Moro vira réu em ação que pede sua condenação por danos ao país

Ação Popular protocolada por deputados do PT e advogados do grupo Prerrogativas apontam as ilegalidades cometidas pelo ex-juiz da Lava Jato como responsáveis por um cenário de desarranjo econômico de alto custo

A 2ª Vara Federal Cível de Brasília acolheu ontem (23) ação popular, ingressada por deputados da bancada do PT no Congresso e por advogados do grupo Prerrogativas, que pede que o ex-juiz e ministro Sergio Moro seja condenado a ressarcir o Estado brasileiro por alegados prejuízos causados à Petrobras e à economia do país por sua atuação à frente da Operação Lava Jato. A decisão, que torna Moro réu, é do juiz Charles Renaud Frazão de Morais.

O magistrado também pediu para que o Ministério Público Federal (MPF) tenha ciência da manifestação. O pedido foi protocolado no dia 27 de abril pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, que coordena o grupo Prerrogativas e representa os deputados petistas Erika Kokay (DF), José Guimarães (CE), Natália Bonavides (RN), Paulo Pimenta (RS) e Rui Falcão (SP). 

De acordo com a ação popular, o ex-juiz deve ressarcir o erário por danos causados aos cofres públicos. O grupo não estipulou o valor da indenização a ser paga em caso de condenação. Mas cita que “Moro manipulou a maior empresa brasileira, a Petrobras, como mero instrumento útil ao acobertamento dos seus interesses pessoais”. O pedido acrescenta que “o distúrbio na Petrobras afetou toda a cadeia produtiva e mercantil brasileira, principalmente o setor de óleo e gás”. 

Sanha persecutória

Em nota à imprensa, o ex-ministro de Jair Bolsonaro disse que a ação popular era “risível” e uma “inversão de valores completa”. “A decisão do juiz de citar-me não envolve qualquer juízo de valor sobre a ação. Todo mundo sabe que o que prejudica a economia é a corrupção e não o combate a ela”, alegou. Os parlamentares do PT argumentam, no entanto, que Moro praticou a corrupção ao violar as regras do Estado democrático de direito. A “atuação viciada” do ex-juiz, citam eles, “resultaram em perdas e danos muito superiores ao interesse público”. O que provocou “um cenário de desarranjo econômico de altíssimo custo social em nosso país”. “A sanha persecutória do magistrado condutor da ‘Lava Jato’ atrofiou as cadeias produtivas dos setores de óleo e gás e construção civil, reduzindo-as a uma fração ínfima do que subsistia anteriormente”, explicam os deputados do PT.  

Impactos da Lava Jato

A ação popular é embasada em diversos estudos indicando que a Lava Jato causou mais prejuízos econômicos do que ela avaliava ter sido desviado com a corrupção. 

Levantamento do Dieese, com base na matriz de insumo e produto com os valores de 2014 a 2017, revelou, por exemplo, que a operação custou cerca de 4,4 milhões de empregos, com um impacto de 3,6% sobre o PIB do Brasil. “Isso fez com que o país deixasse de arrecadar R$ 47,4 bilhões de impostos e R$ 20,3 bilhões em contribuições sobre a folha. Além de ter reduzido a massa salarial do país em R$ 85,8 bilhões”, descreve o estudo. 

A ação popular pede, ao final, uma perícia para dimensionar “as lesões graves e irreparáveis à economia nacional, e consequentemente, ao patrimônio das pessoas jurídicas do direito público declinadas nesta petição”. 


Redação CUT

Comitês populares vão realizar plenárias estaduais em junho

No sábado (21) foi realizada a Plenária de Mobilização – Comitês Populares de Lutas, nas ruas e nas redes – Juntos pelo Brasil. O evento foi realizado em formato virtual, sob a coordenação do projeto Nova Primavera, através das secretarias nacionais de Formação e de Organização do Partido dos Trabalhadores.

Segundo a Secretaria Nacional de Formação, mais de 1.500 militantes participaram por meio da plataforma Zoom e mais de dez mil pelo YouTube e pelo Facebook do PT e reuniu representantes de comitês populares de todo o país.

Maria do Rosário, secretária nacional de Formação, fez uma análise da conjuntura política nacional, e Sônia Braga, titular da Secretaria Nacional de Organização, fez uma exposição a respeito de como deverá ser o funcionamento dos comitês populares agora no período de pré-campanha.

Também foi feito um relato pelos representantes dos comitês a respeito das suas atividades, tais como a criação de um comitê itinerante por militantes do PT do Rio Grande do Norte, que tem ajudado a criar diversos outros núcleos pelo estado; em Brasília, existe um comitê que atua nas feiras populares do Distrito Federal e outras experiências como em Santa Catariana, cujo comitê atua nas praças públicas, e em Catanduva/SP, que faz intervenções nas praças, com varais solidários e bate-papo com a população, além de outras inovações.

Durante a Plenária de Mobilização ficou definido que durante o mês de junho serão realizada plenárias que a Escola Nacional de Formação e a Secretaria Nacional de Formação irão realizar nos estados, para mobilizar os comitês populares de forma presencial

A SNF também estará realizando uma avaliação entre os membros dos comitês participantes da Jornada de Formação para conhecer a sua opinião sobre o evento.

A Secretaria Nacional de Formação também informou que começa no início de junho uma mobilização para uma plataforma que está sendo construída para a participação na discussão do programa de governo.

Da Redação, com Secretaria Nacional de Formação/PT

‘É irresponsabilidade’, diz Lula sobre preços dos combustíveis

Os altos preços dos combustíveis, que acompanham a variação internacional em dólar, foram criticados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista defendeu que eles sejam abrasileirados e lembrou que mais da metade da inflação nas alturas resulta de preços controlados pelo governo, como gasolina, óleo diesel, gás e energia elétrica, mas o governo nada faz para atenuar o impacto sobre a vida do povo.

“Para o povo brasileiro, o preço da gasolina a R$ 8, o diesel a R$ 7, o gás a R$ 150, R$ 140, R$ 130, e para os acionistas estrangeiros, lucro. Não é possível, é irresponsabilidade. Um governo totalmente irresponsável, não tem nenhuma preocupação com o povo brasileiro”, disse na manhã de hoje, em entrevista ao vivo à rádio Mais Brasil News, de Manaus (AM).

Segundo Lula, a BR Distribuidora foi “esquartejada” e vendida, sob argumento de que os combustíveis custariam menos, mas hoje o país tem 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos sem pagar impostos, enquanto os brasileiros pagam preços altíssimos pela gasolina, o óleo diesel e o gás de cozinha.

“Eles diziam que a gasolina ia ficar mais barata e, por essa razão, privatizaram a BR. Então, nós tínhamos uma grande empresa distribuidora de petróleo, que é a BR. Essa empresa foi esquartejada, foi privatizada e hoje nós temos mais de 392 empresas importando gasolina dos EStados Unidos sem pagar imposto e cobrando a preço de dólar aqui no Brasil”.

Em repercussão a mais uma mudança na diretora da Petrobras, anunciada na noite de segunda-feira (23), o ex-presidente afirmou que, em vez de trocar o presidente da estatal, o governo Bolsonaro precisa trocar de postura e ter coragem de assumir a Presidência do Brasil, de verdade.

“Ele precisa parar de acreditar que a fake news que ele faz todo dia, toda semana de manhã, vai sustenta-lo por muito tempo. Ele pode fazer uma reunião com o Conselho Nacional de Política Energética, trazer a Petrobras para a mesa, trazer o Conselho da Petrobras e decidir que o preço não será dolarizado, que nós não vamos pagar o preço internacional, nós vamos pagar o preço do custo da gasolina aqui no Brasil. É isso que nós vamos fazer, porque o trabalhador ganha salários em reais. Nós fazemos produção em reais, não tem porque ficar cobrando em dólar”.

Redação Bahia.ba

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Achatar salários é política levada à sério por Bolsonaro

Bolsonaro leva tão à sério sua política de achatamento do salário mínimo que conseguiu a “proeza” de ser o único presidente, desde a implantação do Plano Real, em 1994, a fechar o mandato com o salário mínimo valendo menos do que na posse, em 2019.

Assim, o quadro analisado pelo pesquisador difere radicalmente do Brasil na época das gestões de Lula e Dilma, que valorizaram um aumento real do salário mínimo.

De 2004, quando o valor do salário mínimo era de R$ 260,00, a 2016, a política de valorização do salário mínimo adotada pelos governos do pT promoveu um aumento real de 74,33% nos rendimentos. Se nesse período tivesse sido aplicada a política nefasta de Bolsonaro e Guedes, o piso nacional em janeiro de 2020 teria sido de R$ 599.

A política foi resultado de negociação entre as centrais sindicais e o governo Lula a partir das Marchas a Brasília, realizadas anualmente até 2009. As duas primeiras, em 2004 e 2005, conquistaram reajustes expressivos para o salário mínimo nos anos seguintes. Estabeleceu-se um longo processo de valorização que de 2004 a 2019 significou reajuste acumulado de 283,85%, enquanto a inflação (INPC-IBGE) foi de 120,27%.

Em 2004, o salário mínimo foi reajustado em 8,33%, enquanto o INPC atingiu 7,06%. Em 2005, a correção foi de 15,38%, contra inflação de 6,61%. Em 2006, a inflação correspondeu a 3,21% e o reajuste alcançou 16,67% – aumento real de 13,04%.

Redação pt.org.br com CNN

Brasileiros continuam sem governo para tratar da saúde

Depois da total ausência de gestão na pior fase da pandemia de Covid-19, que deixou mais de 660 mil mortes – o segundo maior número do mundo -, o governo federal continua a ignorar soluções que possam trazer um alívio à saúde dos brasileiros.

Enquanto a Europa e os Estados Unidos já utilizam amplamente medicamentos eficazes para tratamento da Covid-19, como o Paxlovid e o molnupiravir, que ajudam a prevenir que os casos da doença se tornem mais graves, o Brasil segue sem disponibilizar esses remédios à população. Tudo por falta de empenho do governo, que preferiu tentar emplacar a cloroquina e a ivermectina.

Para trazer esses tratamentos modernos, o Ministério da Saúde tem uma opção, a Lei 14.200 de 2021, que é considerada uma das melhores do mundo na questão da quebra de patentes farmacêuticas e permitiria a fabricação de genéricos desses remédios no país. O prazo para aplicar a legislação à Covid, no entanto, está acabando.

A lei, sancionada em setembro do ano passado, facilita o licenciamento compulsório de medicamentos durante emergências sanitárias. Na prática, ela suspende temporariamente a patente exclusiva de uma determinada farmacêutica para produzir e vender remédios, e permite que outras empresas do ramo importem ou criem genéricos.

No caso de uma emergência sanitária, como a pandemia de Covid-19, a lei determina que o governo é obrigado a divulgar em 30 dias uma relação de produtos cujas patentes podem ser suspensas. Essa medida não vem sendo cumprida, mesmo com a falta de remédios no país e a produção de genéricos no exterior. Para piorar, no próximo dia 22 vai expirar o decreto de Emergência de Saúde Pública do Ministério da Saúde, que precisa estar em vigor para que a lei possa ser aplicada.

Em entrevista à agência Repórter Brasil, que divulgou a denúncia, dois especialistas criticaram a demora, que pode custar caro. “O governo está descumprindo a lei”, afirmou o advogado Francisco Viegas, da Médicos Sem Fronteiras (MSF). “Considerando que ainda estamos em emergência e que já existem medicamentos contra Covid em termos globais, o governo tem obrigação de publicar a lista”, concorda o advogado Matheus Falcão, analista de saúde do Instituto Brasileiro do Consumidor (Idec).

No caso do Paxlovid, remédio de aplicação oral fabricado pela Pfizer, o tratamento completo com dez pílulas deve ser vendido no Brasil por US$ 250 (R$ 1.240). Ainda não se sabe a quantidade, o preço ou o prazo que estão sendo negociados com o governo. A farmacêutica, no entanto, fez um acordo para vender a versão genérica da medicação a preço de custo para 95 países de média e baixa renda, e que poderia ser aproveitada no país.

O remédio, que na pesquisa mostrou redução de até 89% do risco de hospitalização, teve seu uso autorizado pela Anvisa em março, para adultos com quadros leves e moderados de Covid, mas com alto risco de agravamento, como comorbidades, idosos e pessoas com problemas de imunidade. No início do mês, ele foi incluído no SUS pelo Ministério da Saúde, mas apenas para idosos e imunossuprimidos.

Redação lula.com.br

Foto: Marcelo Casal Jr. | Agência Brasil

 Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Pernambuco será a sede de nova montadora nacional

O município de Araripina, em Pernambuco, vai sediar a montadora de automóveis da NBR – Grupo Novo Brasil. A planta receberá investimentos da ordem de R$ 260 milhões e as obras devem ser iniciadas ainda neste primeiro semestre de 2022. O lançamento da pedra fundamental do projeto aconteceu no final do mês passado.

A sede será erguida em área de 290 mil m² e contará com 30 mil m² de área construída. O complexo também terá uma usina solar fotovoltaica e uma pista de testes.

A planta do Grupo NBR será mista, utilizará mão de obra humana e robotizada e contará com tecnologia europeia.

Conforme publicado no site da prefeitura de Araripina, na localidade serão produzidos dois modelos de carros populares para o mercado nacional.

Ainda de acordo com as informações do governo municipal, a capacidade instalada da fábrica será de 1600 carros por mês.

A produção será iniciada no segundo semestre de 2023 com 1200 unidades. Em três anos, a capacidade instalada poderá ser dobrada.

Os veículos serão comercializados em lojas próprias (Recife, Natal, Fortaleza, São Paulo e Florianópolis) e revendas homologadas pelo fabricante. As unidades serão compostas por showroom e oficinas autorizadas.

Modelos

Na montadora serão fabricados dois modelos, um buggy e um carro popular para cinco pessoas.

Os dois modelos serão construídos em uma estrutura modular com carroceria de fibra de vidro ou carbono e deverá custar R$ 66 mil para o consumidor final.

Para conseguir vender o carro a esse valor, o Grupo NBR vai realizar a montagem dos conjuntos junto aos fornecedores e fabricantes disponíveis no mercado brasileiro, como por exemplo conjunto de rodas, pneus, baterias, conjuntos óticos e faróis auxiliares, vidros, amortecedores, molas, sistemas de freio, resinas, fibras etc.

Os motores deverão ser fornecidos por fabricantes do Brasil, China e Índia.

“Nossa montadora ocupa uma lacuna em que não há concorrente em nenhum país do mundo. Grandes marcas apresentaram protótipos de buggies que ainda não chegaram ao mercado.

No país, apenas empresas artesanais realizam a adaptação de carros pré-existentes para atender à demanda do mercado brasileiro de buggies, investimento que varia entre R$ 80 mil e R$ 100 mil.

Também queremos renovar e reacender a paixão dos brasileiros pelo buggy”, diz Evandro Lira, diretor-presidente do Grupo NBR.

Capacitação

O Grupo NBR está negociando junto à Secretaria de Trabalho, Capacitação e Empreendedorismo do Governo de Pernambuco um projeto de capacitação para até 1.000 pessoas nas áreas de laminação de fibra de vidro e de carbono, elétrica, mecânica, montagem e funilaria, entre outros. Toda a capacitação será realizada em Araripina.

Redação Associação Brasileira de Tecnologia e Borracha | Fonte: Usinagem Brasil / Revista Ferramental

Foto: NBR/Divulgação/Revista Ferramental

Trabalho com carteira assinada perde quase 3 milhões de vagas no Brasil em 8 anos

O maior retrato da precarização e da destruição dos direitos dos trabalhadores brasileiros é a drástica queda no número de contratados com carteira assinada em todo o país. Os dados da PNAD, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, mostram que os trabalhadores informais e por conta própria hoje superam os chamados “celetistas”, que têm todos os seus direitos garantidos.

Segundo uma análise publicada no G1, mais de 2,8 milhões de vagas formais foram perdidas nos últimos 8 anos. No primeiro trimestre de 2022, 38,1% (ou 36,3 milhões) da população ocupada era de trabalhadores formais no setor, bem distante dos 43% (39,1 milhões), o pico histórico registrado nos primeiros três meses de 2014. A soma considera os trabalhadores do setor privado e os domésticos com carteira assinada.

Nesse mesmo período, a categoria que teve maior aumento na participação no mercado foi a de trabalhadores por conta própria, que subiu de 22,5% para 26,5% dos ocupados. Em seguida, o emprego sem carteira assinada passou de 11,6% para 12,8%. No total, as duas somam 37,5 milhões de trabalhadores, o equivalente a 39,3%, superando o trabalho formal.

A mudança de perfil prova a deterioração dos direitos e explica a queda na renda e uma parte do déficit da Previdência, que recebe cada vez menos repasses. A renda média do trabalhador brasileiro no primeiro trimestre de 2022 caiu para R$ 2.548, o pior resultado para os três primeiros meses do ano desde 2012 e 8,7% menor do que o registrado há um ano.

Beneficiários superam registrados em 13 estados

O resultado desse desastre pode ser visto em outro levantamento do G1, com base nos dados do Ministério da Cidadania e da Caged, que mostra que em 13 estados brasileiros o número de beneficiários do Auxílio Brasil é maior que o de famílias que vivem de renda do trabalho formal com CLT.

Essa lista inclui todos os nove estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe) e quatro da região Norte (Acre, Amapá, Alagoas e Pará).

O Maranhão é o estado em que esse déficit é mais alto, com 1,1 milhão de beneficiários contra 530 mil trabalhadores registrados, uma diferença de 576 mil. Em seguida, vêm Bahia (412 mil), Pará (332 mil), Piauí (241 mil), Paraíba (188 mil) Pernambuco (155 mil), Alagoas (118 mil) e Ceará (110 mil).

Redação lula.com.br

Saiba como Bolsonaro e Temer nos deram a gasolina mais cara da história

O preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha só está tão alto porque Michel Temer e Jair Bolsonaro fizeram escolhas que punem a população e ajuda acionistas e empresários. Mas é possível mudar essa situação

Lula tem dito frequentemente que, se voltar a governar o Brasil, vai abrasileirar o preço dos combustíveis, ou seja, parar de fazer o brasileiro pagar o preço em dólar. E Lula diz isso porque sabe que a gasolina, o diesel e o gás de cozinha não precisavam custar tão caro.

Os altos preços que pagamos hoje por esses produtos é resultado de decisões políticas que começaram a ser tomadas ainda no governo de Michel Temer e continuam com Bolsonaro. Vamos entender:

1. O PPI e a dolarização dos combustíveis

O primeiro passo para a gasolina mais cara da história foi dado no governo de Michel Temer, que nomeou Pedro Parente como presidente da Petrobrás. Seguindo as ordens de Temer, Parente fez a Petrobras seguir o PPI, ou preço por paridade de importação.

Na prática, a Petrobrás passou a cobrar dos brasileiros o preço da gasolina, do diesel e do gás em dólar, mesmo se eles fossem produzidos no Brasil e em real.

Já Bolsonaro manteve essa mesma política. É por isso que, se o dólar sobe ou preço dos combustíveis aumenta lá fora, a gente paga mais aqui no Brasil também.

2. O desmonte da Petrobrás

E por que Temer e Bolsonaro mantiveram o PPI? Para fazer duas coisas: 1) vender a Petrobrás; 2) garantir mais dinheiro aos acionistas.

Como Temer e Bolsonaro sempre quiseram vender a Petrobras, o PPI foi uma forma de tornar as refinarias (fábricas de combustíveis) atraentes para os compradores estrangeiros. Eles sabiam que poderiam comprar as refinarias e depois vender o que fabricariam em dólar para os brasileiros.

Além disso, enquanto não vende toda a Petrobrás, o governo Bolsonaro faz a Petrobrás ter muito lucro vendendo gasolina cara para os brasileiros. E quem ganha com isso são os acionistas.

3. Estímulo à importação

Ao mesmo tempo em que o PPI ajuda Bolsonaro a entregar a Petrobrás e dar muito dinheiro a acionistas, também ajuda empresários a importar gasolina de fora e vender bem caro aqui no Brasil.

É um jogo claramente combinado entre governo e grandes empresários. Tanto é que apenas três meses antes de Temer instituir o PPI, foi criada no Brasil a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Ou seja, alguns ricos já sabiam que a gasolina ia virar um grande negócio no Brasil, à custa do povo.

Resultado: em setembro de 2021, o Brasil já importava 119% mais gasolina que no mesmo mês de 2020, segundo matéria do Poder 360.

4. Governo reduz a fabricação de combustíveis

E o governo Bolsonaro não só estimulou a importação de gasolina como também diminuiu a produção interna.

Estudo feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, mostrou que, entre 2016 e 2021, ou seja, a partir do governo Temer e ao longo do governo Bolsonaro, as refinarias brasileiras só produziram entre 75% e 80% do que podiam. Em 2013 e 2014, essa produção ficava perto de 100%.

Além disso, depois do impeachment contra Dilma Rousseff, o governo abandonou a construção de novas refinarias, inclusive paralisando obras iniciadas pelos governos do PT.

Ou seja, Bolsonaro diz que o PPI é necessário porque o Brasil precisa importar muita gasolina, mas foi ele mesmo quem fez o Brasil importar cada vez mais combustível.

Redação pt.org.br

Pirelli adicionará centro de tecnologia em fábrica de pneus no México

A Pirelli & C. SpA está investindo US$ 15 milhões (R$ 75 milhões) em um novo centro de tecnologia e digitalização em sua fábrica de pneus em Silao, Guanajuato, informou a fabricante de pneus em 3 de maio.

O investimento, nos próximos dois anos, envolverá a introdução de tecnologias para apoiar as tendências futuras de mobilidade, incluindo pneus elétricos, sustentáveis e conectados.

Abrangendo 6.680 metros quadrados, a instalação contará com unidades para modelagem virtual, teste, digitalização e “especialidades”, como tecnologias de aplicação robótica.

O novo projeto segue o anúncio da Pirelli no ano passado de que estava investindo R$ 180 milhões em Silao para aumentar a capacidade de produção de 6,6 milhões de unidades por ano para 7,2 milhões.

Inaugurada em 2012, a fábrica de Silao fabrica pneus de alta e ultra alta performance, atualmente dedicados ao mercado local e América do Norte.

A fábrica tem atualmente mais de 2.700 funcionários e afirma atender aos padrões de “mais alto desempenho de eco-segurança” em termos de produção.

O local, de acordo com a Pirelli, utiliza tecnologias sustentáveis para a redução do consumo de água e energia e a reciclagem de resíduos do processo.

Redação Associação Brasileira de Tecnologia e Borracha | Fonte: European Rubber Journal

Imagem: Pirelli/Divulgação/ERJ

Inflação do Brasil é a 4ª maior do G20 e a 3ª da América Latina

O Brasil tem a 4ª maior inflação entre os países que compõem o G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e da União Europeia. Em abril, a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15),que acumulou 12,13% em doze meses, de abril do ano passado a abril deste ano, ficou atrás apenas dos índices da Turquia (69,9%), Argentina (58,0%) e Rússia (17,8%).

Se forem levadas em consideração apenas as 6 maiores economias da América Latina, o Brasil sobe para na 3ª posição do ranking, atrás só da Venezuela (172%) e da Argentina (58,0%).

De quem é a culpa pela disparada dos preços?

Estão certas as pessoas que estão culpando o governo de Jair Bolsonaro (PL), inclusive fazendo campanhas para denunciar a falta de ação do presidente para conter os preços.

É claro que existem fatores externos, como o preço das commodities, a crise na cadeia de suprimentos e a guerra na Ucrânia.

Mas existem dúzias de fatores internos, entre eles, a ausência de coordenação de política econômica, a subestimação dos efeitos da pandemia e, em especial, “a crença cega de que o mercado iria resolver tudo e que qualquer intervenção seria prejudicial”, disse em entrevista ao PortalCUT o técnico da subseção do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da CUT Nacional Leandro Horie.

Também em entrevista ao PortalCUT, a técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional Adriana Marcolino apontou as falhas do governo que ocasionam a alta nos preços e puxam a inflação para cima.

Confira:

1 – Estoques reguladores – Bolsonaro não fez

Adriana explica que é praxe o governo federal comprar parte da produção agrícola de produtos como grãos, café, arroz, milho e manter em estoque. “Em períodos em que há falta ou por alguma disfunção no mercado os preços sobem, o governo intervém vendendo seus estoques para equalizar o preço”.

“E isso se faz também no período que há sobra na safra, quando o governo compra do produtor para manter os preços em um patamar que não represente prejuízo aos produtores”, completa Adriana.

“Bolsonaro, na verdade zerou os estoques e agora não tem mais a capacidade de controlar os preços”, critica.

2 – Dólar a R$ 1,00 – Bolsonaro não fez

Para o produtor, com a cotação alta do dólar vale mais a pena vender lá fora do que aqui no Brasil. “Eles vão ganhar muito mais”, explica Adriana.

De acordo com a técnica do Dieese, o mercado mundial, que também está desorganizado, se aproveita dessa situação e acaba comprando a produção de países como o Brasil.“

“Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes não têm nenhum política de controle para o dólar”.

3 – Ajudar o pequeno agricultor – Bolsonaro não fez

Desde o governo do ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP), a agricultura familiar vem sofrendo com o desmonte de políticas de fomento ao setor. As dificuldades vão desde a política de crédito até a comercialização dos produtos.

E se já era difícil antes, com Bolsonaro a situação ficou ainda mais crítica. O governo reduziu recursos para a agricultura familiar, dificultando ainda mais para o setor no que se refere tanto à produção quanto à comercialização, que ficou muito prejudicada com a pandemia.

“Não teve mais feiras e sacolões para vender o que foi produzido. A entrega também foi prejudicada e não houve nenhuma ação do governo para contemplar a agricultura familiar”, pontua Adriana.

4 – Conter o avanço da monocultura de alimentos – Bolsonaro não fez

Adriana Marcolino explica que apesar do nome complicado, o ‘esquema’ é simples. O governo protege o agronegócio que prioriza a produção de determinados produtos – grãos como a soja, o arroz, o feijão – como commodities e não sob o conceito de segurança alimentar. Esses produtos são direcionados à exportação em situações como a que vivemos hoje, de dólar alto e o mercado brasileiro sofre com a escassez de alimentos, potencializada pela falta de políticas voltadas à agricultura familiar.

“Resumindo, Bolsonaro governa para o latifúndio em detrimento do pequeno produtor”, diz Adriana.

Outros fatores

De acordo com Leandro Horie, o que acontece nos itens industriais também deve ser avaliado quando se fala em alta da inflação. “Além do repasse das desvalorizações do dólar para os preços, a própria pandemia, na China, provocou problemas nas cadeias de fornecimento de insumos e matérias primas. Isso reduziu a oferta de produtos e elevou os preços”.

Leandro afirma também que boa parte dos produtos industriais vendidos no Brasil são derivados da produção de poucas empresas. “É uma concentração de produção que permite o repasse do aumento de custos aos preços finais, mesmo em cenário de recessão”, ele diz.

Outros países

O técnico avalia que não só o Brasil, mas o mundo todo vive hoje um choque de oferta.  “È uma alteração na disponibilidade de produtos e isso provoca um desequilíbrio comercial, principalmente quando vários países também têm desvalorizações cambiais de suas moedas frente ao dólar”, ele explica.

A diferença, segundo Leandro, é que a intensidade do fenômeno tem sido muito maior no Brasil, em relação aos países centrais justamente pela ausência de políticas. 

Redação CUT