600 mil indústrias fecharam em quatro meses no Brasil

A medida eleitoreira de reduzir os preços dos combustíveis pelo menos até 2 de outubro segurou a escalada da inflação, apesar de não ter derrubado os preços dos alimentos, mas isso não significa que a economia está “bombando”, como vem dizendo a equipe de Jair Bolsonaro (PL). E são as estatísticas oficiais que provam que o governo não está falando a verdade, segundo análises de especialistas da área econômica.
Se por um lado o nível de emprego sobe, por outro, a maioria é sem carteira assinada, e os salários estão cada vez mais baixos. As famílias estão cada vez mais endividadas; e as grandes empresas e indústrias capazes de gerar bons empregos, com direitos, estão fechando, com multinacionais saindo do Brasil.
Os dados do Ministério da Economia apontam uma onda de redução no número de aberturas de empresas e avanço nos casos de fechamento neste ano. Entre maio e agosto, o balanço apontou para o fechamento de mais de 600 mil indústrias. A quantidade é cerca de 10% maior do que o registrado no quadrimestre anterior e quase 25% superior ao patamar do mesmo período no ano passado.
O movimento já vinha acontecendo desde 2020, ano em que perdemos 2.865 empresas do setor, de acordo com cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em julho passado.
A fragilidade da economia do país também pode ser constatada pelo número de empresas abertas por microempreendedores individuais, em 2021 – correspondentes a 78,48% do total. Ou seja, nos últimos três anos, a economia vem cambaleando e sem perspectiva de ajudar a melhorar a vida dos brasileiros.

Análise
Professor de Economia da Unicamp, Marcio Pochmann explica que o problema do Brasil atualmente é o fim de uma política industrial que havia sido incrementada nos últimos anos, preterida pelo atual governo em favor do agronegócio para exportação.
“É uma economia voltada para a exportação e o mercado de consumo interno é voltado para bens de consumo não duráveis; o restante vem por importação”, diz o economista.
O que acontece, prossegue, é que, de um lado, já estamos há um bom tempo sem crescimento; a economia vive um quadro de estagnação com inflação alta e, o governo estimula o consumo por meio por programas sociais.
E dada a dimensão da pobreza, acrescenta o economista, esses recursos vão para bens de consumo não duráveis, como alimentação, vestuário, calçado, aluguel, pagar dívidas. ”Essas iniciativas são artificiais, de não consumo de bens duráveis, como automóveis, casas, produtos com valores maior do que o salários”, diz o professor.
“Na verdade, os pobres são intermediários por receber essa transferência de renda, que é positiva, mas transfere para quem tem poder de mercado por causa da inflação como os bancos, quando estão endividados”, afirma Pochmann.

Desindustrialização é opção de governo
A exportação de produtos primários perdura no Brasil por mais de quatro séculos e a desindustrialização é a ponta do iceberg da instabilidade econômica do país; com a desestruturação do sistema produtivo, que era complexo, diversificado e integrado, que praticamente não se produz mais aqui, analisa o economista.
“O Brasil está se especializando em exportar serviços primários. A nossa competitividade está dada pelo baixo custo do trabalho e abundância dos recursos naturais, não é tecnológico. Desde 1990, fomos perdendo capacidade de competir no exterior, por juros altos e a própria valorização cambial”, diz.
“Os governos do PT reagiram a isso, construíram convergência entre a tecnologia, a ciência e o sistema produtivo; quando isso estava maturando, houve rompimento com o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, e o Brasil voltou a 100 anos, para a década de 1920, em ser exportador de bens primários”, completa Marcio Pochmann.

Baixos salários impedem consumo de bens duráveis
O economista acredita que o Brasil fez uma escolha na divisão internacional do trabalho; optou por uma economia de baixos salários, inclusive, com o governo atual acabando com a Política de Valorização do Salário Mínimo, que, durante os governos do PT, foi reajustado acima da inflação, com ganho real de 74,33%.
Para Pochmann, a Reforma Trabalhista, em 2017, consolidou e legalizou o que já estava em curso, após o golpe em 2016.
“Com salários mais altos, é possível melhorar o bem estar da população de baixa renda, permitindo que empresas grandes não fechem por não ter demanda na produção”, diz Pochmann.
O economista também credita à Reforma da Previdência, aprovada em 2019 na gestão Bolsonaro, a impossibilidade de que os ocupados de hoje se aposentem. A Lei Geral de Terceirização, opor sua vez, liberou a selvageria no mercado, derrubando ainda mais o poder de compra das famílias e, portanto, a capacidade de consumo de bens duráveis.
Para um futuro com maior industrialização, melhores salários e retomada da economia, o economista diz que sua velocidade se dará pela capacidade política de colocar essas ações em movimento.
“Pode demorar mais porque essa situação favorece alguns setores, como o agronegócio e o mercado financeiro e até do exterior. Por isso, é preciso a construção de uma maioria política que defenda o crescimento com distribuição de renda e fortalecimento do emprego”, conclui.

Redação CNQ

Produção de veículos cresce 8,7% em agosto

A produção de veículos aumentou 8,7% em agosto na comparação com julho, ao alcançar 238 mil unidades ante 219 mil do mês anterior. Na comparação com agosto do ano passado, a expansão foi de 43,9%. No acumulado do ano a produção chegou a 1.478,6 mil unidades, 4,7% a mais do que o registrado no mesmo período de 2021. Os dados foram divulgados hoje (9), em São Paulo, pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Em agosto, pela primeira vez em um ano e meio, conseguimos operar sem nenhuma fábrica completamente parada. O fluxo de semicondutores finalmente começa a melhorar, embora ainda estejamos passando por um período de restrições de oferta”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

As vendas de veículos novos tiveram elevação de 14,6% em agosto na comparação com julho. No oitavo mês do ano foram licenciados 208,6 mil veículos, ante 182 mil de julho. Foi a primeira vez no ano que esse indicador superou a barreira das 200 mil unidades.

A média diária de 9,1 mil emplacamentos também foi a melhor do ano. Quando comparado com agosto do ano passado, o crescimento foi de 20,7%. Segundo o balanço mensal, de janeiro a agosto de 2022 foram comercializadas 1.308,6 mil unidades, o que representa queda de 8,0% ante o mesmo período de 2021.

Exportações em alta
Os dados mostram, ainda, que as exportações de veículos tiveram alta de 11,7% em agosto, com a comercialização de 46,8 mil veículos contra as 41,9 mil de julho. Na comparação com agosto de 2021, houve aumento de 58,9% nas exportações. No acumulado do ano tem-se elevação de 32,2%, ao alcançar 335 mil veículos.

As vendas de máquinas autopropulsadas vêm num patamar elevado. Em julho (último dado apurado) foram 9.130 unidades comercializadas, ligeira queda de 3,4% sobre junho, mas com alta de 16,4% sobre julho de 2021.

No acumulado do ano, o total de 59 mil máquinas agrícolas e rodoviárias vendidas supera em 26,5% o volume dos primeiros sete meses de 2021. Destaque para as máquinas rodoviárias, que, em junho e julho, tiveram os melhores resultados da história, em consequência dos elevados investimentos em infraestrutura.

Fonte: Agência Brasil

Exportações de veículos superam o patamar pré-pandemia

As exportações de veículos seguem em alta. De acordo com o balanço da Anfavea, divulgado na sexta-feira, 9, até agosto foram embarcados 335 mil unidades, resultado que representa alta de 32% sobre o volume exportado nos oito meses do ano passado. O volume, inclusive, supera o total exportado em 2019, quando foram embarcadas 324 mil unidades.

Do total exportado, 316 mil unidades correspondem aos veículos leves, alta de 34% sobre o volume embarcado no janeiro-agosto de 2021. O volume de automóveis (22 mil unidades) foi 34% maior na mesma base de comparação, e o de comerciais leves (46,2 mil unidades) cresceu 32%.

Já os embarques de caminhões made in Brazil aumentou 5,5%, somando 15,5 mil unidades. O maior volume foi o de modelos pesados, 8,5 mil unidades, o que representou crescimento de 21% ante as exportações de pesados realizadas nos oito meses do ano passado. As exportações de ônibus somaram até agosto 3,3 mil unidades, um crescimento de 29%.

Apenas em agosto, as exportações totais chegaram a 46,7 mil unidades, o que significa uma alta de 11% sobre julho e alta de 59% sobre agosto do ano passado.

Redação Automotive Business

Foto Shutterstock

Desgoverno: Brasil cai três posições no ranking do IDH

Divulgado nesta quinta-feira (8), o Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento aponta que o Brasil caiu três posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando o 87º lugar do ranking. O resultado leva em consideração os dados de 2021 referentes à expectativa de vida ao nascer, escolaridade e renda de 191 países analisados. Com a atual posição, o Brasil fica atrás de nações vizinhas como Chile, Argentina e Uruguai, e à frente de Peru e Colômbia. Entre os países que lideram o ranking estão Suíça, Noruega e Islândia.
“O desenvolvimento humano voltou aos níveis de 2016, revertendo parte expressiva do progresso rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A reversão é quase universal, pois mais de 90% dos países registraram declínio na pontuação do IDH em 2020 ou 2021, e mais de 40% caíram nos dois anos, sinalizando que a crise ainda está se aprofundando em muitos deles”, destaca o relatório. Esta é a primeira vez, em 32 anos, que o IDH caiu globalmente por dois anos consecutivos.


Redação Alô Alô Bahia

Foto George Campos / USP Imagens

Conheça os deputados que votaram para prejudicar os trabalhadores

O Brasil tem vivido um verdadeiro retrocesso desde quando Dilma sofreu o golpe e foi tirada do governo. Michel Temer aprovou a Reforma Trabalhista e, logo depois, Bolsonaro aprovou a Reforma da Previdência. Ambos tiveram apoio de deputados que só pensam no benefício próprio e não se preocupam com os trabalhadores, verdadeira engrenagem do país.
Pior, não votaram apenas a favor das reformas, mas contra a classe trabalhadora, que amarga perdas impactantes às conquistas históricas. E eles estão candidatos novamente nesta eleição, que acontece no próximo dia 2 de outubro. Então, preste bem atenção na hora de votar, para não eleger quem joga contra. Precisamos colocar no Congresso quem está ao lado do trabalhador brasileiro. Esses das fotos são quem vota contra.

Sindborracha destaca a importância de a Bridgestone valorizar mão de obra durante ampliação

A manhã desta terça-feira (06) foi marcada pelo anúncio do investimento de R$ 270 milhões na fábrica da Bridgestone em Camaçari. Somado ao que já foi destinado à unidade em 2021, o investimento chega perto de R$ 1 bilhão. O documento foi assinado pelo governador Rui Costa na última segunda (5), reforçando que a Bahia segue no caminho certo, atraindo cada vez mais empresas e gerando oportunidades aos trabalhadores.
Com a proposta de mais tecnologia de ponta e sustentabilidade, a unidade baiana vai produzir 5 milhões de pneus de passeio por ano, a partir de 2025. A ampliação prevê 126 novos empregos diretos, além dos 1,3 mil existentes atualmente.
A diretoria da Bridgestone agradeceu a boa relação com o Sindborracha e a luta constante por melhorias. De acordo com a empresa, sem esse relacionamento não seria possível trazer um investimento tão expressivo para o estado. Presente, a direção do Sindicato parabenizou a empresa pela iniciativa junto ao governo. A ação vai demonstra esforço contrário ao que tem acontecido com a economia do país pós pandemia.
Josué Pereira, presidente do Sindicato, aproveitou para reforçar a importância de a Bridgestone proporcionar promoções internas, priorizando a mão de obra qualificada da casa para os novos cargos de chefia que vão surgir com as mudanças, bem como empregar camaçarienses no chão de fábrica.

Brasil tem novo recorde de pedidos de demissão no último ano

O Brasil teve, nos últimos 12 meses, 6,467 milhões de pedidos de demissão entre os trabalhadores com carteira assinada. Este é o novo recorde, mesmo com o desemprego ainda em nível elevado e a dificuldade para voltar ao mercado de trabalho. O dado equivale a 32,4% do total de desligamentos de trabalhadores no período (19,984 milhões). Ou seja, um de cada três desligamentos foi iniciativa do trabalhador.

O levantamento é com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O recorde leva em conta o período a partir de janeiro de 2012, início da série histórica do Caged com a metodologia atual de contagem de vagas.

Em relação a julho de 2021, quando foram registradas cerca de 4,539 milhões de demissões, houve um avanço de 42,5% no número dentro do acumulado de 12 meses.

Bahia

No mês de julho, o número de pedidos de demissão registrados no estado foi de 12.876 e um total de 50.925 desligamentos. No acumulado de 12 meses, considerando até junho, 138.302 baianos pediram demissão e, ao todo, 706.818 foram desligados.

Áreas

Entre os setores nos quais foram registrados mais pedidos de demissão, estão alojamento e alimentação. Os setores de Atividades Administrativas e Serviços Complementares; Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas; Informação e Comunicação vêm em seguida na maior proporção de pedidos de demissão dentro do total de vagas. Isso revela que o movimento é maior entre profissionais mais qualificados e de setores mais aquecidos.

Com informações do G1/Bahia.ba

Quase metade dos trabalhadores brasileiros está sobrecarregada


Muitos têm desenvolvido transtornos como ansiedade, angústia, crises de pânico e irritabilidade. Dos acometidos, 82% buscam ajuda profissional
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com as empresas Talenses e Gympass, sobre questões relacionadas a benefícios, cultura e bem-estar nas empresas revelou que quase metade dos trabalhadores (43%) alega estar sobrecarregada. O levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (NEOP/FGV) chama atenção para outro dado que aumenta a tensão dos impactos da pandemia no mundo do trabalho: três em cada 10 entrevistados (31%) apontaram que sofrem pressão por resultados e metas.
O estudo ouviu no início do ano 572 profissionais – inclusive, baianos – sendo 90% deles empregados. Em relação ao regime de trabalho, 50% estão no formato híbrido, 28% remoto e 22% de forma presencial. Os entrevistados se queixaram do sentimento de que precisam estar disponíveis o tempo todo (30%), falta de reconhecimento (30%), falta de empatia/apoio na liderança direta (27%), além da dificuldade de desempenho em sua plena capacidade de trabalho (22%) e ausência de flexibilidade na jornada (12%).
Entre os transtornos mentais mais comuns identificados estão angústia, crises de pânico, irritabilidade e ansiedade. A exaustão levou 82% das pessoas a buscarem uma terapia. Mudar de emprego foi a escolha de 32% dos profissionais. A redução das horas de trabalho foi apontada por 24% e 21% pediram demissão, mesmo sem ter a perspectiva de um novo emprego.
Quando questionado sobre o cenário de sobrecarga apontado na pesquisa, o Ministério da Saúde disse em nota que, em 2022, a pasta iniciou um projeto de vigilância ativa em saúde do trabalhador que tem dentre seus objetivos identificar os “casos noticiados na mídia de sofrimento ou adoecimento mental”, como aqueles que levam a tentativas de suicídio nos ambientes de trabalho ou devido ao adoecimento mental do trabalho.
Apesar das leis trabalhistas não trazerem uma previsão expressa sobre o assunto, já se tornou algo recorrente a discussão da sobrecarga de trabalho nos processos na Justiça, como pontua a advogada especialista em Direito do Trabalho e Previdenciário e professora da Uniruy, Karine Baptista.
De acordo com dados do IBGE, no primeiro trimestre de 2022, a Bahia tinha 1,250 milhão de desocupados. Não só a maior taxa de desocupação do país, mas também um número 12 vezes maior que a quantidade de pessoas ocupadas entre 2019/2022 (considerando os três meses iniciais). Os que têm trabalho chegam a mais 99 mil.
No Brasil, havia 10,6 milhões de pessoas desocupadas e mais 3,750 milhões de pessoas trabalhando. Quem precisa do emprego vai mesmo pensar várias vezes antes de dizer um ‘não’ para alguma tarefa demandada pelo chefe.
Psicóloga e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Juliana Camilo enxerga a sobrecarga no trabalho como uma questão de saúde pública. Antes mesmo da pandemia, já havia um cenário severo com relação à sobrecarga de trabalho, diante de índices de desemprego que só aumentavam e obrigavam profissionais a assumir muito mais do que podiam, se quisessem se manter empregados.
De acordo com números mais recentes do Ministério do Trabalho e Previdência, no ano passado foram concedidos no país 197.814 benefícios por incapacidade, decorrentes de transtornos mentais comportamentais. Só em 2021, 10.110 desses afastamentos foram por ansiedade. Outros 6.399 por transtornos de pânico, 20.071 por episódios depressivos e mais 16.856 por transtorno misto ansioso e depressivo. Reações ao estresse grave somaram 2.736 casos.
Descompressão
A especialista em Gestão de Recursos Humanos e co-diretora de Gestão Estratégica da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-BA), Trícia Rocha, concorda que a pandemia tenha trazidos mudanças significativas sobre a maneira de se trabalhar como a consolidação do home office e maior flexibilização, por exemplo. No entanto, o abuso de demandas precarizou de forma expressiva as condições de trabalho.
“Houve uma necessidade de novos modelos de atuação e cultura devido à crise pandêmica. Com empresas reduzindo quadro de profissionais, isso levou a um acúmulo de funções dos que permaneceram empregados. E qualquer limite que existia entre o pessoal e o profissional foi extrapolado diante de uma jornada laboral que expõe fragilidades físicas e psicossociais”.
Nas empresas, a consequência da sobrecarga vem em forma de falta de comprometimento das equipes, baixa produtividade e engajamento, absenteísmo e taxas de turnover altíssimas (rotatividade de pessoal). Para a professora da Unifacs e especialista em Psicologia na Segurança do Trabalho, Priscila Carvalho, o excesso de atividades urgentes, a falta de apoio da liderança e a dificuldade de impor limites exigem uma reflexão sobre o real sentido de estar naquela empresa por mais que haja o receio de sair do emprego.
O alívio desse sobrepeso passa pela gestão do tempo e equilíbrio da vida pessoal e profissional, como acrescenta Priscila: “Não abra mão de praticar um exercício físico, ter uma boa higiene do sono, organizar seu tempo. Busque mais momentos próximos do convívio com amigos e familiares”, completa.

Reprodução site Correio*

Deputados bolsonaristas que tentam reeleição votaram contra os trabalhadores

Além de escolher um presidente da República comprometido com as pautas sociais, como acabar com a fome e garantir saúde e educação gratuita e de qualidade; e as trabalhistas, como emprego decente, salário digno, garantias de direitos que constam da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é preciso escolher um Congresso Nacional que não vote para retirar direitos da classe trabalhadora. Essa é a orientação da CUT.

Por isso, nas eleições deste ano, os trabalhadores precisam analisar os candidatos antes de decidir em quem votar e não eleger quem votou contra seus direitos, como é o caso dos deputados aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), que são candidatos à reeleição. 

Este ano, dos 52 deputados federais eleitos pelo PSL, partido de Bolsonaro nas eleições de 2018 que mudou de nome para União Brasil, todos são candidatos a reeleição. Do total, 47 vão tentar a reeleição à Câmara, o que representa mais de 90% do grupo.

São deputados que ajudaram a aprovar projetos que aumentaram a precarização do trabalho, a informalidade, o encolhimento da renda e acabaram com o sonho de se aposentadoria antes de morrer entre outras pautas que prejudicaram os trabalhadores.

Para ajudar o eleitor a fazer uma análise de como votaram os parlamentares, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), elaborou um guia informativo para o eleitor, a plataforma “quem foi quem” mostra a atuação de cada um dos parlamentares durante o mandato. É o caminho para que se possa avaliar quem representará melhor a classe trabalhadora no Congresso Nacional, a partir de 2023.

O Diap listou diversos projetos ruins para o povo e como votaram esses parlamentares. Entre os projetos estão a reforma da Previdência, flexibilização de leis trabalhistas, trabalho aos domingos e feriados sem hora extra, além de projetos como a escola em casa, voto impresso, flexibilização de licenciamento ambiental e liberação de agrotóxicos e privatização de estatais para mostrar a atuação dos parlamentares.

E o PortalCUT separou alguns casos de deputados bolsonaristas e do Centrão, primeiros aliados de Bolsonaro depois da posse, que querem se reeleger e que votaram contra os trabalhadores para facilitar a análise que cada um precisa fazer.

Veja como votaram os principais deputados bolsonaristas e aliados do Centrão que querem se reeleger:

Bia Kicis (PL/DF): a deputada, que faz parte da linha de frente do bolsonarismo teve uma atuação inteiramente voltada contra interesses sociais e dos trabalhadores. Por exemplo, votou contra a política de valorização do salário mínimo, a favor do congelamento dos salários de servidores públicos, a favor da liberação de agrotóxicos, a favor da penhora de imóveis como garantia de empréstimo, além de outras pautas que incluem o trabalho voluntário remunerado com meio salário mínimo, projeto considerado um facilitador para empresas explorarem mão de obra sem direitos e com baixo rendimento

Carla Zambelli (PL/SP): outra ferrenha defensora de Bolsonaro e de pautas conservadoras, a deputada teve atuação contrária aos interesses da classe trabalhadora e em pautas que atacam a democracia. Votou a favor do voto impresso, por exemplo, colocando a confiabilidade das urnas eletrônicas em dúvida. Também foi favorável à flexibilização das relações de trabalho proposta pela Media Provisória 905, da Carteira Verde e Amarela.

Eduardo Bolsonaro (PL/SP): filho do presidente, o deputado segue a cartilha do pai e, no Congresso, durante o mandato votou também 100% contra os trabalhadores. Na PEC 15/2022, ato eleitoreiro do governo para tentar ganhar popularidade, o filho 02 de Bolsonaro votou contra a permanência do auxílio de R$ 600,00. Além de todas as outras pautas

Joice Hasselman (PSDB-SP): ex-apoiadora do presidente, a deputada federal passou a combater Bolsonaro, mas em sua atuação no Congresso permaneceu “inimiga dos trabalhadores”. Acompanhando os ex-colegas de ala ideológica, Joice também votou 100% contra a classe trabalhadora.

Arthur Lira (PP-AL): o presidente da Câmara dos Deputados, manda-chuva do Centrão que se aliou ao presidente Jair Bolsonaro, foi favorável à reforma da Previdência e ao congelamento dos salários dos servidores.

Major Vitor Hugo (PSL/GO): integrante da bancada da bala e ex-líder do governo na Câmara, o deputado goiano é um dos que mais acompanha a agenda oficial do presidente da República. Segundo levantamento do Poder360, em 2021, o parlamentar apareceu vezes na agenda de Bolsonaro. Ele também é contrário aos interesses da classe trabalhadora e também defende flexibilização ainda maior do porte de armas.

Marco Feliciano (PL/SP): a agenda religiosa fundamentalista do deputado acompanha o posicionamento ideológico de que trabalhadores não devem ter direitos. O parlamentar, ligado à Assembleia de Deus, teve atuação 100% contrária aos interesses da classe trabalhadora.

Cabo Junio Amaral (PL/MG): outro integrante da bancada da bala, o parlamentar já fez ameaças ao ex-presidente Lula. Em abril deste ano, gravou um vídeo para suas redes sociais em que municia sua arma, dizendo; “Vou esperar você lá, tanto sua turma quanto você (…) vocês serão muito bem-vindos”. A fala fez alusão a uma afirmação de Lula, durante evento na sede da CUT, em São Paulo, que à época, sugeria pressionar parlamentares, de forma pacífica, a votar a favor de pautas e projetos de interesse da classe trabalhadora. No Congresso, o Cabo Junio também foi contrário aos interesses dos trabalhadores.

Além dos citados, todos os outros deputados ligados ao presidente Jair Bolsonaro votaram contra às pautas de interesse da classe trabalhadora.

Inflação do gás de cozinha passa de 20% em 12 meses e afeta famílias mais pobres

Com a disparada dos preços, a inflação do gás de cozinha mais do que dobrou nos últimos 12 meses em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Até julho, o IPCA geral acumulava alta de 10,07% em 12 meses.

No mesmo período, ou seja, de julho do ano passado a julho deste ano, o gás encanado subiu 26,29%, e o gás de botijão de 13 quilos subiu 21,82%.

Da mesma forma que a inflação dos alimentos, que atingiu 14,72% no acumulado de 12 meses, a inflação do gás de cozinha, afeta mais as famílias mais pobres, que ganham o salário mínimo (R$ 1,212). Em alguns estados, o valor do botijão de gás equivale a 10% do salário mínimo – é o maior percentual desde 2007.

O gasto com gás consome até 22% do orçamento de serviços básicos dos mais pobres, enquanto para os mais ricos, esse valor é de 13%.

A conclusão é do estudo elaborado pela consultoria Kantar e divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, em abril deste ano. Foram consultados 4.915 municípios em 2021, quando os efeitos dos sucessivos reajustes ainda não eram percebidos no orçamento familiar.

São famílias sem acesso ao vale-gás, de R$ 100 pago pelo governo a famílias mais pobres, de agosto a dezembro deste ano. Só recebem o vale famílias com integrantes que recebem o Auxílio Brasil ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC) que tenham os dados atualizados no CadÚnico. Para ter direito ao vale-gás, essas famílias precisam ainda ter renda mensal por pessoa menor ou igual a meio salário mínimo, R$ 606 neste ano.

Mulheres chefes de família ou que foram vítimas de violência doméstica têm prioridade para receber o auxílio, mas a fila é grande para todos.

Por que subiu tanto

Apesar da maior parte do gás consumido no Brasil ser produzido pela Petrobras, o governo brasileiro adota a Política de Paridade de Importação (PPI) para todos os combustíveis. Isso significa que os preços dos combustíveis no Brasil, inclusive do gás, são reajustados sempre que aumentam o valor do barril de petróleo no mercado internacional. A cotação do dólar também influencia no valor.

A PPI foi criada no governo do ilegítimo Michel Temer (MDB) e mantida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Redação CUT

FOTO: FERIDOON MALEKZADEH POR PIXABAY/ARTE: DOLPHIN DI LUNA