FMI: Brasil terá “pibinho” abaixo da média da América Latina

O conflito no leste europeu afetou negativamente as projeções de crescimento econômico em 2022 dos países diretamente envolvidos no episódio. Mas os números atualizados do relatório Perspectiva Econômica Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI), continuam apontando que, mesmo sem guerra, o desempenho da economia brasileira será medíocre, acima só de Rússia (queda de 8,5%), Ucrânia (perda de 35%) e “Economias emergentes e em desenvolvimento da Europa” (recuo de 2,9%).

Na nova versão do documento, apresentado na terça-feira (19), o FMI elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do 0,3% anunciado em janeiro para 0,8% em 2022. A revisão para cima foi motivada pela alta nos preços de commodities – especialmente alimentos – após a eclosão do conflito. O FMI vê um ganho de curto prazo não apenas para o Brasil, mas para todos os países exportadores de commodity, como Chile e África do Sul.

No entanto, o resultado ainda representa a metade da previsão de 1,5% divulgada em outubro de 2021 pelo fundo. Desde então, a deterioração dos fundamentos econômicos no Brasil de Jair Bolsonaro e seu ministro-banqueiro Paulo Guedes se acelerou.

O ciclo infernal de inflação de dois dígitos e aumento acelerado da taxa básica de juros (Selic) já travava a economia no fim de 2021. A pressão inflacionária da flutuação de preços de combustíveis e fertilizantes gerada pela guerra, sobre um país que dolarizou preços dos combustíveis, reduziu a capacidade de seu parque de refino e abriu mão da expansão das fábricas de fertilizantes, alimentará o ciclo enquanto a guerra perdurar.

Se confirmada a previsão do FMI, o Brasil encerrará o último ano do “mandato” de Bolsonaro com uma das menores taxas de crescimento na América Latina e Caribe. A ela se somarão uma inflação de 8,2% e desemprego de 13,7%.

Para 2023, a projeção de crescimento brasileiro caiu de 1,6% para 1,4%. Ambas as previsões estão abaixo do previsto para a região da América Latina e Caribe, que é de 2,5% para ambos os anos, e do México, que é de 2% para 2022 e 2,5% para 2023.

Inflação será pior no Brasil

O FMI também reduziu a expectativa de crescimento mundial em 2022 para 3,6%, uma queda de 0,8 ponto percentual em relação à previsão de janeiro, antes da eclosão do conflito no leste europeu. Além de 2023, o crescimento global deverá cair para cerca de 3,3% no médio prazo.

Os aumentos nos preços das commodities induzidos pela guerra e as crescentes pressões sobre os preços levaram a projeções de inflação para 2022 de 5,7% nas economias avançadas e 8,7% nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento – 1,8 e 2,8 pontos percentuais acima do projetado em janeiro passado. Mas ainda assim, em nível abaixo da carestia no Brasil.

O FMI nota ainda que a guerra na Ucrânia pode acelerar um processo de “desglobalização da economia”, iniciado ainda durante a pandemia, o que levaria à perda de eficiência produtiva e a uma maior demora para que os países se recuperem das perdas causadas pelas ondas de covid-19.

“A guerra também aumenta o risco de uma fragmentação mais permanente da economia mundial em blocos geopolíticos com distintos padrões tecnológicos, sistemas de pagamento e moedas de reserva. Tal ‘deslocamento tectônico’ causaria perdas de eficiência, aumenta a volatilidade e representa um grande desafio para o quadro que tem governado as relações internacionais e econômicas nos últimos 75 anos”, analisa o relatório do FMI.

Redação pt.org.br

Gasolina brasileira é a 2ª mais cara entre os maiores produtores de petróleo

O Brasil é o nono colocado no ranking dos 15 principais produtores de petróleo do mundo e o segundo entre os que registram os maiores preços de gasolina – perde só para Noruega, onde a renda média mensal dos trabalhadores é mais de dez vezes superior a dos brasileiros, que está cada vez menor desde que o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff.

No Brasil de Jair Bolsonaro (PL) e seu ministro-banqueiro Paulo Guedes, da Economia, a autossuficiência foi sabotada pelo entreguismo, que desmantelou o Sistema Petrobras e tornou o país vulnerável à volatilidade internacional dos preços.

Os dados mais recentes do site Global Petrol Prices revelam que o Brasil ocupa posições bem distintas nas listas dos preços mais baratos e dos preços mais altos entre 170 nações pesquisadas. No grupo dos países com a gasolina mais cara no mundo, o Brasil ocupa a 53ª colocação, enquanto está na 118ª posição entre as gasolinas mais baratas. Na comparação global, o preço da gasolina brasileira está 15% acima da média

A consultoria informa que países mais pobres, produtores de petróleo e exportadores costumam ter preços consideravelmente mais baixos, enquanto países mais ricos adotam preços mais altos. Na Europa, alguns países produtores, como a Noruega, adotam políticas de tributação elevada para combustíveis fósseis, para desestimular o consumo ou formar uma reserva de recursos públicos

O preço na bomba no Brasil está próximo ao de outras grandes economias emergentes, como a China, 13º maior produtor de petróleo, e a Índia: ao redor dos R$ 7,00 por litro. Quando o levantamento foi concluído, no último dia 11, o valor médio do litro do combustível calculado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) era R$ 7,192, enquanto a média mundial estava em R$ 6,29

Mas informações coletadas entre 1º e 13 de abril pela ValeCard revelam que o preço médio nacional da gasolina fechou a primeira quinzena de abril em R$ 7,498. É o maior já registrado desde janeiro de 2019, quando a empresa passou a monitorar preços em mais de 25 mil postos em todo o país. Em comparação com março, quando a Petrobras aplicou um mega reajuste e a média nacional passou para R$ 7,288, o valor subiu 2,9%. Em 12 meses, a gasolina já acumula alta de 30,7%

Mesmo com os preços em patamar histórico, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) mantém pressão sobre a Petrobras. “Apesar da ligeira redução do câmbio e dos preços de referência da gasolina e do óleo diesel no mercado internacional, as defasagens mantiveram-se afastadas da paridade, inviabilizando as operações de importação”, afirma a entidade em nota divulgada nesta terça-feira (19).

A estimativa da Abicom é de defasagem média dos preços internos em 14% para o óleo diesel e 6% para a gasolina. Nos portos usados como parâmetro (Santos e Araucária), a defasagem do diesel é de 16% e da gasolina, de 8%. No porto de Aratu (BA), onde fica a Refinaria de Mataripe, privatizada pelo desgoverno Bolsonaro, a defasagem é de 8% no diesel e 4% na gasolina, pois a empresa aplica reajustes quase semanais aos preços.

Carestia é causada pela PPI

Nos cálculos, a Abicom considera a cotação internacional do petróleo, os custos do frete marítimo e o câmbio. Parâmetros da Política de Preços Internacionais (PPI) da Petrobras, adotada em outubro de 2016 por Petro Parente, o ministro do “apagão” de 2001, que o então interino Michel Temer nomeou para a presidência da Petrobras apenas uma semana após o afastamento da presidenta legítima Dilma Rousseff.

Entenda porque Temer e Bolonaro são culpados pelos altos preços dos combustíveis

À dolarização dos preços dos combustíveis se somou o desmonte da Petrobras, que desde 2016 vem fatiando suas subsidiárias e as entregando em pregões nas bolsas de São Paulo e Nova York. Ao mesmo tempo, a gestão bolsonarista da empresa “reposicionou” os planos de expansão do parque de refinarias, paralisando obras e reduzindo a capacidade de refino das já existentes, para privatizá-las.

A expansão travada e a desmobilização do parque de refinarias da Petrobras fizeram com que o país precise importar 20% de sua demanda por derivados de petróleo. A maior parte vem da região do Golfo do México, que concentra grande parte da capacidade de refino dos Estados Unidos. E o trabalhador brasileiro que pague a conta.

Dados do site global Trading Economics apontam que, para encher um tanque de 50 litros com gasolina, um brasileiro gastará R$ 358, ou US$ 76,50. É o equivalente a 14,26% da atual renda média mensal dos trabalhadores do país, esmagada pela inflação de dois dígitos e pelo desemprego e informalização do trabalho.

Na Noruega, o único entre os 15 maiores produtores de petróleo mundiais com a gasolina mais cara que a brasileira, a renda média mensal de um trabalhador é de US$ 5.728, ou mais que dez vezes a dos brasileiros. Mesmo pagando US$ 121 por 50 litros de gasolina, um norueguês compromete 2,11% de sua renda mensal.

No maior produtor de petróleo do mundo, os Estados Unidos, paga-se menos de US$ 1,20 pelo litro da gasolina e a renda mensal média é de US$ 3.523. Os mesmos 50 litros de gasolina têm custo médio nacional de US$ 59,5, ou menos de 1,7% da renda média.

CUT, com informações do ste do PT

Defesa dos Direitos Humanos é tema de seminário da CUT, nesta segunda (25)

Seminário debaterá estratégias e ações para de defesa dos movimentos sindical e sociais frente aos ataques aos direitos humanos por parte de organizações neofascistas e do governo Bolsonaro

Com o objetivo de debater e traçar estratégias contra os ataques aos direitos humanos por parte da extrema direita, a CUT, na próxima segunda-feira (25), realizará início ao Seminário Nacional Democracia, Direitos Humanos e Segurança na Ação Sindical, evento dirigido tanto ao movimento sindical quanto a organizações de que defendem direitos humanos e que segue até a terça (26).

A abertura é a partir das 18h. O primeiro painel terá como tema “Os Desafios da Classe Trabalhadora na Atual Conjuntura”, contará com a participação de João Paulo Rodrigues, liderança do Movimentos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST) e Carolina Gabas Stuchi, professora de Direito com especialização em Polítcas Públicas, da Universidades Deferal do ABC (UFABC).

O objetivo do seminário é analisar os impactos desses ataques sobre a esquerda brasileira – e ao movimento sindical – que, desde 2016, com o golpe contra Dilma Rousseff, têm se intensificado. Exemplo é o crescimento da repressão e monitoramento por parte dos mecanismos governamentais e ataques de grupos conservadores e neofascistas contra as forças progressistas que defendem os direitos humanos.

O seminário também avaliará as iniciativas e projetos do Coletivo de Direitos Humanos da CUT e definirá ações para este ano, período em que a expectativa de recrudescimento da violência da direita, em especial dos bolsonaristas, deve aumentar por conta das eleições de outubro.

Para a secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, Jandyra Uehara, o seminário é uma oportunidade de os movimentos se organizarem para reforçar a luta em defesa dos direitos humanos e para enfrentar a batalha que está por vir.

“Desde 2016 o país tem vivido um aumento dos ataques aos direitos humanos, seja pela falta de recursos para políticas públicas de proteção social – recursos que o governo federal vem cortando desde então – como pela ofensiva dos fascistas para defender Bolsonaro”, ela diz.

O seminário é uma realização das secretarias de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT e de Formação da CUT, com o apoio do Solidarity Center, braço da AFL-Cio, maior central sindical do Estados Unidos. O formato será híbrido, ou seja, parte virtual e parte presencial, na sede da CUT, em São Paulo, e reservado às organizações sindicais e movimentos sociais.

Fonte: CUT

Indústria de pneus se movimenta para evitar desabastecimento de matéria prima

A indústria de pneus global está de olho nos acontecimentos na Ucrânia. O país do leste europeu, junto com a Rússia, desempenha importante papel no abastecimento de matéria prima para pneus.

O maior risco está no abastecimento de negro de fumo. Os fabricantes localizados na Rússia respondem por aproximadamente 30% de participação de mercado europeu de negro de fumo. Isso significa aproximadamente 500.000 toneladas ao ano, com outras 50.000 toneladas oriundas da Ucrânia. Mercado europeu consome cerca de 1,64 milhão de toneladas ao ano.

Se expandirem sua capacidade, os produtores localizados dentro da Europa podem suprir 180.000 toneladas das 550.000 oriundas do Leste. Ainda fica bastante longe do necessário, o que vai forçar os produtores de pneus a buscar novas fontes mais distantes.

Falando dos elastômeros, a situação é um pouco melhor. 100.000 toneladas de borracha de butadieno (BR) são fornecidas à Europa Ocidental pela Rússia todos os anos. Especialistas afirmam que há outros países capazes de suprir isso.

É fato que não há sanções governamentais sobre as importações desses produtos, mas a pressão popular já fez com que várias empresas encerrassem suas operações na Rússia. Dentre elas, empresas de logística e cadeia de suprimentos, o que dificulta a movimentação de materiais para fora dos países em conflito.

Fonte: 54psi.com, por ABTB (Associação Brasileira de Tecnologia da Borracha)

Pandemia: fim do estado de emergência é seguir na contramão da proteção à saúde

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, segue anunciando políticas que vão na contramão da proteção à saúde, mas agradam o presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo que coloquem em risco a vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras e da população, como o anúncio feito no domingo (17), sobre o fim do estado de emergência de saúde pública, ou do estado de calamidade, em vigor no Brasil desde o início da pandemia.

A medida acendeu o sinal de alerta de especialistas tanto na área da saúde como em direitos trabalhistas, já que vai comprometer o enfrentamento à Covid-19, que ainda está em alta em países como China e Estados Unidos, e colocar a vida de milhões de pessoas em risco.

O governo Bolsonaro está ‘lavando as mãos’ para o Brasil e para os brasileiros, critica o deputado federal e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT).

“Bolsonaro está fazendo o que sempre quis fazer que é jogar a população brasileira ao risco de morte sem nenhum pudor”, acrescenta a secretária de Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida Silva.

Autoridades em saúde têm afirmado que a classificação, de estado de emergência, não é de competência do governo federal e sim da Organização Mundial da Saúde (OMS), que diz que ainda não é hora para tomar medidas como essa.

E a razão de tanta discordância com a medida anunciada pelo ministro é simples de entender. O fim do estado de emergência de saúde pública compromete o repasse de verbas para estados e municípios agirem com políticas de enfretamento ao coronavírus pois envolve a contratação e compra de insumos como as vacinas e medicamentos. Compromete também à saúde dos trabalhadores já que determina o fim de medidas restritivas para conter a disseminação do vírus, como a obrigatoriedade do uso de máscaras nos locais de trabalho, além de acabar com a possibilidade de trabalho remoto para pessoas de grupos de risco.

E para piorar ainda mais o cenário trágico, diz Madalena, em seu anúncio, o ministro não apontou nada sobre quais níveis de transmissão são aceitáveis hoje nos país e como será daqui para frente, caso a situação se agrave novamente. “Como disse Padilha, lavou as mãos para o país e para o povo”, disse a dirigente.

“O ministro ainda desconsidera que o país ainda não tem a população plenamente vacinada e tampouco os indicadores de casos e óbitos nos permitem abandonar as medidas sanitárias e que, os riscos de novas variantes são reais”, pontua a secretária.

Atualmente, depois de dois anos de pandemia, apenas cerca de 75% da população têm o esquema vacinal completo, ou seja, pelo menos duas doses da vacina. Enquanto isso, por causa dos novos surtos, Estados Unidos e China voltaram a adotar medidas de restrição de circulação, uso de máscaras e outros cuidados para conter a disseminação da doença.

E com o fim do decreto, mais uma vez, o governo federal age de forma unilateral ignorando as orientações da ciência, não dialogando com estados e municípios no sentido de alinhar um entendimento e construir caminhos para atuação conjunta e com base nas indicações científicas e o controle social através do conselho nacional de saúde.

“É a maneira de governar de Bolsonaro, que inclui criar uma falsa sensação de que está tudo bem, mas isso levará a população a relaxar nas medidas de proteção inclusive nos locais de trabalho”, diz Madalena, acrescentando que o efeito cascata será a redução de protocolos de segurança, de testagem e de uma maior dificuldade na notificação dos casos.

“Isso afeta diretamente trabalhador porque dificulta também a emissão do Comunicado de Acidente de Trabalho, o CAT, que contribui para fazer a relação entre o adoecimento e a morte em consequência de complicações causadas pela doença e assim, diminuindo o acesso aos direitos trabalhistas e previdenciários”, explica a secretária.

O movimento sindical, ela ressalta, continuará orientando a população e a classe trabalhadora sobre a adoção das medidas de segurança e da necessidade de vacinação contra o coronavírus.

 O que muda?

Além de prejudicar políticas públicas de enfrentamento à pandemia, reduzindo recursos e, consequentemente, o acesso da população a saúde, o fim do estado de emergência também altera todas as 170 portarias baixadas até agora desde o início da crise sanitária. Destacam-se as relações trabalhistas. Veja algumas mudanças:

Gestantes

Todas as gestantes, até mesmo aquelas que não tomaram a vacina deverão voltar ao trabalho presencial imediatamente

Home-office

A Medida Provisória 1.119 prevê que durante o estado de calamidade, o empregador pode alterar o regime de trabalho do presencial para o remoto e vice-versa, dispensando alteração no contrato de trabalho.  Depois do fim do estado de emergência a empresa vai ter ainda o poder de convocar trabalhadores para o presencial, mas respeitando um prazo de 15 dias. Se for o inverso – do presencial para o remoto – deverá haver concordância do empregado, conforme regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Férias

Até agora, há a possiblidade de o empregador informar férias com antecedência de 48h. Com o fim do decreto, o aviso volta a ser de 30 dias.

Trabalhadores por aplicativo

Com o estado de emergência há a determinação para as empresas pagarem ao entregador afastado por Covid-9, uma ajuda financeira durante 15 dias não prorrogáveis e seguro para cobrir acidentes durante o período de trabalho. Com o fim do decreto, caem essas regras.

Proteção e segurança

Apesar do fim do decreto, empresas poderão continuar adotando protocolos de segurança coimo uso de máscaras e álcool gel, bem como o distanciamento social. No entanto, conforme ressalta a secretária de Saúde da CUT, muitas vão abandonar as práticas “por economia ou para melhorar produtividade”.

Segundo especialistas em Direito do Trabalho ouvidos pelo O Globo, cerca de duas mil normas deixariam de existir com o fim do estado de emergência, mas oficialmente, as novas regras deverão ser anunciadas com a publicação do fim do decreto, o que, segundo o ministro, deve acontecer até o próximo fim de semana.

Fonte: CUT

 Foto: Tomas Silva/Agência Brasil

“Recuperação da industrial passa por investimentos em ciência e tecnologia”, diz Lula

Durante entrevista no início da noite de hoje, 18, para a Rádio Conexão 98 de Palmas (TO), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que uma recuperação do setor industrial do Brasil passa, obrigatoriamente, por investimentos pesados em educação, ciência e tecnologia, como forma de fomentar avanços.

“Para se transformar em um país industrial, é preciso que você faça investimento em ciência e tecnologia, é preciso que você faça mais universidades, mais escolas técnicas. Quando eu estava na presidência, o Brasil conquistou o 13º lugar na produção de artigos científicos nas revistas especializadas porque nós fizemos muito investimento em ciência e tecnologia. Isso acabou. As universidades hoje não têm dinheiro para cortar a grama na frente dos prédios, as escolas técnicas estão falindo”, lamentou o ex-presidente.

Segundo Lula, isso é um reflexo do total abandono, da parte do atual governo federal, em relação à produção de conhecimentos e diversos outros setores da economia. “Eu não acredito que tenha qualquer empresário sério defendendo a política de desenvolvimento do governo. Não existe política de desenvolvimento do Bolsonaro, o que existe é uma política de venda daquilo que foi construído ao longo de tantos e tantos anos porque não tem política de desenvolvimento, não tem projeto industrial. O problema é que como não tem governo, não tem projeto, então não tem investimento”, ressaltou.

Para o ex-presidente, a indústria, que chegou a responder por 30% do PIB brasileiro, percentual que hoje caiu para cerca de 10%, não tem como competir com tanta força no cenário internacional porque houve um atraso no investimento em novas tecnologias, diferente do que aconteceu em outros países, como Estados Unidos, Coreia do Sul e China.

“Nós perdemos o momento, a oportunidade de fazer investimento em ciência e tecnologia como a Coreia fez, como os Estados Unidos fizeram, mas não adianta ficar reclamando. Nós precisamos tirar o atraso para que daqui a 10, 20 anos, a gente tenha uma nova geração, uma geração de pesquisadores, de engenheiros, de cientistas, para que a gente possa discutir nichos de indústrias que possam ser competitivas no mercado internacional. O Brasil não quer ficar apenas como exportador de commodities, o Brasil quer exportar também produtos de valor agregado”, declarou Lula.

Ele também citou uma virada na balança comercial do Brasil com a Argentina, ocorrida em seu governo, como um exemplo de política industrial e desenvolvimento. “Quando eu cheguei na presidência da República, o fluxo comercial entre o Brasil e a Argentina era apenas de 7 bilhões de dólares, quando eu deixei era de 39 bilhões. Sabe o que o Brasil vendia para a Argentina? Não era carne, não era soja, não era milho, eram produtos de valor agregado, produtos industrializados. Porque se o Brasil não pode competir com a Alemanha, a gente pode competir com outros países. Acontece que as nossas indústrias vão fechando porque a economia não cresce”, afirmou.

Fonte: lula.com.br

Foto: Ricardo Stuckert

Quem vai pagar? Botijão de gás chega a custar R$ 160

Esse valor foi encontrado em Mato Grosso, segundo levantamento da ANP. Média nacional é de aproximadamente R$ 114, quase 10% do salário mínimo

O preço do botijão de gás de 13 quilos chega a R$ 160, valor máximo da pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esse valor foi encontrado em Mato Grosso. Na média nacional, o gás de cozinha (GLP) chega a R$ 113,66, quase 10% do salário mínimo. O levantamento foi feito entre os dias 10 e 16, em 3.881 municípios.

Enquanto o maior preço foi registrado em Mato Grosso, o menor foi encontrado no Maranhão: R$ 78, ou 51% a menos. Considerando apenas os preços médios de cada unidade da federação, o custo com um botijão vai de R$ 102,30 (Rio de Janeiro) a R$ 135,44 (Mato Grosso). Em São Paulo, a média é de R$ 112,89, com o valor variando de R$ 90 a R$ 149.

Já os preços máximos atingem ainda R$ 150 no Pará, em Rondônia e em Santa Catarina, R$ 145 no Acre e em Goiás e R$ 140 no Amazonas, em Minas Gerais e no Paraná. Os mínimos depois do Maranhão, são registrados no Rio (R$ 85), na Bahia (R$ 88) e em Pernambuco (R$ 90).

Segundo o IBGE, o IPCA acumulado em 12 meses soma 11,30% até março. Já o gás de cozinha tem alta de 29,56% em igual período.

Fonte: CUT

Volkswagen interrompe produção em São Bernardo do Campo

A falta de componentes faz a Volkswagen mais uma vez decretar shutdown em sua fábrica de Anchieta. A unidade de São Bernardo do Campo (SP) está com a produção interrompida desde segunda-feira (18). A paralisação será estendida até quarta (20), com previsão de volta aos trabalhos só na segunda-feira (25) devido ao feriado “prolongado” de Tiradentes (21), que “inclui” o Carnaval adiado pela pandemia.

A montadora alega que a linha de montagem do ABC paulista foi paralisada por falta de semicondutores, mas fontes informam também problemas no fornecimento de pneus.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, cerca de 3 mil trabalhadores foram dispensados do trabalho nesses três dias, dentro do banco de horas previsto no acordo coletivo entre os funcionários e a Volks. Porém, aproximadamente 1 mil colaboradores continuam na unidade para efetuar reparos nas linhas durante o shutdown.

Vale lembrar que a falta de peças também afetou a produção da Mercedes-Benz no ABC. A empresa condeceu férias coletivas na unidade, que se iniciaram também no dia 18.

Taubaté também está parada, mas para mudanças

A fábrica da VW em Taubaté (SP) também ficará parada por uma semana e só voltará às atividades na próxima segunda (25). A Volks alega que, além do feriado municipal do dia 18, haverá shutdown de três dias para adequação da linha de produção, que receberá, em breve, o Polo Track, nova versão de entrada com apelo aventureiro do hatch compacto que deve ser lançado entre o fim de 2022 e início de 2023.

Fonte: automotivebusiness.com.br

Trabalhadores da Continental aprovam proposta de acordo coletivo 2022/2023

Em assembleia geral única, na manhã dessa quarta-feira (20), os trabalhadores da Continental aprovaram o acordo coletivo, válido para os anos de 2022 e 2023. A reunião de abertura do processo negocial foi realizada no final de março e as rodadas de negociação entre a direção do Sindborracha de Camaçari e representantes da empresa ocorreram na última segunda-feira (18).

Confira a proposta:

2022

– Reajuste salarial com base no INPC, para outubro de 2022

– PPR de R$ 12.500

– Adiantamento de PPR de R$ 10.500

– Abono único R$ 3 mil

– Tíquete alimentação de R$ 520

– Auxílio creche para filhos até 2 anos R$ 400

– Auxílio para filhos portadores de necessidades especiais R$ 300

– Kit escolar para filhos entre 2 e 15 anos

2023

– Reajuste salarial com base no INPC

– PPR de R$ 13 mil

– Adiantamento de PPR de R$ 11 mil

– Reajuste do tíquete alimentação de acordo com o INPC

– Auxílio creche para filhos até 2 anos R$ 400

– Auxílio para filhos portadores de necessidades especiais R$ 300

– Kit escolar para filhos entre 2 e 15 anos

Além disso, foram propostos:

*Unificação do desconto do transporte para 0,90% sobre o salário base para todos os colaboradores que usam o transporte fretado

*Reajuste da ajuda de custo dos valores do transporte das regiões não atendidas pelos roteiros de acordo com o INPC

*Estabelecimento do limite de 80 horas para lançamento coletivo no banco de horas

*Ajuste no limite do saldo do banco de horas para pagamento/desconto de 30 para 40 horas

*As horas extras trabalhadas nos feriados serão pagas automaticamente na folha de pagamento do mês corrente, com a opção de lançamento em dobro das horas trabalhadas no banco de horas

*Lançamento automático de dois feriados por ano em banco de horas. Única e exclusivamente para esses dois feriados não haverá a opção de pagamento. A empresa creditará para cada hora trabalhada no feriado 2h30 no banco de horas.

*Manutenção dos demais itens do acordo coletivo

Preço da gasolina bate recorde após novo aumento em abril

O preço médio nacional da gasolina foi de R$ 7,498 na primeira quinzena de abril, o maior já registrado no País. O valor representou alta de 2,9% na comparação com março (R$ 7,288). As informações foram coletadas entre 1º e 13 de abril pela ValeCard, empresa que monitora, desde janeiro de 2019, preços em mais de 25 mil postos brasileiros.

De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, publicadas nesta segunda-feira (18), nos últimos 12 meses, a alta da gasolina foi de 30,7%. O combustível custava em média R$ 5,737 em abril.

Entre os estados que registraram as maiores altas estão Piauí (5%), Paraná (4%) e Pernambuco (3,9%).

Entre as capitais, o valor médio da gasolina foi de R$ 7,461. Teresina (R$ 8,245), Aracajú (R$ 7,760) e Rio de Janeiro (R$ 7,758) foram as capitais com preços mais altos na primeira quinzena de abril.

Já os menores valores médios foram encontrados em Porto Alegre (R$ 6,740), Cuiabá (R$ 6,939) e Florianópolis (R$ 6,966).

Na cidade de São Paulo, preço médio na primeira quinzena foi de R$ 6,999.

Fonte: CUT

Foto:  Marcelo Camargo/Agência Brasil