Desgoverno: Brasil cai três posições no ranking do IDH

Divulgado nesta quinta-feira (8), o Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento aponta que o Brasil caiu três posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando o 87º lugar do ranking. O resultado leva em consideração os dados de 2021 referentes à expectativa de vida ao nascer, escolaridade e renda de 191 países analisados. Com a atual posição, o Brasil fica atrás de nações vizinhas como Chile, Argentina e Uruguai, e à frente de Peru e Colômbia. Entre os países que lideram o ranking estão Suíça, Noruega e Islândia.
“O desenvolvimento humano voltou aos níveis de 2016, revertendo parte expressiva do progresso rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A reversão é quase universal, pois mais de 90% dos países registraram declínio na pontuação do IDH em 2020 ou 2021, e mais de 40% caíram nos dois anos, sinalizando que a crise ainda está se aprofundando em muitos deles”, destaca o relatório. Esta é a primeira vez, em 32 anos, que o IDH caiu globalmente por dois anos consecutivos.


Redação Alô Alô Bahia

Foto George Campos / USP Imagens

Conheça os deputados que votaram para prejudicar os trabalhadores

O Brasil tem vivido um verdadeiro retrocesso desde quando Dilma sofreu o golpe e foi tirada do governo. Michel Temer aprovou a Reforma Trabalhista e, logo depois, Bolsonaro aprovou a Reforma da Previdência. Ambos tiveram apoio de deputados que só pensam no benefício próprio e não se preocupam com os trabalhadores, verdadeira engrenagem do país.
Pior, não votaram apenas a favor das reformas, mas contra a classe trabalhadora, que amarga perdas impactantes às conquistas históricas. E eles estão candidatos novamente nesta eleição, que acontece no próximo dia 2 de outubro. Então, preste bem atenção na hora de votar, para não eleger quem joga contra. Precisamos colocar no Congresso quem está ao lado do trabalhador brasileiro. Esses das fotos são quem vota contra.

Sindborracha destaca a importância de a Bridgestone valorizar mão de obra durante ampliação

A manhã desta terça-feira (06) foi marcada pelo anúncio do investimento de R$ 270 milhões na fábrica da Bridgestone em Camaçari. Somado ao que já foi destinado à unidade em 2021, o investimento chega perto de R$ 1 bilhão. O documento foi assinado pelo governador Rui Costa na última segunda (5), reforçando que a Bahia segue no caminho certo, atraindo cada vez mais empresas e gerando oportunidades aos trabalhadores.
Com a proposta de mais tecnologia de ponta e sustentabilidade, a unidade baiana vai produzir 5 milhões de pneus de passeio por ano, a partir de 2025. A ampliação prevê 126 novos empregos diretos, além dos 1,3 mil existentes atualmente.
A diretoria da Bridgestone agradeceu a boa relação com o Sindborracha e a luta constante por melhorias. De acordo com a empresa, sem esse relacionamento não seria possível trazer um investimento tão expressivo para o estado. Presente, a direção do Sindicato parabenizou a empresa pela iniciativa junto ao governo. A ação vai demonstra esforço contrário ao que tem acontecido com a economia do país pós pandemia.
Josué Pereira, presidente do Sindicato, aproveitou para reforçar a importância de a Bridgestone proporcionar promoções internas, priorizando a mão de obra qualificada da casa para os novos cargos de chefia que vão surgir com as mudanças, bem como empregar camaçarienses no chão de fábrica.

Brasil tem novo recorde de pedidos de demissão no último ano

O Brasil teve, nos últimos 12 meses, 6,467 milhões de pedidos de demissão entre os trabalhadores com carteira assinada. Este é o novo recorde, mesmo com o desemprego ainda em nível elevado e a dificuldade para voltar ao mercado de trabalho. O dado equivale a 32,4% do total de desligamentos de trabalhadores no período (19,984 milhões). Ou seja, um de cada três desligamentos foi iniciativa do trabalhador.

O levantamento é com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O recorde leva em conta o período a partir de janeiro de 2012, início da série histórica do Caged com a metodologia atual de contagem de vagas.

Em relação a julho de 2021, quando foram registradas cerca de 4,539 milhões de demissões, houve um avanço de 42,5% no número dentro do acumulado de 12 meses.

Bahia

No mês de julho, o número de pedidos de demissão registrados no estado foi de 12.876 e um total de 50.925 desligamentos. No acumulado de 12 meses, considerando até junho, 138.302 baianos pediram demissão e, ao todo, 706.818 foram desligados.

Áreas

Entre os setores nos quais foram registrados mais pedidos de demissão, estão alojamento e alimentação. Os setores de Atividades Administrativas e Serviços Complementares; Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas; Informação e Comunicação vêm em seguida na maior proporção de pedidos de demissão dentro do total de vagas. Isso revela que o movimento é maior entre profissionais mais qualificados e de setores mais aquecidos.

Com informações do G1/Bahia.ba

Quase metade dos trabalhadores brasileiros está sobrecarregada


Muitos têm desenvolvido transtornos como ansiedade, angústia, crises de pânico e irritabilidade. Dos acometidos, 82% buscam ajuda profissional
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com as empresas Talenses e Gympass, sobre questões relacionadas a benefícios, cultura e bem-estar nas empresas revelou que quase metade dos trabalhadores (43%) alega estar sobrecarregada. O levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (NEOP/FGV) chama atenção para outro dado que aumenta a tensão dos impactos da pandemia no mundo do trabalho: três em cada 10 entrevistados (31%) apontaram que sofrem pressão por resultados e metas.
O estudo ouviu no início do ano 572 profissionais – inclusive, baianos – sendo 90% deles empregados. Em relação ao regime de trabalho, 50% estão no formato híbrido, 28% remoto e 22% de forma presencial. Os entrevistados se queixaram do sentimento de que precisam estar disponíveis o tempo todo (30%), falta de reconhecimento (30%), falta de empatia/apoio na liderança direta (27%), além da dificuldade de desempenho em sua plena capacidade de trabalho (22%) e ausência de flexibilidade na jornada (12%).
Entre os transtornos mentais mais comuns identificados estão angústia, crises de pânico, irritabilidade e ansiedade. A exaustão levou 82% das pessoas a buscarem uma terapia. Mudar de emprego foi a escolha de 32% dos profissionais. A redução das horas de trabalho foi apontada por 24% e 21% pediram demissão, mesmo sem ter a perspectiva de um novo emprego.
Quando questionado sobre o cenário de sobrecarga apontado na pesquisa, o Ministério da Saúde disse em nota que, em 2022, a pasta iniciou um projeto de vigilância ativa em saúde do trabalhador que tem dentre seus objetivos identificar os “casos noticiados na mídia de sofrimento ou adoecimento mental”, como aqueles que levam a tentativas de suicídio nos ambientes de trabalho ou devido ao adoecimento mental do trabalho.
Apesar das leis trabalhistas não trazerem uma previsão expressa sobre o assunto, já se tornou algo recorrente a discussão da sobrecarga de trabalho nos processos na Justiça, como pontua a advogada especialista em Direito do Trabalho e Previdenciário e professora da Uniruy, Karine Baptista.
De acordo com dados do IBGE, no primeiro trimestre de 2022, a Bahia tinha 1,250 milhão de desocupados. Não só a maior taxa de desocupação do país, mas também um número 12 vezes maior que a quantidade de pessoas ocupadas entre 2019/2022 (considerando os três meses iniciais). Os que têm trabalho chegam a mais 99 mil.
No Brasil, havia 10,6 milhões de pessoas desocupadas e mais 3,750 milhões de pessoas trabalhando. Quem precisa do emprego vai mesmo pensar várias vezes antes de dizer um ‘não’ para alguma tarefa demandada pelo chefe.
Psicóloga e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Juliana Camilo enxerga a sobrecarga no trabalho como uma questão de saúde pública. Antes mesmo da pandemia, já havia um cenário severo com relação à sobrecarga de trabalho, diante de índices de desemprego que só aumentavam e obrigavam profissionais a assumir muito mais do que podiam, se quisessem se manter empregados.
De acordo com números mais recentes do Ministério do Trabalho e Previdência, no ano passado foram concedidos no país 197.814 benefícios por incapacidade, decorrentes de transtornos mentais comportamentais. Só em 2021, 10.110 desses afastamentos foram por ansiedade. Outros 6.399 por transtornos de pânico, 20.071 por episódios depressivos e mais 16.856 por transtorno misto ansioso e depressivo. Reações ao estresse grave somaram 2.736 casos.
Descompressão
A especialista em Gestão de Recursos Humanos e co-diretora de Gestão Estratégica da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-BA), Trícia Rocha, concorda que a pandemia tenha trazidos mudanças significativas sobre a maneira de se trabalhar como a consolidação do home office e maior flexibilização, por exemplo. No entanto, o abuso de demandas precarizou de forma expressiva as condições de trabalho.
“Houve uma necessidade de novos modelos de atuação e cultura devido à crise pandêmica. Com empresas reduzindo quadro de profissionais, isso levou a um acúmulo de funções dos que permaneceram empregados. E qualquer limite que existia entre o pessoal e o profissional foi extrapolado diante de uma jornada laboral que expõe fragilidades físicas e psicossociais”.
Nas empresas, a consequência da sobrecarga vem em forma de falta de comprometimento das equipes, baixa produtividade e engajamento, absenteísmo e taxas de turnover altíssimas (rotatividade de pessoal). Para a professora da Unifacs e especialista em Psicologia na Segurança do Trabalho, Priscila Carvalho, o excesso de atividades urgentes, a falta de apoio da liderança e a dificuldade de impor limites exigem uma reflexão sobre o real sentido de estar naquela empresa por mais que haja o receio de sair do emprego.
O alívio desse sobrepeso passa pela gestão do tempo e equilíbrio da vida pessoal e profissional, como acrescenta Priscila: “Não abra mão de praticar um exercício físico, ter uma boa higiene do sono, organizar seu tempo. Busque mais momentos próximos do convívio com amigos e familiares”, completa.

Reprodução site Correio*

Deputados bolsonaristas que tentam reeleição votaram contra os trabalhadores

Além de escolher um presidente da República comprometido com as pautas sociais, como acabar com a fome e garantir saúde e educação gratuita e de qualidade; e as trabalhistas, como emprego decente, salário digno, garantias de direitos que constam da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é preciso escolher um Congresso Nacional que não vote para retirar direitos da classe trabalhadora. Essa é a orientação da CUT.

Por isso, nas eleições deste ano, os trabalhadores precisam analisar os candidatos antes de decidir em quem votar e não eleger quem votou contra seus direitos, como é o caso dos deputados aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), que são candidatos à reeleição. 

Este ano, dos 52 deputados federais eleitos pelo PSL, partido de Bolsonaro nas eleições de 2018 que mudou de nome para União Brasil, todos são candidatos a reeleição. Do total, 47 vão tentar a reeleição à Câmara, o que representa mais de 90% do grupo.

São deputados que ajudaram a aprovar projetos que aumentaram a precarização do trabalho, a informalidade, o encolhimento da renda e acabaram com o sonho de se aposentadoria antes de morrer entre outras pautas que prejudicaram os trabalhadores.

Para ajudar o eleitor a fazer uma análise de como votaram os parlamentares, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), elaborou um guia informativo para o eleitor, a plataforma “quem foi quem” mostra a atuação de cada um dos parlamentares durante o mandato. É o caminho para que se possa avaliar quem representará melhor a classe trabalhadora no Congresso Nacional, a partir de 2023.

O Diap listou diversos projetos ruins para o povo e como votaram esses parlamentares. Entre os projetos estão a reforma da Previdência, flexibilização de leis trabalhistas, trabalho aos domingos e feriados sem hora extra, além de projetos como a escola em casa, voto impresso, flexibilização de licenciamento ambiental e liberação de agrotóxicos e privatização de estatais para mostrar a atuação dos parlamentares.

E o PortalCUT separou alguns casos de deputados bolsonaristas e do Centrão, primeiros aliados de Bolsonaro depois da posse, que querem se reeleger e que votaram contra os trabalhadores para facilitar a análise que cada um precisa fazer.

Veja como votaram os principais deputados bolsonaristas e aliados do Centrão que querem se reeleger:

Bia Kicis (PL/DF): a deputada, que faz parte da linha de frente do bolsonarismo teve uma atuação inteiramente voltada contra interesses sociais e dos trabalhadores. Por exemplo, votou contra a política de valorização do salário mínimo, a favor do congelamento dos salários de servidores públicos, a favor da liberação de agrotóxicos, a favor da penhora de imóveis como garantia de empréstimo, além de outras pautas que incluem o trabalho voluntário remunerado com meio salário mínimo, projeto considerado um facilitador para empresas explorarem mão de obra sem direitos e com baixo rendimento

Carla Zambelli (PL/SP): outra ferrenha defensora de Bolsonaro e de pautas conservadoras, a deputada teve atuação contrária aos interesses da classe trabalhadora e em pautas que atacam a democracia. Votou a favor do voto impresso, por exemplo, colocando a confiabilidade das urnas eletrônicas em dúvida. Também foi favorável à flexibilização das relações de trabalho proposta pela Media Provisória 905, da Carteira Verde e Amarela.

Eduardo Bolsonaro (PL/SP): filho do presidente, o deputado segue a cartilha do pai e, no Congresso, durante o mandato votou também 100% contra os trabalhadores. Na PEC 15/2022, ato eleitoreiro do governo para tentar ganhar popularidade, o filho 02 de Bolsonaro votou contra a permanência do auxílio de R$ 600,00. Além de todas as outras pautas

Joice Hasselman (PSDB-SP): ex-apoiadora do presidente, a deputada federal passou a combater Bolsonaro, mas em sua atuação no Congresso permaneceu “inimiga dos trabalhadores”. Acompanhando os ex-colegas de ala ideológica, Joice também votou 100% contra a classe trabalhadora.

Arthur Lira (PP-AL): o presidente da Câmara dos Deputados, manda-chuva do Centrão que se aliou ao presidente Jair Bolsonaro, foi favorável à reforma da Previdência e ao congelamento dos salários dos servidores.

Major Vitor Hugo (PSL/GO): integrante da bancada da bala e ex-líder do governo na Câmara, o deputado goiano é um dos que mais acompanha a agenda oficial do presidente da República. Segundo levantamento do Poder360, em 2021, o parlamentar apareceu vezes na agenda de Bolsonaro. Ele também é contrário aos interesses da classe trabalhadora e também defende flexibilização ainda maior do porte de armas.

Marco Feliciano (PL/SP): a agenda religiosa fundamentalista do deputado acompanha o posicionamento ideológico de que trabalhadores não devem ter direitos. O parlamentar, ligado à Assembleia de Deus, teve atuação 100% contrária aos interesses da classe trabalhadora.

Cabo Junio Amaral (PL/MG): outro integrante da bancada da bala, o parlamentar já fez ameaças ao ex-presidente Lula. Em abril deste ano, gravou um vídeo para suas redes sociais em que municia sua arma, dizendo; “Vou esperar você lá, tanto sua turma quanto você (…) vocês serão muito bem-vindos”. A fala fez alusão a uma afirmação de Lula, durante evento na sede da CUT, em São Paulo, que à época, sugeria pressionar parlamentares, de forma pacífica, a votar a favor de pautas e projetos de interesse da classe trabalhadora. No Congresso, o Cabo Junio também foi contrário aos interesses dos trabalhadores.

Além dos citados, todos os outros deputados ligados ao presidente Jair Bolsonaro votaram contra às pautas de interesse da classe trabalhadora.

Inflação do gás de cozinha passa de 20% em 12 meses e afeta famílias mais pobres

Com a disparada dos preços, a inflação do gás de cozinha mais do que dobrou nos últimos 12 meses em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Até julho, o IPCA geral acumulava alta de 10,07% em 12 meses.

No mesmo período, ou seja, de julho do ano passado a julho deste ano, o gás encanado subiu 26,29%, e o gás de botijão de 13 quilos subiu 21,82%.

Da mesma forma que a inflação dos alimentos, que atingiu 14,72% no acumulado de 12 meses, a inflação do gás de cozinha, afeta mais as famílias mais pobres, que ganham o salário mínimo (R$ 1,212). Em alguns estados, o valor do botijão de gás equivale a 10% do salário mínimo – é o maior percentual desde 2007.

O gasto com gás consome até 22% do orçamento de serviços básicos dos mais pobres, enquanto para os mais ricos, esse valor é de 13%.

A conclusão é do estudo elaborado pela consultoria Kantar e divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, em abril deste ano. Foram consultados 4.915 municípios em 2021, quando os efeitos dos sucessivos reajustes ainda não eram percebidos no orçamento familiar.

São famílias sem acesso ao vale-gás, de R$ 100 pago pelo governo a famílias mais pobres, de agosto a dezembro deste ano. Só recebem o vale famílias com integrantes que recebem o Auxílio Brasil ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC) que tenham os dados atualizados no CadÚnico. Para ter direito ao vale-gás, essas famílias precisam ainda ter renda mensal por pessoa menor ou igual a meio salário mínimo, R$ 606 neste ano.

Mulheres chefes de família ou que foram vítimas de violência doméstica têm prioridade para receber o auxílio, mas a fila é grande para todos.

Por que subiu tanto

Apesar da maior parte do gás consumido no Brasil ser produzido pela Petrobras, o governo brasileiro adota a Política de Paridade de Importação (PPI) para todos os combustíveis. Isso significa que os preços dos combustíveis no Brasil, inclusive do gás, são reajustados sempre que aumentam o valor do barril de petróleo no mercado internacional. A cotação do dólar também influencia no valor.

A PPI foi criada no governo do ilegítimo Michel Temer (MDB) e mantida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Redação CUT

FOTO: FERIDOON MALEKZADEH POR PIXABAY/ARTE: DOLPHIN DI LUNA

Comércio perdeu 400 mil postos de trabalho e fechou 106 mil empresas em 2020

O comércio foi duramente atingido pela pandemia em 2020, quando perdeu 4% dos empregos, 7,4% das empresas e 7% das lojas, segundo o IBGE. Foram eliminados 404,1 mil postos de trabalho, sendo 365,4 mil (90,4%) no varejo.

Nesse segmento, apenas duas atividades, “consideradas serviços essenciais durante a crise sanitária”, tiveram acréscimo de mão de obra. Mesmo assim, mínimo: hipermercados e supermercados (1,8 mil pessoas) e produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos (318 pessoas). Foi a maior queda na série histórica da pesquisa, iniciada em 2007.

Menos de 10 milhões

Assim, o comércio fechou o ano com 9,8 milhões de empregos. Desse total, 7,2 milhões estavam no varejo, 1,7 milhão no atacado e 829,4 mil no segmento que inclui veículos, peças e motocicletas. Esta foi a primeira vez, desde 2011, que o setor teve menos de 10 milhões de trabalhadores.

O instituto também registrou queda recorde do número de funcionários em dois dos três maiores segmentos: -4,8% no varejista, que emprega 73,7% do total, e -8,5% na área que inclui veículos, peças e motocicletas. Apenas o segmento que inclui tecidos, vestuário, calçados e armarinhos cortou 176,6 mil vagas, 15,3% da mão de obra. E o número de empresas caiu 15,6%, com o fechamento de 32,6 mil estabelecimentos comerciais.

Isolamento social

“O volume expressivo da queda nesse setor chama a atenção e representa de forma significativa aquelas lojas que tiveram suas atividades mais afetadas pela necessidade de isolamento social, seja no comércio popular, seja em shoppings”, diz a gerente de Análise Estrutural do IBGE, Synthia Santana. “Todos esses estabelecimentos onde a venda presencial é muito importante para experimentar a mercadoria sentiram os efeitos da pandemia de forma mais acentuada nesse primeiro ano”, acrescenta.

Assim, de acordo com a pesquisa do instituto, também tiveram forte queda nos empregos os setores de comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo, que inclui empórios e padarias (-81,5 mil vagas) e de material de construção (-59,7 mil). “Essa atividade (produtos alimentícios), mesmo sendo considerada essencial na pandemia, registrou queda na comparação com 2019. Um dos fatores que podem explicar esse resultado é que a ida menos frequente a estabelecimentos comerciais, por causa da necessidade de isolamento social, fez com que os consumidores concentrassem suas compras em empresas com uma gama mais diversificada de produtos, como é o caso de hiper e supermercados”, avalia Synthia.

Atacado resiste

O segmento do atacado teve crescimento de 2,2% no emprego, o equivalente a mais 37,9 mil trabalhadores. Segundo o IBGE, três atividades se destacaram: madeira, ferragens, ferramentas, materiais elétricos e material de construção (10%), produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,4%) e mercadorias em geral (6,1%). “O atacado foi um pouco mais resiliente diante do primeiro ano de pandemia. As exportadoras, por negociarem diretamente com outras empresas ou entidades, fazem parte do atacado. O fato de, em 2020, o comércio internacional ter apresentado um comportamento mais expressivo também eleva o setor atacadista a resultados que divergem um pouco do que foi exibido pelo varejo, que teve queda no número de empresas e de pessoas ocupadas”, observa a pesquisadora.

Essa queda no número de empresas, por sinal, foi recorde, aponta o IBGE. A retração de 7,4% corresponde a menos 106 mil estabelecimentos. Na recessão de 2015, foram fechados 16 mil. O país estava em 2020 com 1,3 milhão de empresas comerciais. “Esse número de empresas no comércio já vinha sendo reduzido por própria estratégia de algumas delas, mas a crise econômica potencializou esse comportamento”.

Redação CUT

Empresários bolsonaristas defendem golpe, uma ameaça à democracia e aos direitos

Um grupo de empresários, entre eles, Luciano Hang, dono da franquia Havan, trocou mensagens no whatsapp defendendo um golpe de Estado caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) perca as eleições, como indicam todas as pesquisas de intenções de voto que mostram o ex-presidente Lula (PT) na liderança.

É mais uma ameaça à democracia e os direitos sociais e trabalhistas, afirma o vice-presidente da CUT, Vagner Freitas. “Empresários e parlamentares por eles bancados que defenderam o golpe em 2014 foram os mesmo que defendiam e defendem a retirada de direitos previdenciários e trabalhistas, salários baixos e mais exploração do trabalhador, como a CUT sempre alertou”, reagiu o dirigente.

De acordo com reportagem publicada no site Metrópoles nesta quarta-feira (17), o grupo também debateu propostas de violação da lei eleitoral e ataques a instituições.

Veja quem são os empresários golpistas

– Luciano Hang, dono da Havan

– Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu

– José Isaac Peres, dono da rede shoppings Multiplan

– José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro

– Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia

– Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii

Os empresários temem que, com uma vitória eleitoral do PT, seus negócios possam ser prejudicados. Nas capturas de tela exibidas na matéria, o proprietário do shopping fluminense Barra World, José Koury, chega a afirmar que prefere “um golpe do que a volta do PT”, e que “com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”.

A história de Luciano Hang, lider do grupo, desmente a falsa tese de Koury. Apesar das críticas ao PT, foi nos governos petistas que o empresário construiu o seu império. A rede saltou de meia dúzia de lojas que possuía no Paraná e em Santa Catarina para cerca de cem no último ano do governo Dilma Rousseff. Em 2011, a Havan inaugurou 15 lojas, em 2012 alcançou a marca das 50, e em 2013, expandiu suas fronteiras para São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Só em 2014, a empresa abriu 24 megalojas em Minas, Rondônia e Pará.

Marco Aurélio Raymundo, proprietário da marca de lojas Mormaii, ainda afirma que “o Sete de Setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está”, além de defender o uso da violência em favor de Bolsonaro e anunciar que fez a compra de “milhares de bandeirinhas” para que fossem distribuídas em suas lojas.

Ataques ao judiciário também são rotineiros, em especial aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Empresários como Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, e José Isaac Peres, sócio da gestora de shoppings Multiplan, se pronunciam constantemente contra o uso de urnas eletrônicas e exigindo a imposição do voto impresso.

Aval de Bolsonaro

O conteúdo das mensagens trocadas entre os empresários pouco difere dos discursos adotados por Jair Bolsonaro. Tentativas de deslegitimar o sistema eleitoral são uma constante de sua retórica, como na reunião que convocou com embaixadores em julho para apresentar informações falsas sobre a segurança das urnas eletrônicas, e em seus constantes ataques às decisões do STF, em especial do ministro Alexandre de Moraes.

A associação de uma vitória eleitoral de Lula e dos candidatos do PT a um retrocesso econômico também é prática recorrente de Bolsonaro. O mesmo vale para seu relacionamento com o Exército: o presidente constantemente se utiliza da função de comandante das forças armadas para intensificar seu atrito com o TSE, contando com apoio do ministro da defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, na empreitada.

Golpe é sempre contra trabalhadores

Durante a tramitação do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), a CUT alertou infinitas vezes que o golpe era contra a classe trabalhadora.

Na época, os deputados e empresários que defendiam o impeachment de Dilma estavam a frente de propostas que tiravam direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, como a lei da terceirização na atividade-fim – Projeto de Lei (PL) nº 4330, aprovado no Congresso Nacional que possibilitou demissão de trabalhadores com contratados diretos e contratação de terceirizados com metade dos salários e benefícios.

No governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), esses defensores do golpe tentaram acabar com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), alterando o artigo 618 da Constituição, que a CUT conseguiu barrar.

São os mesmos que defendem a jornada de trabalho flexível para que o empresário possa adequar a jornada às suas necessidades.

Em 2014, o vice-presidente da Fiesp, Benjamin Steinbruch, defensor do golpe, falou que esse era o momento de flexibilizar direitos trabalhistas, que nos EUA o trabalhador almoça com uma mão e opera máquina com outra.

Depois do golpe de 2016, com apoio de empresários como esses que voltam a defender golpe de estado, o Congresso aprovou a reforma Trabalhista que acabou com mais de 100 itens da CLT e a reforma da Previdência, que tirou de milhões de trabalhadores o direito à aposentadoria. Vão trabalhar até morrer.

Maior greve da história do setor pneumático completa 10 anos

O ano de 2012 foi histórico para o Sindborracha e todo o setor de pneumáticos do país. Este mês, a maior greve de trabalhadores do setor já registrada – 52 dias – completa 10 anos. A mobilização dos funcionários da Bridgestone na Bahia era contra o assédio moral e o endurecimento das negociações com o patronato.

Com a negativa sobre pontos principais da pauta de reivindicações, os trabalhadores decidiram deflagrar a greve. Foram várias as manifestações ao longo deste período, como a passeata da Bridgestone até o prédio da Justiça do Trabalho, no Centro de Camaçari, carregando um caixão.

Acuada pela força do movimento, a empresa usava da força policial para ameaçar os grevistas. A pressão foi tanta, que boa parte da diretoria da unidade – vinda de São Paulo – foi demitida e algumas mudanças no dia a dia começaram a ser implantadas.