Cesta básica aumenta e compromete até 65% do salário mínimo

Os brasileiros continuam enfrentando dificuldades para levar para casa o essencial para se alimentar, mostra a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) dos preços dos alimentos que compõem a cesta básica, de março de 2022.

Nas 17 capitais pesquisadas as altas mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (7,65%), em Curitiba (7,46%), São Paulo (6,36%) e Campo Grande (5,51%). A menor variação foi registrada em Salvador (1,46%).

Valores da cesta básica

Em média o valor da cesta básica compromete 58,57 % do salário mínimo. São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 761,19) em março, o equivalente a quase 65% do mínimo (R$ 1.212).

A segunda capital onde a cesta é mais cara é o Rio de Janeiro (R$ 750,71), em terceiro, Florianópolis (R$ 745,47), seguida de Porto Alegre (R$734,28).

Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 524,99), Salvador (R$ 560,39) e Recife (R$ 561,57).

Em março, as maiores altas foram registradas nos preços do tomate. A única capital em que o tomate caiu de preço foi Aracaju. Outros produtos pesquisados que tiveram alta foram o feijão, óleo de soja, pão francês, farinha de trigo, farinha de mandioca, leite integral, açúcar e manteiga. Confira aqui as variações nas 16 capitais pesquisadas

Comparação anual

A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre março de 2022 e março de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preços, com variações que oscilaram entre 11,99%, em Aracaju, a 29,44%, em Campo Grande.

Em comparação com março de 2021, a cesta na capital paulista teve elevação de 21,60%. Na variação acumulada ao longo do ano, o aumento é de 10,24%.

Dos 13 produtos que compõem a cesta, 12 tiveram reajustes, em São Paulo. O campeão de aumento foi o tomate (35,36%), seguido pela batata (15,36%), feijão carioquinha (8,62%), café em pó (8,31%), óleo de soja (6,69%), leite integral (6,64%), farinha de trigo (4,70%), arroz agulhinha (4,07%), carne bovina de primeira (3,32%), pão francês (2,78%), açúcar refinado (0,95%) e manteiga (0,77%). Apenas a banana teve recuo de preço (-8,66%).

Valor do salário mínimo necessário

Em março de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.

O valor é baseado na cesta mais cara, que, em março, foi a de São Paulo, levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Na comparação com fevereiro, o valor necessário era de R$ 6.012,18, ou 4,96 vezes o piso mínimo.

Na variação comparando março deste ano com março de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.315,74, ou 4,83 vezes o mínimo vigente na época, de R$1.100,00.

No país, quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em março de 2022, 58,57% do rendimento para adquirir os produtos da cesta, mais do que em fevereiro, quando o percentual foi de 56,11%. Em março de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 53,71%.

Fonte: CUT

Foto Alex Capuano

Atos #BolsonaroNuncaMais acontece nesse sábado em 60 cidades

Brasileiros e brasileiras estão organizados para ocupar as ruas de várias cidades, neste sábado, 9 de abril, para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro (PL), responsável pela disparada da inflação, altas taxas de desemprego e de trabalho precário, sem direitos e a volta da fome e da miséria.

Os atos #BolsonaroNuncaMais, organizados por entidades como a CUT e movimentos populares que integram as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo já estão confirmados em 60 cidades (veja relação abaixo).

“Este ano é um ano decisivo para as nossas vidas, é o ano que vai definir que futuro queremos para o nosso país, para nós, nossas famílias e todo o povo brasileiro”, alerta Secretária0Geral da CUT, Carmen Foro.

“Por isso, estar nas ruas protestando e denunciando o governo Bolsonaro, além de um ato de resistência é um ato de conscientização da população sobre a tragédia que vivemos”, complementa a dirigente.

E motivos para protestar não faltam, é carestia, é falta de trabalho decente e bem remunerado, a fome que afeta mais de 20 milhões de brasileiros, os altos preços dos combustíveis que se refletem em toda a economia brasileira corroendo cada vez mais o poder de comprar dos brasileiros, em especial os mais pobres, pontua Carmen.

“O Brasil vive hoje o pior momento de sua história, um período que começou com o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff e que fez o país chegar no fundo do poço com Bolsonaro. Nunca o pais foi tão assolado por ataques a direitos, falta de investimentos no básico como saúde, nunca tivemos um presidente que fosse tão desumano como Bolsonaro. Basta ver o enfrentamento à pandemia”, diz a Secretária-Geral da CUT.

Fonte: CUT

81% dos desempregados há mais de dois anos são trabalhadores pobres

Quase três milhões de brasileiros, ou 81% dos trabalhadores e trabalhadoras que estão desempregados há mais de dois anos no país, são das classes D e E.

Essa parcela mais pobre da população, a que mais sofre com a falta de uma colocação no mercado formal de trabalho, é vítima do golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff (PT) e colocou no lugar presidentes comprometidos com os patrões.

Um dos maiores culpados pela atual crise econômica é o ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP), vice que contribuiu para derrubar Dilma e pai do Teto de Gastos Públicos (EC nº 95), de 2017, que congelou os investimentos do governo por 20 anos, de acordo com o índice da inflação.

Mas Temer não é o único responsável por essa crise sem fim. O governo de Jair Bolsonaro (PL) tem grande parcela de culpa também já que não só manteve a restrição de investimentos públicos como também vem impedindo que as estatais como a Petrobras, possam ser utilizadas como indutoras do crescimento, preferindo distribuir lucros bilionários aos acionistas estrangeiros.

O resultado dessa nefasta condução da economia é sentido diretamente pela população mais pobre que não consegue nem arrumar um emprego para subsistir, explica a professora e economista da Unicamp, especialista no mercado de trabalho, Marilane Teixeira, ao analisar o levantamento feito pela Tendências Consultoria Integrada, que mostra que são os trabalhadores das classes D/E, com renda mensal de até R$ 2.800 , que estão há mais de 24 meses desempregados. Segundo a pesquisa, são 2,9 milhões de pessoas (81%) de um universo de 3,7 milhões, se somadas as pessoas desempregadas de todas as classes sociais.

“Há um déficit estrutural de postos de trabalho e tem a ver com a incapacidade do governo de criar empregos para quem necessita e, é claro que atinge a população com menor escolaridade, os mais pobres. Sem investimento público, sem obras de infraestrutura, de moradia, enfim, sem o Estado atuar como indutor do crescimento, a roda não gira e atinge mais os mais pobres. Em geral pessoas com nível de escolaridade maior encontram mais facilidades de conseguir um emprego em suas áreas de atuação”, diz a economista.

A economia não se recuperou por falta de investimento públicos e o setor privado não tem como alavancar a atividade econômica como defende a equipe do governo Bolsonaro. Para gerar emprego é preciso uma política pública do estado

Marilane afirma ainda que, com o este déficit da oferta de trabalho (são 12 milhões de desempregados no país), a tendência é as pessoas vivenciarem o desemprego por muito mais tempo.

“Para cada 100 candidatos a vagas, se dois conseguem uma colocação, os 98 restantes ficarão sem trabalho. E quanto mais tempo se fica afastado do ambiente de trabalho, maior é o nível de defasagem a novas tecnologias e mudanças que vêm sendo incorporadas de forma muito rápidas em vários segmentos”, afirma Marilane.

A economista chama a atenção para o fato de que, embora o levantamento não tenha abarcado o problema do desemprego das mulheres, são as negras que ficam por mais tempo sem trabalho.

“Em 2021, 30,4% das mulheres negras estavam desempregadas há mais de dois anos; as brancas somam 29,8% e os homens são 21%”, conta.

Os efeitos da pandemia

A economista explica ainda que a crise acentuada pela pandemia elevou o desemprego nos setores que tem características de maior precariedade, e em vez dos setores mais estruturados cujos trabalhadores puderam atuar em home office. Já os empregos do setor de serviços e os domésticos tiveram de ser interrompidos nos últimos dois anos, além de muitos negócios também terem encerrados suas atividades.

“Quem perdeu o emprego antes da pandemia também não voltou ao mercado de trabalho, como os por conta própria, os autônomos, que eventualmente trabalhavam como vendedores ambulantes e outras atividades. Esses não se recuperaram totalmente, pela desigualdade história da sociedade brasileira que adota um modelo econômico concentrador e excludente”, conclui.

Fonte: CUT

Trabalhadores da Bridgestone aprovam acordo coletivo 2022/2023

Foi aprovado pelos trabalhadores na manhã desta sexta-feira (8), em assembleia única na porta da fábrica da Bridgestone Camaçari, o acordo coletivo, válido para os anos de 2022 e 2023. A abertura do processo de negociação ocorreu no último dia 18 de março e a proposta aprovada foi construída ontem (7), quando a diretoria do Sindborracha se reuniu com representantes da empresa.

Confira a pauta completa:
2022

*Banco de horas apenas na continuação da jornada
*INPC no salário para dezembro
*INPC no Sodexo
*INPC no Sodexo para filhos especiais
*INPC no Sodexo de Natal
*Participação nos Lucros de R$ 12.500, com adiantamento de R$ 9 mil
*Aumento do vale-pneu de R$ 215 para R$ 315
*Bônus de R$ 3 mil em um cartão de crédito para todos  os funcionários
*A empresa se compromete em fechar convênio com cooperativa de crédito
*Programa de incentivo ao Esporte
*Descrição da falta justificada
*Metas de PL igual para todos, horistas e mensalistas

2023
*Reajuste do INPC em 01/06/2023
*INPC no Sodexo alimentação
*Reajuste INPC no Sodexo filhos especiais
*Reajuste no Sodexo de Natal
*Participação nos Lucros de R$ 13 mil
*Vale pneu de R$ 315 para R$ 330

Bolsonaro prepara ataque ao seguro-desemprego

O seguro-desemprego está na mira de Jair Bolsonaro. O governo alega que as atuais regras do benefício estimulam o acesso ao programa repetidas vezes e quer mudanças que, como sempre, prejudicam os trabalhadores.

O total acumulado de requerimentos de seguro-desemprego chegou a 1.080.098 neste ano. Em 2021 foram feitas 966.187 solicitações. O estado com maior número é São Paulo. A Bahia aparece em 7º lugar.

Incomodado, o governo Bolsonaro tem procurado alternativas para mudar o programa. A ideia é se apropriar da multa do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), acabando assim com o seguro-desemprego.

Os profissionais devem se atentar. Vale lembrar que o trabalhador demitido sem justa causa tem direito a, no mínimo, três e, no máximo, cinco parcelas do direito.

Fonte: SBBA

Economize aproveitando os convênios do Sindborracha

Complexo Serhum é um dos conveniados. Foto Revista Let’s Go

A menor economia que o trabalhador já impacta positivamente no bolso no final do mês. Principalmente em tempos tão sombrios para a economia brasileira, com a inflação nas alturas, aumento no valor do botijão de gás todo mês, reajuste no preço dos remédios, cesta básica levando uma boa fatia do salário…

Uma forma de ajudar a diminuir alguns custos é usando os benefícios que o Sindiborracha oferece, através dos convênios firmados com empresas locais e da região. São mais de 30 convênios ativos para toda a família. Além de educação e saúde, tem serviços automotivos, lazer e autoescola. Os descontos vão de 5% a 70%, a depender do serviço contratado.

Confira a lista completa de convênios.

Grupo Eliane investirá R$600 milhões em empresa de cerâmica em Camaçari

Um protocolo de intenções no valor aproximado de R$ 600 milhões deve gerar 570 postos de trabalho na região de Camaçari. A Céramus Bahia Produtos Cerâmicos LTDA, do Grupo Eliane, e o Governo da Bahia assinaram, na última terça-feira (5), um acordo que prevê a implantação de uma unidade industrial no município, destinada à fabricação de revestimentos cerâmicos.

O diretor presidente da Céramus, Edson Gaidzinski, elogiou o ambiente baiano para investimentos. “Já estamos na Bahia há décadas e, com esse incentivo, este investimento faz todo o sentido. A Eliane tem mais de 60 anos e, agora, vamos fazer uma fábrica buscando a geração de empregos e produtos de maior valor agregado para atender não só o mercado da Bahia, mas também do Nordeste como um todo”.

Para o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico em exercício, Paulo Guimarães, o investimento é muito importante para a Bahia. “A cerâmica é um setor que tem um potencial enorme de crescimento neste momento em que a economia deve se recuperar. É um setor que se manteve ativo durante a pandemia. O investimento é importante não só pela qualidade da empresa, mas pela qualidade dos produtos que ela está começando a fabricar, mais modernos e com mais alto valor agregado”.

Fonte: Alô Alô Bahia

Salário mínimo ideal deveria ser de R$ 6.394,76, calcula Dieese

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) calcula que o valor do salário mínimo ideal para suprir todas as despesas de um trabalhador e de sua família no Brasil deveria ser de R$ 6.394,76, o que equivale a mais de cinco vezes ao atual de R$ 1.212,00. A estimativa do departamento se refere ao mês de março. Em fevereiro, o valor ficou em R$ 6.012,18. De acordo com o Dieese, esse seria o pagamento mínimo para sustentar uma família de quatro pessoas no mês de março no Brasil, considerando gastos com moradia, transporte, alimentação, saúde, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência.

Aumento dos produtos básicos

Em março, todas as capitais enfrentaram o aumento para os alimentos na comparação com o mês anterior. A maior alta ocorreu no Rio de Janeiro, com 7,65%. Já a menor, em Salvador, com 1,46%. Quanto ao custo da cesta básica, São Paulo foi a capital com o maior preço: R$ 761,19. Comparando março de 2022 com o mesmo mês de 2021, o Dieese apontou alta nos valores das cestas em todas as capitais, sendo Aracaju a que teve a menor variação, com 11,99%. Campo Grande apresentou a maior: 29,44%.

Horas trabalhadas

Ao descontar do salário mínimo os 7,5% da Previdência Social, foi verificado também que o trabalhador deveria usar 58,57% do seu ganho para adquirir os alimentos da cesta.

O estudo do Dieese também aferiu a média de horas que deveriam ser trabalhadas para que o trabalhador que ganha o salário mínimo atual adquirir os produtos da cesta básica. Pelos cálculos, em março, seriam necessárias 119 horas e 11 minutos, praticamente meio mês. Em fevereiro, a estimativa era de 114 horas e 11 minutos.

Fonte UOL

Trabalhadores contra retorno de grávidas ao trabalho presencial

A CUT e suas confederações entraram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a revogação de itens da Lei 14.151/2021, alterada pela Lei 14.311/2022, que mudou as regras de teletrabalho e trabalho presencial para gestantes, durante a pandemia de Covid-19. Em fevereiro deste ano, o Congresso aprovou e, em março, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou a nova lei que desprotege as trabalhadoras grávidas.

De acordo com as regras impostas pela nova lei, as gestantes devem retornar à atividade presencial nos seguintes casos:

1 – Após o encerramento do estado de emergência (pandemia);

2 – Após estar totalmente imunizada (ao menos duas doses da vacina contra covid-19);

3 – Quando optar por não se vacinar contra a Covid-19, apresentando termo de responsabilidade.

A lei viola preceitos constitucionais sobre proteção à maternidade, à gestante, ao nascituro e ao recém-nascido, além de outros direitos, afirma a advogada Luciana Barreto, sócia da LBS Advogados, escritório que presta assessoria jurídica para a CUT Nacional.

“Viola a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho; desprestigia a valorização do trabalho humano, principalmente da mulher, além de ferir o direito ao meio ambiente do trabalho equilibrado”, ela diz

“Por que impor às trabalhadoras gestantes o retorno à atividade presencial, se havia lei garantindo exatamente o oposto e, consequentemente, assegurando a saúde delas?”, questiona Luciana Barreto.

De acordo com a advogada, a CUT e as confederações autoras da ação têm como objetivo garantir que a redação original da Lei nº 14.151/2021 prevaleça, ou seja, “que a empregada gestante tenha o direito de permanecer afastada das atividades de trabalho presencial, sem prejuízo de sua remuneração”.

A ação no STF, segundo a secretária de Saúde da CUT, Madalena Margarida Silva, é uma resposta ao negacionismo do governo Bolsonaro e seu desprezo pela vida dos brasileiros e brasileiras. “É falso dizer que já estamos fora de perigo e que a pandemia acabou. Os casos continuam acontecendo todos os dias, inclusive com mortes, ainda que em menor número. E trabalhadores grávidas são grupo de risco e devem ser protegidas”, diz.

A mortalidade materna em 2021 atingiu alarmantes 92.682 casos, o que representa um aumento de 29,02% em comparação aos 71.833 casos no ano de 2020, alerta Madalena, que cita dados levantados pelo Observatório Obstétrico Brasileiro – COVID-19, até 30 de março, que indicam que 21.801 gestantes e puérperas haviam sido contaminada.

Um outro estudo publicado na The Lancet America, mostrou que, no total, a pandemia vitimou 1.959 de mulheres grávidas, sendo que 59% não tinham histórico de riscos ou comorbidades.

“Essa realidade evidencia a falta de atenção à saúde das gestantes, inclusive no pré-natal, com o desmonte da atenção básica que vem se agravando no governo Bolsonaro”, diz Madalena, completando que a lei que desprotege as gestantes é parte desse desmonte.

Sobre a ação, a dirigente afirma que a CUT e as confederações estão cumprindo o papel de proteger a vida, “coisa que o governo não faz, pelo contrário, age para que os trabalhadores e trabalhadoras se submetam às mais perigosas condições de vida e trabalho, sem preocupar com o que pode acontecer”.

A expectativa da CUT, ela diz, é que as alterações promovidas pelo governo federal sejam consideradas inconstitucionais, garantindo o que a legislação anterior a Lei 14.151 volte a valer, ela diz.

A ação

Para o advogado, também sócio da LBS Advogados, Antônio Megale, a expectativa é que o Supremo garanta os direitos das empregadas gestantes, como o fez na ADI nº 5.938, julgada em 2019, na qual se discutia a constitucionalidade de dispositivos da Reforma Trabalhista que previam o afastamento de grávidas e lactantes de atividades insalubres apenas com atestado médico.

“Sob a relatoria do Ministro Alexandre de Moraes, na época, o STF referendou a sua jurisprudência que tutela os direitos da empregada gestante e lactante, do nascituro e do recém-nascido lactente, em quaisquer situações de risco ou gravame à sua saúde e bem-estar”, ele explicou.

Antes mesmo de as entidades entrarem com a ação no STF, o Conselho Nacional da Saúde (CNS), no 29 de março de 2022, havia publicado uma recomendação (nº 006) ao Congresso Nacional pela revogação da Lei nº 14.311/22.

Além disso também recomendou às entidades conselheiras nacionais de saúde que entrassem com a ADI e aos Conselhos de Saúde estaduais e municipais a promoverem debates sobre o tema do adoecimento e óbitos das mulheres trabalhadoras, incluindo as gestantes, puérperas e lactantes por Covid-19, bem como o impacto da Lei nº 14.311/2022 para a sociedade.

A ação da CUT e confederações foi protocolada na tarde desta terça-feira (5) e foi distribuída para a ministra Carmen Lúcia, “por prevenção”. A ministra já é relatora de ADI semelhantes (7103), ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), em março deste ano.

Na decisão sobre esta ADI, no dia 23 de março, a ministra determinou que a Presidência da República e a presidência do Congresso Nacional prestassem informações em um prazo de cinco dias e que, depois, fosse encaminhada à Advocacia Geral da União (AGU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), para ‘vistas’ e posterior retorno ao STF para decisão final.

Fonte: CUT

Lula defende unidade das centrais e quer proposta para plano de governo

A participação do movimento sindical e de movimentos populares na elaboração de propostas para o plano de governo do ex-presidente Lula foi o principal tema de encontro com sindicalistas da CUT, na manhã desta segunda-feira (4), na sede da Central, em São Paulo. Durante o evento, Lula afirmou que o país vive “um momento difícil” e a unidade e a luta das centrais serão fundamentais para a reconstrução do país.

As centrais sindicais realizam a Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat-2022), no próximo dia 7 de abril, em São Paulo, quando apresentarão a Pauta da Classe Trabalhadora a todo o país. No 13, o documento será entregue ao ex-presidente para Lula, em uma reunião com os presidentes das centrais.  para Lula, “é muito importante fazer com que as propostas, a pauta unificada da classe operária, sejam de conhecimento de toda sociedade”.

Na reunião da Direção Nacional da CUT nesta segunda, os dirigentes CUTistas lançaram a Plataforma da CUT para as Eleições 2022, documento que já se tornou uma tradição da Central desde 2010, e entregaram o documento para Lula.

As propostas da CUT são resultado de várias atividades realizadas pela Central, que, desde 2005 debate os temas de interesse da classe trabalhadora, elabora documentos e entrega para os candidatos – em todos os pleitos.

Propostas contra os ataques aos trabalhadores

Durante o evento, Lula destacou que as centrais devem elaborar as propostas de forma direta e objetiva sobre o futuro que a classe trabalhadora quer para si nos próximos anos.  Ao enumerar os vários ataques sofridos pelos trabalhadores e pelo movimento sindical desde o golpe de 2016, contra a presidenta Dilma Rousseff, Lula deu uma injeção de ânimo na tropa indicando ações para que, se for eleito, possa recolocar o Brasil em uma rota de reconstrução social e econômica.

“Vivemos um momento difícil no Brasil. Teve o impeachment e não aconteceu outra coisa na vida do movimento sindical senão derrota atrás de derrota como as reformas [Trabalhista e da Previdência Social], o desmonte da Justiça do Trabalho, o desmonte das finanças dos sindicatos, o desmonte dos direitos trabalhistas que vinham sendo construídos desde 1943”, pontuou o ex-presidente.

Fonte: CUT

Foto: Roberto Parizotti

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