzir o valor do Auxílio Emergencial, que começou com R$ 600.

Tudo isso mostra que Bolsonaro nunca se preocupou em achar uma solução real para o problema da fome no Brasil. Agiu apenas de forma eleitoreira. E isso ficou claro para todo mundo, até para quem hoje recebe o Auxílio Brasil.

Redação pt.org.br

PPI: o que é e quando começou a dolarização dos combustíveis

Foi no governo de Michel Temer, em outubro de 2016, que a Petrobras passou a adotar o PPI (preço de paridade de importação). Na época, a empresa era presidida por Pedro Parente, escolhido por Temer. Depois de Temer, Jair Bolsonaro manteve a mesma política.

Na prática, o PPI muda a forma de determinar o preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha vendidos pela Petrobras. Em vez de fazer o que seria lógico, ou seja, calcular quanto custa fabricar cada produto, adicionar uma margem de lucro justa e aí vender, a empresa passou a fazer de maneira diferente.

Como? Hoje, para determinar o preço da gasolina, por exemplo, a Petrobras calcula quanto custa importar gasolina de outro país, geralmente dos Estados Unidos. Ela faz a conta: para importar gasolina, preciso comprar de uma refinaria americana, levar até um porto dos Estados Unidos, trazer de navio até o Brasil e depois transportar até os postos de gasolina Brasil afora.

Depois que ela faz essa conta toda e descobre quanto custa importar a gasolina, o diesel e o gás de cozinha, ela decide: “Vou cobrar o mesmo preço”.

Isso é justo?

Claro que isso não é justo. É muito mais barato produzir combustível no Brasil, que é o que a Petrobras faz. Todo o custo dela é em real e a distância que esse combustível precisa percorrer até chegar aos postos é bem menor.

Para importar, a distância é maior e todos os custos são pagos em dólar. E é esse valor que a Petrobras está cobrando dos brasileiros, mesmo tendo pago muito menos para fabricar. É por isso que o PPI, no fim das contas, significa dolarizar o preço do gás e dos combustíveis.

Quem ganha e quem perde com isso?

Quem perde é a população brasileira, que é a verdadeira dona da Petrobras, mas está pagando um preço cada vez mais alto, calculado em dólar, por produtos que são fabricados aqui no Brasil, em reais. Hoje, a gasolina no Brasil é uma das mais caras do mundo

Quem ganha são três grupos muito pequenos de pessoas. O primeiro são os acionistas da Petrobras, ou seja, gente que tem dinheiro para comprar ações da empresa. Como a Petrobras vende a gasolina muito mais cara, o lucro aumenta, aumentando o ganho desses investidores. E esses investidores são, na maioria, gente rica de outros países.

Outro grupo que ganha são os donos de empresas que estão importando gasolina para vender no Brasil. Como a Petrobras garante que o preço vai ficar lá em cima, hoje tem mais de 400 empresas importando gasolina para vender caro aqui no Brasil.

Também ganham os empresários que estão comprando as refinarias e os gasodutos que Bolsonaro está vendendo a preço de banana por aí. Para esses, o lucro é maravilhoso, porque eles fabricam a gasolina aqui no Brasil, como a Petrobras, mas podem vender pelo preço em dólar.

Por que a Petrobras faz isso?

É mesmo de se perguntar por que a Petrobras, que é uma empresa do povo brasileiro, está maltratando o povo brasileiro. A única explicação é que, a exemplo de Temer, Bolsonaro não é comprometido com o Brasil.

O governo dele só existe para dar mais dinheiro aos acionistas estrangeiros e para vender a Petrobras para grupos empresariais de fora, que vão poder explorar os brasileiros como quiserem caso a Petrobras termine de ser entregue para eles.

Fonte: pt.org.br